Estilos De Negociação - A Maneira Pessoal De Realizar Negócios Internacionais
Exames: Estilos De Negociação - A Maneira Pessoal De Realizar Negócios Internacionais. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: THAISA30 • 27/3/2015 • 6.159 Palavras (25 Páginas) • 975 Visualizações
Estilos de negociação - a maneira pessoal
de realizar negócios internacionais
Wagner Botelho Godinho
Juliana Maria Klüppel Macioski
RESUMO
Avasta literatura sobre negociações internacionais tem indicado
que a compreensão da cultura para a realização de
transações internacionais é da mais elevada importância
para vendedores e compradores no processo de negociação.
Este artigo se propõe a revisar a literatura sobre negocia
ções internacionais e interpretar os resultados obtidos no
sentido de obter uma classificação do estilo de negociação
dos gerentes de diferentes nações, entre os quatro estilos
básicos propostos por Junqueira e outros autores mencionados.
Através dessa abordagem, as diferenças comportamentais
reais entre as culturas podem ser supostas como estilos
aprendidos, que devem ser levados em consideração antes
dos gerentes e empresários brasileiros iniciarem as negocia-
ções internacionais.
GODINHO & MACIOSKI - Estilos de negociação - a maneira pessoal de realizar negócios internacionais. CIÊNCIA & OPINIÃO
144 CIÊNCIA & OPINIÃO Curitiba, v. 2, n. 1/2, jan./dez. 2005
1 INTRODUÇÃO
1.1 A importância das negociações internacionais
Não é raro encontrarmos na edição de um jornal de alcance
nacional, inúmeros artigos que se referem às mais variadas formas
de negociação. Nas escolas de negócios e de direito, novas disciplinas
têm sido criadas contemplando o estudo das técnicas de
influenciar as pessoas, ensinando os futuros profissionais a discutir
preços, normas, cláusulas e acordos, a persuadir, a conceder, a
intimidar e a blefar. Na prática, entretanto, os negociadores nem
sempre trilham o caminho da ética e do entendimento, fatores
indispensáveis à conquista e à manutenção de relações de longo
prazo com os parceiros comerciais internacionais.
A negociação é visível em toda parte. Diariamente, as pessoas
são confrontadas com ela, nos jornais e na televisão, no trabalho,
nas compras e em casa, com a família, transformando-nos,
segundo WOOD E COLSI (1997), numa civilização de negociadores.
Com o processo de globalização das economias, as negocia-
ções internacionais assumiram um papel relevante no destino das
nações, reservando aos governos a participação em foros multilaterais
para discussões de problemas, segundo SILVA (1999), em organismos
reguladores de assuntos internacionais, como a Organização
Mundial do Comércio, o Fundo Monetário Internacional e o Banco
Mundial; em acordos regionais, como o Mercosul, em que se empenham
Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai para a formação de um
mercado comum para viabilização do livre fluxo de mercadorias,
serviços e capitais; e em negócios bilaterais, quando organizações e
governos dedicam-se a estabelecer parcerias comerciais, financeiras
e políticas, em geral, para a conquista de interesses comuns.
Os negócios internacionais envolvem muito mais riscos que
as transações domésticas, especialmente porque a moeda de denomina
ção, as leis, normas e regulamentos, não se resumem aos
limites das visões nacionais dos dois países envolvidos. Entretanto,
o maior risco nas negociações é o da falta de entendimento com os
negociadores internacionais, o risco imposto pela diversidade cultural,
pelo conflito dos métodos de negociações, de personalidades,
ou de estilos de negociação.
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Entre as principais razões que levam os executivos a tornarem-
se negociadores de nível internacional, segundo ACUFF (1998),
estão a integração dos mercados que resultou na economia globalizada,
especialmente a consolidação da União Européia, a reorganiza
ção do Leste Europeu, e a grande diversidade de acordos empresariais
internacionais, como a formação de parcerias estratégicas
(joint ventures), contratos de facção (manufacturing), contratos
de licenciamento, projetos chave-na-mão (turn-key), contratos
de gestão, acordos financeiros (inclusive project finance),
convênios de pagamentos recíprocos, etc.
Além disso, os empresários estrangeiros, segundo ACUFF
(1998), avaliam com freqüência uma empresa estrangeira mais pelo
profissionalismo e refinamento cultural apresentado por seus executivos
do que pelo tamanho e reputação da organização, refor-
çando a motivação
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