GESTÃO AMBIENTAL ALIADA A LOGÍSTICA REVERSA: UMA REVISÃO DOS CONCEITOS APLICADOS

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GESTÃO AMBIENTAL ALIADA A LOGÍSTICA REVERSA: UMA REVISÃO DOS CONCEITOS APLICADOS

Renata Lima De Brito¹

RESUMO

O consumismo globalizado nas últimas décadas tem causado preocupação as organizações devido ao alarmante volume e complexidade dos resíduos potencialmente poluidores gerados. Em vista a esta realidade, a consciência socioambiental cresce entre as organizações,  adotando dessa forma, estratégias que favoreça ao meio ambiente e o desenvolvimento econômico. Em função disso, o emprego de políticas que envolvam os sistemas de Logística Reversa vem sendo disseminado nesses setores com o objetivo de recuperar valor ou realizar  a disposição final adequada dos resíduos sólidos. Deste modo, o propósito deste estudo, fora conhecer os principais aspectos relacionados a gestão ambiental e os sistemas de logística reversa, através de uma pesquisa bibliográfica; destacando conceitos como os de Pós- consumo e Pós-venda, a responsabilidade sobre a destinação final dos insumos das cadeias produtivas, bem como a importância da aplicação desses sistemas. Pode-se constatar que um sistema reversa, contribui significativamente para o desenvolvimento sustentável, vista não apenas o cumprimento das leis ambientais, mas, os benefícios financeiros e principalmente, o diferencial competitivo entre as organizações.

Palavras chave: Socioambiental. Logística reversa. Pós-Consumo. Pós-venda.

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1 Bacharel em Engenharia Ambiental pela Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas Santo Agostinho (FACET) – Montes Claros-MG. Especializando em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Faculdade Guanambi (FG) – Guanambi-BA. [e-mail].

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INTRODUÇÃO

Visando atender as demandas de consumo das populações, os setores industriais vêm se desenvolvendo expressivamente nos últimos anos. No entanto, a economia brasileira passa por significativas transformações na sua estrutura produtiva e a indústria se consolidou como o setor mais dinâmico (Bennemann, 2012). Com efeito, a eclosão da crise financeira atual no país, tem provocado impactos negativos sobre os aliciadores das cadeias produtivas.

Mesmo impactados, os setores industriais são ainda responsáveis por grande parte dos problemas ambientais resultante da emissão de poluentes e degradantes dos recursos naturais, os quais possuem as mais variadas características (físicas, químicas e biológicas) gerando um alarmante descontrole ambiental.

Neste contexto, medidas mitigadoras e ações preservacionistas vêm sendo estruturadas de acordo as necessidades do meio e o tipo de impacto sofrido. Para isso é essencial que a sociedade em geral esteja envolvida com atividades relacionadas ao meio ambiente, dando margem ao entendimento sobre a importância da prevenção, da recuperação e da conservação de todos os recursos naturais e assim permitir um equilíbrio entre o sistema socioeconômico e o mesmo.

Nesta perspectiva, a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT estabelece um fórum nacional de normalização (NBR), as quais dispõe de programas para certificação de produtos, sistemas e rotulagem ambiental, sendo o membro fundador da Organização Internacional de Normalização – ISO (International Organization for Standardization). Consta nesse sistema, a NBR ISO14001(2004) que trata de todos os requisitos relativos a um Sistema de Gestão Ambiental, permitindo as organizações, formular políticas e estratégias que levem em consideração os aspectos legais e as informações referentes aos seus impactos, estabelecendo a implantação de programas voltados para o desenvolvimento de tecnologias menos impactantes.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS, instituída pela Lei Nº 12.305 de 02 de agosto de 2010, define a responsabilidade de todos os envolvidos no processo de gestão e destinação final dos resíduos oriundo dos setores produtivos, instituindo a Logística Reversa como alternativa de gestão.

Simplificadamente, a Logística Reversa atua no sentido contrário a logística empresarial, ou seja, inicia-se pelo consumidor, onde ocorre o retorno do produto utilizado ao manufaturador. Está, abrange conceitos como Pós-venda, quando os bens retornam ao ciclo de negócios por motivos de insatisfação do consumidor, defeito ou problemas de qualidade; ou

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bens de Pós-consumo que trata do retorno dos componentes ao ciclo produtivo, reinserindo-o como matéria prima (LEITE, 2006).

Contudo, o presente estudo busca conhecer conceitos relacionados a gestão ambiental e a logística reversa, ressaltando a necessidade de sua aplicação. A metodologia utilizada consiste em uma pesquisa bibliográfica realizada através de livros, teses, dissertações, artigos científicos, revistas, sites especializados da internet e órgãos ambientais.

GESTÃO AMBIENTAL

A gestão ambiental pode ser entendida como os processos participativos, integradores e contínuos, que proporcionam uma relação entre as atividades humanas com a qualidade e preservação do meio ambiente. Para isso, o desenvolvimento de instrumentos e ferramentas adequadas devem ser partes integrantes de uma política que integra um sistema de gestão (SABBAGH, 2011).

Contextualizando, a gestão ambiental visa à aplicação de ferramentas e o uso de práticas que condicione a preservação, conservação e reciclagem de matéria nos ecossistemas, afim de minimizar os impactos sob os recursos naturais pela interferência humana.

Para Bennemann (2012) “ a aplicação das ferramentas previstas nos Sistemas de Gestão Ambiental tem se tornado um grande aliado, disseminando a dimensão ambiental nas estratégias corporativas e competitivas adotadas pelas empresas”.

Fonseca (2004) declara que esses sistemas, identificam oportunidades de redução e controle sobre os problemas ambientais.

O atendimento da legislação e a prevenção da poluição podem ser definidos como um ciclo contínuo, o qual, o sistema passa por um processo periódico de revisão e avaliação objetivando identificar formas de melhoria, visando a minimização de possíveis impactos ambientais.

É importante salientar que a implantação de um sistema de gestão requer decisões de alta administração, tratando-se dessa forma, de um compromisso corporativo entre as organizações e o meio ao qual estão inseridos. Para Chaib (2005) as organizações estão conscientizando sobre a importância em exercer suas atividades laborais sem que estas agridam o meio ambiente, podendo assim, gerar mais lucros e competitividade, com o auxílio de novas estratégias tecnológicas.