IMPORTÂNCIA DA NR 35 NOS TRABALHOS REALIZADOS EM ALTURA NAS REDES DE DISTRIBUIÇÃO ELÉTRICA
Por: marac83 • 20/6/2018 • Artigo • 4.528 Palavras (19 Páginas) • 605 Visualizações
A IMPORTÂNCIA DA NR 35 NOS TRABALHOS REALIZADOS EM ALTURA NAS REDES DE DISTRIBUIÇÃO ELÉTRICA
*Diogo Borges Bernardes
**Oswaldo Henrique Barolli Reis
RESUMO
O trabalho de eletricistas que operam em redes de distribuição de energia elétrica é especificado pela presença de grandes demandas mentais e físicas, com riscos elevados à saúde e segurança. Aqui vamos destacar os trabalhos realizados nessas redes de distribuição, que são executados em altura. Acidentes com quedas tem grandes chances de ocasionar morte, e também provocam graves lesões, como a perda de mobilidade e limitações, que reduzem o retorno do trabalhador no mercado de trabalho e consequentemente a oportunidade de desenvolvimento profissional e de renda. O treinamento para o conhecimento dos riscos e medidas preventivas é de grande importância na prevenção de acidentes. Nesse sentido, este artigo tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica, sobre a aplicação e treinamento da NR 35 – Trabalho em Altura, com base em literatura especializada, relacionadas com quedas de altura no setor de distribuição de energia elétrica. Este artigo tem a finalidade de colaborar com a área de segurança de trabalhos em altura, como fonte de informação para trabalhadores e empregadores que atuam nos setores de distribuição de energia.
Palavras-Chaves: Prevenção. Trabalhador. Riscos.
INTRODUÇÃO
Cerca de 90% da energia elétrica gerada no Brasil, vem principalmente das usinas hidroelétricas, totalizando 673 usinas, com mais de 76.000 Kw da sua capacidade instalada. Tal potencial hidroelétrico está estimado em mais de 150 milhões de Kw, decorrentes das bacias fluviais do país.
De acordo com Creder (2007), a energia elétrica é gerada e após é transmitida até o centros de distribuição convergindo a suas atividades no processo final de abastecimento para o consumidor.
A distribuição de energia elétrica no Brasil, é a área que concentra a maior parte da força de trabalho do setor elétrico, apresentando uma quantidade superior e diversas atividades podendo ser realizadas em sistemas energizados e desenergizados (BRASIL, 2002a).
Os danos causados pela exposição à energia elétrica não representam o tipo de acidente de maior incidência entre os eletricistas. Segundo Crane (1998); Epri (2007); Funcoge (2009), a sobrecarga física, as quedas com diferença de nível e os impactos sofridos pelos trabalhadores, estatisticamente são as causas principais de lesões nas companhias de elétricas.
De acordo com Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, 40% dos acidentes de trabalho nesse país são provenientes de quedas que ocorrem com os trabalhadores me altura. Pois diariamente colocam suas vidas em riscos, como por exemplo: profissionais que sobem em postes para realizar manutenção da rede elétrica, bem como, profissionais que usam técnicas de rapel para limpar janelas, exigindo assim desses trabalhadores, cuidados extremos nos desempenhos das atividades exercidas.
PRINCIPAIS CAUSAS DE ACIDENTES POR QUEDAS
De acordo com Conect (2017), os requisitos e medidas de proteção dos trabalhadores que desempenham as suas atividades nas alturas, foram criados pela NR35, definindo assim três fatores básicos que são exigidos do profissional:
- Conhecimento técnico;
- Condicionamento físico e psicológico.
Quanto maior a altura de acordo com Creder (2007), provavelmente aumentará o risco de acidentes por queda. Sendo uma das principais causas desses acidentes, a falta de planejamento. A análise prévia do local de trabalho e das atividades que serão desempenhadas neste local é o princípio básico do planejamento que quando não é observada, coloca a segurança do profissional, bem como de toda a estrutura em risco iminente de acidente.
A NR 35, exige capacitação obrigatória para o profissional exercer as atividades de trabalhos nas alturas, porém, hoje em dia, ainda existem no Brasil, trabalhadores que exercem a profissão ilegalmente. Segundo a NR35.3.2, “Considera-se trabalhador capacitado para trabalho em altura aquele que foi submetido e aprovado em treinamento, teórico e prático, com carga horária mínima de oito horas”. O profissional que é qualificado por uma empresa que tem o reconhecimento do MTE, pode aperfeiçoar suas habilidades participando de treinamentos de reciclagem (DUARTE, 2005).
A falta ou uso impróprio de equipamentos de segurança, leva ao risco de acidentes, poia a legislação para a atividade em altura, tem como exigência, a utilização de equipamentos de segurança, seja ele para proteção coletiva ou individual. Esses equipamentos devem ser certificados e em bom estado para uso do trabalhador. A falta desses equipamentos ou o uso incorreto dos mesmos, representam um grave risco à saúde do trabalhador (CREDER, 2007).
Respeitar o tempo de descanso do trabalhador é primordial segundo Duarte (2005), para que o mesmo, esteja apto a exercer suas atividades, pois a carga excessiva de trabalho infelizmente é uma realidade no país e o trabalho em altura exige um grande condicionamento físico por parte do trabalhador.
Do mesmo modo que o medo pode impedir um bom desempenho profissional do trabalhador em altura, o excesso de confiança pode apresentar perigo ao próprio trabalhador e aos seus colegas de trabalho. A falsa sensação de controle na atividade, advinda de um relaxamento natural, pode fazer com que ocorram acidentes (CONECT, 2017).
Acidentes em altura no setor elétrico
De acordo com Hembecker (2011), os principais fatores de risco, que proporcionam um número maior de acidentes de trabalho são:
- Exposição de energia elétrica de baixa e de alta tenção e
- Queda com diferença de nível.
As circunstâncias que causam os acidentes de trabalho acima mencionados, devem-se à exposição ao próprio produto do setor, à eletricidade, e à queda por causa do fato de que a maioria das redes de distribuição de energias são aéreas (HEMBECKER, 2011).
A grande causa dos acidentes de trabalho que ocorrem no setor elétrico, podendo levar a mortalidade, são os por quedas de nível, por outro lado os típicos de afastamento, que tem na sua natureza as lesões mais comuns, causados por agentes não ligados à eletricidade, são: distorção, torção, contusão, esmagamento e fratura, que de acordo com Funcoge (2009), representa 52,68%.
Existem fatores que devem ser levados em consideração no desempenho do trabalho em altura, como por exemplo: a queda de equipamentos e materiais sobre os trabalhadores e o risco acidental com linhas elétricas energizadas. São várias situações que influenciam na correta execução dos procedimentos fazendo com que os eletricistas realizem procedimentos improvisados (FUNCOGE, 2009).
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