INFLUÊNCIA DA MICROESTRUTURA NA RESISTÊNCIA À CORROSÃO DAS LIGAS Ti-10Mo-xSi PARA APLICAÇÕES ODONTOLÓGICAS
Por: Gusttavo Reis • 8/11/2018 • Relatório de pesquisa • 5.778 Palavras (24 Páginas) • 216 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
CENTRO DE INOVAÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E INOVAÇÃO (PIBITI)
INFLUÊNCIA DA MICROESTRUTURA NA RESISTÊNCIA À CORROSÃO DAS LIGAS Ti-10Mo-xSi PARA APLICAÇÕES ODONTOLÓGICAS
Área do conhecimento: Engenharia
Subárea do conhecimento: Engenharia de Materiais e Metalúrgica
Especialidade do conhecimento: Corrosão
Relatório Final
Período da bolsa: Agosto de 2016 a Julho de 2017
RESUMO
A procura de materiais compatíveis para confeccionar novos dispositivos para aplicação biomédica capazes de substituir e/ou restaurar estruturas ósseas danificadas é cada vez mais recorrente. O titânio e as suas ligas se constituem na melhor escolha no desenvolvimento de implantes para aplicação odontológica devido às suas vantagens quanto à biocompatibilidade e elevada resistência à corrosão. Entretanto, inseridos na cavidade bucal, esses materiais são expostos a ataques corrosivos. Desta forma, este trabalho avaliou a influência da microestrutura na resistência à corrosão das ligas Ti-10Mo(0,0; 0,5; 1,5) Si em meio à fluido corpóreo simulado (SBF). Para tal, ensaio de imersão, curvas de polarização anódicas, impedância eletroquímica, microscopia óptica (MO) e difração de raios-X (DRX) foram realizados nas ligas de titânio. No ensaio de imersão, as superfícies das amostras investigadas não apresentam ataque significativo. Os ensaios eletroquímicos em conjunto com as micrografias e DRX mostram que as ligas de titânio em seu estado bruto de fusão apresentam maior resistência a corrosão quando comparados as ligas de titânio após tratamento térmico. Ainda de acordo com os ensaios, a presença do silício nas ligas Ti-10Mo após tratamento térmico aumenta consideravelmente a resistência à corrosão e indicam que a composição Ti-10Mo-0,5Si é a que apresenta maior resistência à corrosão entre as ligas tratadas.
Palavras-chave: Ligas de titânio, corrosão, fluido corpóreo simulado.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 4
2. CARACTERIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA 5
3. OBJETIVOS E METAS 5
4. METODOLOGIA OU DESCRIÇÃO TÉCNICA 5
5. BUSCA DE ANTERIORIDADE 7
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO 8
7. CONCLUSÃO 17
8. PERSPECTIVAS PARA TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA 17
9. MATÉRIA ENCAMINHADA PARA PUBLICAÇÃO 17
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 17
INTRODUÇÃO
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Médica, Odontológica e Hospitalar (Abimo), um grande aumento no uso de implantes odontológicos nos últimos anos tem sido registrado (http://cfo.org.br/).
Cerca de 800 mil implantes e 2,4 milhões de componentes de próteses dentárias são colocados por ano no país e esse crescimento deve-se aos seguintes fatos: aumento de profissionais capacitados para tal procedimento, significativa ascensão do mercado brasileiro tanto na confecção das peças como na produção dos materiais (ligas), aumento do número de vítimas de acidentes e doenças degenerativas, sendo estas últimas muitas vezes vinculadas ao aumento da expectativa de vida da população (SILVA, 2006).
Segundo pesquisa realizada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) a expectativa de vida global teve um aumento de 5 anos entre 2000 a 2015. No Brasil essa média gira em torno de 76 anos (https://nacoesunidas.org).
Na odontologia, os materiais metálicos são largamente utilizados na confecção dos mais variados dispositivos. Uma das aplicações mais frequentes refere-se ao uso de implantes para reparar deformidades dentofaciais e assim melhorar as condições funcionais, e também a estética facial do indivíduo (PEREIRA et al., 2005; RACK e QAZI, 2006; MONTENEGRO et al., 2013). Sabe-se que, os aços inoxidáveis, as ligas de Ni-Cr, Co-Cr-Mo, além do titânio tanto na forma pura como sob a forma de ligas, são materiais metálicos usualmente utilizados para aplicações dentárias. Nos últimos anos, a liga mais utilizada para a aplicação médica de modo geral, foi a liga Ti-6Al-4V, no entanto, alguns estudos tem indicado toxicidade dos elementos de liga Al e V (ASSIS et al., 2006; NIINOMI, 2002; ENOKIBARA et al., 2005).
Com o objetivo de substituir esses elementos tóxicos, novas ligas de titânio tipo biocompatíveis vêm sendo desenvolvidas. Estudos mostram que a adição de elementos β-estabilizadores, tais como Nb, Ta, Zr, Mo e Si contribuem favoravelmente para o conjunto de propriedades importantes desses materiais. Dentre estas propriedades, merece destaque a resistência mecânica, baixa densidade, módulo de elasticidade próximo ao do osso (10-30 GPa), biocompatibilidade e excelente resistência à corrosão, propriedade imprescindível nessas aplicações, uma vez que esses materiais serão submetidos a um ambiente corrosivo. (NIINOMI, 2002; YANG et al., 2005; KIM et al., 2006; GUO et al., 2012; ZHANG et al., 2013; TAVARES et.al, 2014; SARTORI et al., 2007).
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