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Impactos Ambientais PCH Toca do Tigre Rio Truvo Bacia do Rio Uruguai

Por:   •  13/9/2017  •  Projeto de pesquisa  •  1.583 Palavras (7 Páginas)  •  725 Visualizações

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d) A partir das informações anteriores, indique (sugere-se a leitura do documento final do projeto FRAG-RIO que consta no próprio site da FEPAM):

i) Há alguma atividade que possa influenciar significativamente a produção de sedimentos encurtando a vida útil das estruturas? Discuta. (não mais de ½ página) 

Desde a confluência dos rios Canoas e Pelotas até a confluência entre o Rio Uruguai e o rio Peperi-Guaçu, a área descrita é considerada a mais populosa da bacia, sendo marcada pelas atividades econômicas agroindustriais (principalmente a suinocultura). Essa região é considerada a parte da bacia com maiores problemas ambientais, sendo as fontes da poluição os esgotos domésticos provenientes dos centros urbanos, os efluentes industriais provenientes da região de mais elevada concentração industrial e os efluentes da criação de suínos, com ocorrência restrita às áreas de criação e efluentes agrícolas, provenientes das lavouras irrigadas ou não.

Em relação ao rio Turvo, ocorreram crescimentos das atividades agroindustriais das regiões a seu montante, além disso, muitas áreas foram desmatadas, o que levou a um desequilíbrio ambiental, desde assoreamento de rios e poluição das águas. O assoreamento e a poluição causada pelos esgotos domésticos, pelos efluentes industriais e pelos dejetos da suinocultura, além da mineração das indústrias de celulose, são significativamente influentes no funcionamento da PCH Toca do Tigre, pois podem acarretar no acúmulo de sedimentos na barragem da Central, podendo prejudicar seu potencial energético e até interromper o funcionamento de seus equipamentos, encurtando a vida útil das suas estruturas.

O problema dos sedimentos é que podem se acumular na barragem da PCH, possuindo uma velocidade de sedimentação própria. Se essa velocidade de sedimentação for maior que a velocidade do escoamento, irá ocorrer a decantação dos sedimentos, formando uma camada de lama que poderá diminuir e até interromper o fluxo da água que entra nas estrutras da PCH. Além disso, o acúmulo de sedimentos diminui a capacidade de armazenamento de água e leva, em alguns casos, sedimentos para as turbinas, e assim, prejudica o funcionamento das mesmas.

ii) Quais os principais impactos gerados pela barragem na região. (não mais de 5-6 páginas) 

O projeto FRAG-RIO foi realizado para estudar os impactos ambientais causados pela fragmentação da bacia hidrográfica por meio de barragens (barreiras físicas) tanto para centrais hidrelétricas, quanto para bacias de captação de água para irrigação ou abastecimento, ou ainda de alterações na qualidade da água em função do lançamento de efluentes (barreiras qualitativas). As fragmentações e alterações na qualidade da água podem ainda mudar o regime hídrico de lótico para lêntico, causando outros impactos ambientais em cadeia, podendo comprometer o desempenho das funções ecológicas nos cursos d' água.

A deterioração da qualidade da água é um problema muito comum, e relaciona-se tanto a fontes pontuais, quanto difusas. No caso de um reservatório de uma PCH, a situação é ainda pior, visto que acarreta em alteração do ambiente do rio, passando do sistema lótico para lêntico, reduzindo a velocidade da água e, consequentemente, aumentando o tempo de permanência no local o que diminui a capacidade de depuração da água.

A água utilizada pelas PCH’s não necessita de uma boa qualidade, pois trata-se de um uso não consuntivo do recurso hídrico que ocorre sem derivação. Nesse caso, em PCH’s a água só é necessária para o acionamento de suas turbinas. As barragens das PCH’s servem para regularizarem as vazões e criar os desníveis necessários para produção de energia. Todavia, esse processo de barragens forma lagos a montantes, onde a velocidade da água é reduzida e a profundidade é aumentada. A qualidade da água que é represada pode gerar gases por estratificação térmica, e pode interferir também na formação de algas, que degradam o lago e, consequentemente, o escoamento a jusante também é prejudicado.

Na região da Sub-bacia do Médio rio Uruguai, há um conjunto de condições favoráveis à instalação de PCH’s, sendo essas: cursos d’água bem encaixados e com declividades satisfatórias, em conjunto com um valor não muito elevado de vazão. Resultado disso foi a instalação, ou proposição de instalação de 22 PCH’s e cinco CGH’s. Todavia, na sub-bacia dos rios Turvo, Santa Rosa e Santo Cristo o potencial hidrelétrico é baixo, apesar de existirem algumas pequenas centrais de geração de energia, como a PCH Toca do Tigre.

Em vista disso, no ano de 2002, a FEPAM e o Departamento de Recursos Hídricos do Estado (DRH/SEMA) deram início ao Projeto Monitoramento da Qualidade das Águas na Bacia Hidrográfica dos Rios Turvo, Santa Rosa e Santo Cristo, Região Hidrográfica do Rio Uruguai como uma forma de subsidiar a gestão dos recursos hídricos e o controle ambiental. Através desse projeto, a articulação entre iniciativas de gestão ambiental integradas foi possibilitada. Dentre estas iniciativas destacam-se especialmente duas, a primeira, com foco no gerenciamento ambiental da atividade suinícola e na melhoria da qualidade da água nas bacias de intervenção do referido projeto. A segunda dessas iniciativas, relaciona-se ao processo de desenvolvimento do plano de bacia.

De acordo com analises de dados fornecidos pela FEPAM, o mal uso dos solos à montante da PCH Toca do Tigre caracterizados pela pecuária, majoritariamente de suínos e aves, além do desmatamento das matas ciliares corroboraram com a adição de sedimentos no Rio, sendo esses sedimentos acumulados na barragem da PCH. Esse acúmulo de nutrientes, principalmente de fósforo dos dejetos suínos podem ser indicadores de possibilidade de eutrofização no lago da barragem da PCH.

O uso do solo na subacia é destinado principalmente a cultura de soja, em rotação com milho e outras culturas relacionadas a esta: feijão, trigo, aveia etc. Com o barramento, o nitrogênio e o fosfato abudantes em função do alto uso de fertilizantes e agrotóxicos utilizados na produção dessas culturas podem ficar acumulados à montante, contaminando peixes e iniciando uma cadeia de contaminação dos solos nas margens, do lençol freático e de animais que consomem os peixes contaminados.

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