Metodologia científica
Por: fiema • 30/5/2016 • Trabalho acadêmico • 1.113 Palavras (5 Páginas) • 315 Visualizações
TEMA:
Contaminação do solo pelo mercúrio
Problema:
A poluição por mercúrio (Hg) tem sido largamente reconhecida como um problema global devido à sua volatilidade e toxicidade (Agamuthu & Mahaligam [1]). Assim, o destino e comportamento do mercúrio no solo pode representar perigo para a saúde humana.
Problemática
O mercúrio não é um elemento essencial para plantas ou animais, mas pode ser facilmente absorvido pelas culturas e acumulado no corpo humano através da cadeia trófica.
Atividades humanas, principalmente aquelas que envolvem resíduos medicinais e incineração de resíduos sólidos, óleo, carvão, e mineração de ouro representam fontes significativas de emissão de Hg no ambiente. Ao redor de 50% do total da emissão de Hg na atmosfera braileira é atribuído à atividade de mineração (Lacerda, 2003). Por outro lado em regiões altamente povoadas e industrializadas, a contaminação aquática por Hg poderia ser resultado de deposições atmosféricas e liberação direta do Hg no sistema aquático, tais como disposição de resíduos e lixiviação em solos agrícolas (Schroeder and Munthe, 1998; United
Nations Environment Programme-Chemicals, 2002).
Hipótese
As aplicações sucessivas de lodo de esgoto incrementará o teor de Hg no solo e não deverá afetar a produtividade do milho.
Objetivo Geral
Devido à pouca informação sobre o comportamento do Hg em solos brasileiros tratados com lodo de esgoto, o objetivo deste trabalho foi determinar a concentração de Hg total no solo e avaliar o efeito sobre a produtividade em um Latossolo Vermelho eutroférrico tratado com lodo de esgoto e cultivado com milho.
Objetivos específicos
Determinar o teor de Hg total em Latossolos adubados com lodo de esgoto durante dez anos consecutivos.
Quantificar a produtividade do milho em função da aplicação de lodo de esgoto oriundo da estação de tratamento de água de Franca-SP.
Justificativa
Devido à pouca informação sobre o comportamento do Hg em solos brasileiros tratados com lodo de esgoto se faz necessária a pesquisa das interações deste elemento com o solo e plantas, para assim gerar subsídios que permitam a compreensão da dinâmica deste elemento no ambiente edáfico e nos vegetais.
O conhecimento da concentração, transporte e dinâmica do mercúrio e do metil mercúrio no ambiente é necessário para predizer o impacto potencial sobre o homem e avaliar a sua qualidade de vida (Baeyens et al. [2]).
O ciclo biogeoquímico do Hg é caracterizado por muitas rotas, como por exemplo, liberação do mercúrio do solo para a atmosfera e o seu transporte nesta, seguido pela deposição atmosférica de espécies de Hg no solo e na água. Em contato com o solo ou com sedimentos o Hg pode ser adsorvido na sua forma insolúvel a qual poderia sofrer metilação ou demetilação. O ciclo é completado por rotas de precipitação, bioconversão em formas voláteis ou solúveis, reintegração do Hg na atmosfera ou bioacumulação na cadeia alimentar terrestre ou aquática (Bisinoti & Jardim [3]).
A acumulação de elementos traço no solo derivada de aplicações sucessivas de lodo de esgoto, é um aspecto que motiva preocupação em relação à necessidade da seguridade ambiental para a viabilidade da utilização desse resíduo em solos agrícolas (Rangel et al.[5]).
O milho representa um dos principais cereais cultivados no mundo, fornecendo produtos largamente utilizados na alimentação humana, animal e como matérias primas para a indústria, principalmente, pela quantidade e natureza das reservas acumuladas no grão. Em função de sua multiplicidade de aplicações, tanto na alimentação humana quanto na dieta animal, o milho assume relevante papel socioeconômico (Fancelli & Dourado Neto [6]).
Metodologia:
O experimento foi realizado em um solo classificado como Latossolo Vermelho eutroférrico (ANDRIOLI & CENTURION [9]) no ano agrícola 2006/2007, em condições de campo, em Jaboticabal, SP, Brasil (21° 15' 37'' S e 48° 19' 07'' W Gr.). O clima de acordo com a classificação de Köppen é do tipo Aw, tropical, seco no inverno (megatérmico) (VOLPE [10]). O lodo de esgoto (LE) utilizado foi obtido na Estação de Tratamento de Esgoto de Franca, SP, que trata essencialmente esgoto domiciliar. A composição química parcial do LE utilizado era a seguinte: Corg = 211 g kg-1; N Kjeldhal total = 20,26 g kg-1; C/N = 10,4 ; P = 15,8 g kg-1; K = 0,74 g kg-1; As = 0,03 mgkg-1 ; Ba = 336,83 mgkg-1 ; Hg = 1,27 mgkg-1 ;Se = 0,015 mgkg-1 ; pHCaCl2 = 6,6. As características físicas, químicas e granulométricas parciais do solo foram: pHCaCl2 = 5.37; M.O = 28 g dm-3; SB = 60,95 mmolcdm-3; T = 94,7 mmolcdm-3; V = 64 %; areia = 210 g kg-1; silte = 207 g kg-1; argila = 583 g kg-1. A determinação do Hg total no extrato do solo foi feita pela metodologia HGAAS (hydride-generation atomic absorption spectrometry).
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