O Desenvolvimento Mineiro
Por: Pedrofrancsali • 7/7/2016 • Trabalho acadêmico • 6.033 Palavras (25 Páginas) • 1.044 Visualizações
DESENVOLVIMENTO MINEIRO
Denomina-se desenvolvimento os serviços mineiros empreendidos para facultar a lavra de uma jazida. Naturalmente, pressupõem-se que o corpo mineral tenha sido convenientemente explorado e provado ser jazida.
Constituem a terceira fase da mineração (prospecção, exploração, desenvolvimento e lavra).
O desenvolvimento tem como finalidade preparar a jazida para lavra, envolvendo todos os serviços necessários para sua eficiência e segurança, tais como: vias de acesso, de transporte, de ventilação, de esgotamento, estabelecimento de unidades de desmonte, depósitos etc.
Cabe ressaltar que a fase de exploração pode comportar alguns serviços semelhantes aos executados durante o desenvolvimento (aberturas de acessos, galerias diversas, etc.), mas estes serviços possuem finalidades de determinação das características do corpo em estudo e não propriamente, de preparação para lavra.
Além disso, convém lembrar que as fases de mineração não são forçosamente separadas. Freqüentemente, em uma mina em fase de lavra em um setor, ocorre desenvolvimento em outros trechos.
Para se passar da exploração para o desenvolvimento, basta comumente que o corpo esteja convenientemente explorado, que se conheças as suas características (potência, mergulho, comportamento, teores, distribuição de valores, etc.) e a existência de reservas capazes de assegurarem os investimentos necessários à lavra – em escala compatível com o vulto da jazida e com possibilidade de absorção pelos compradores, bem como a amortização dos investimentos feitos.
Por sua vez, a lavra freqüentemente é iniciada tão logo o desenvolvimento esteja suficientemente adiantado para permiti-la.
Tendo em vista a sua finalidade, as galerias de desenvolvimento e os acessos são, geralmente, mais regulares e de dimensões maiores, que os destinados às explorações. A própria locação costumas ser diferente, uma vez que são outras as finalidades.
Os desenvolvimentos podem ser:
- A céu aberto ou subterrâneo: conforme sejam executados na superfície ou no interior do terreno;
- Prévios ou simultâneos com a lavra: se executados antes que de iniciar a lavra, como condição para esta, ou se efetuados à medida que a lavra procede. Essa simultaneidade é corriqueira, por razões de ordem econômica;
- Sistemáticos ou supletivos: se são empreendimentos segundo plano geral, em coordenação com o método de lavra, ou feitos ocasionalmente, para atender a conveniência de imposições locais.
- Produtivos ou obras mortas: conforme forneçam substância útil ou material estéril, segundo sua locação no(s) corpo(s) mineralizado(s), nas encaixantes ou terrenos vizinhos. Normalmente, o desejável seria obter o bem material desejável, mas nem sempre isto é possível, em virtude, por exemplo, da regularidade do traçado, método de lavra etc.
- Puros ou exploratórios: conforme não possuam ou tenham finalidade, subordinada de complementar a exploração da jazida pelo fornecimento de maiores detalhes do corpo mineralizado.
O desenvolvimento sistemático, executado em coordenação com o método de lavra escolhido e com a produção diária visada, deve: i) prover acesso aos vários horizontes da jazida para desmonte, transporte do material desmontado, entrada de pessoal, equipamentos, materiais, enchimento etc., ii) dividir o corpo em convenientes unidades de desmonte e iii) prover aberturas ou depósitos (para manobras, guinchos, instalações de bombas, transferências, oficinas, refeitórios, chutes etc.) de modo a possibilitar uma lavra econômica, segura e higiênica.
O desenvolvimento sistemático compreende, portanto, dois grupos principais de serviços:
- Vias principais de acesso;
- Desenvolvimento subsidiário, também denominado desenvolvimento lateral – envolvendo a ligação do corpo as vias principais de acesso e aos demais serviços mencionados (incluindo transferências e chutes) quase sempre executados em um nível ou, às vezes, nos interníveis.
O desenvolvimento supletivo, ditado por conveniências locais, poderá ter imposições obrigatórias, ditadas pelas condições de segurança, higiêne e ventilação. Mas, comumente decorrerá da conveniência econômica. Nesta hipótese o valor atual da execução do serviço deve atender a relação:
[pic 1]
Em função deste valor atual e conhecido o custo unitário da execução pode-se calcular a extensão que seria economicamente desejável.
Nota: O desenvolvimento só deve ser iniciado após a concessão da lavra e emissão de posse.
O desenvolvimento simultâneo, acompanhando a lavra à medida das conveniências ou imposições locais, pode ser sistemático ou supletivo. Na prática o desenvolvimento só termina com a lavra. Em jazidas a céu aberto, há caso de desenvolvimentos prévios completos, de desenvolvimentos com adiantamentos acentuados ou de desenvolvimentos com pequena antecipação (especialmente no caso onde ocorre deposição do capeamento em trechos já lavrados). Em mina subterrânea os acessos principais costumam ser prévios.
IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO
Possui importância técnica e econômica, não apenas pelas despesas que envolve, como pela sua influência nos custos de produção, na produtividade, na segurança, higiene da lavra e etc.
Os desenvolvimentos principais (vias de acesso, e alguns subsidiários) podem oferecer flexibilidade para mudanças à medida que a lavra prossegue. Mas há casos, que eles são impossíveis, especialmente no que se refere as divisões em unidades de desmonte, traçados de centrais de transportes e de vias de ventilação dos alargamentos, entradas de enchimento e transferências (passagens e caídas de minério). Isto porque estes serviços são intimamente correlacionados com o método de lavra e ao ritmo de produção.
Os próprios acessos dependem, essencialmente da extração diária planejada, dos meios de transportes utilizados, dos tipos de veículos, dos equipamentos empregados na lavra, etc.
VIAS DE ACESSO
Vias de acesso são desenvolvimentos básicos que permitem atingir a jazida em um ou em vários horizontes e escoar as substâncias úteis desmontadas. Normalmente elas requerem complementação por desenvolvimentos subsidiários, com a finalidade de acesso a várias frentes de lavras, localizadas em níveis diferente. Por exemplo, a execução de um túnel, no caso de lavra subterrânea, fornece acesso direto a apenas um único horizonte. No caso de poços ocorre acesso a vários horizontes. Em qualquer desses casos, desenvolvimentos subsidiários - representados por subidas, descidas ou travessas complementam as vias de acesso.
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