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O Empreendedorismo

Por:   •  10/5/2017  •  Projeto de pesquisa  •  3.644 Palavras (15 Páginas)  •  334 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

A palavra empreendedorismo tem origem francesa "entrepeneur", que significa fazer algo novo.

O empreendedorismo é o processo de iniciativa de programar novos negócios ou mudanças em empresas já existentes e está muito relacionado à questão de inovação, onde possui o objetivo de criar algo novo dentro de um setor, ou criar um novo setor, ainda empreender significa transformar uma realidade em que se está inserido, trabalhar com seu próprio empreendimento e buscar sucesso com ele.

A palavra “empreender” pode ser subentendido como “lucrar” ou “ter ganhos financeiros”, mas os objetivos podem ser outros, como ajudar um certo grupo de pessoas, uma comunidade, uma classe social, sem visar o lucro monetário, mas sim algo de valor muito maior, um conhecimento adquirido, uma ajuda, um auxílio e com isso conseguir tornar as pessoas e a comunidade melhor.

De maneira mais ampla, o termo empreendedorismo social parte do princípio de um empreendedorismo comum, mas com objetivo diferente, causar impacto social e ambiental, este pode ser com ou sem fins lucrativos.

No Brasil, o empreendedorismo atua especialmente nas áreas de saúde, educação, moradias e serviços financeiros, todos voltados para a população de baixa renda que não tem como pagar por esse tipo de serviço ou produto, exemplos são os grupos de pessoas que reformam casas de pessoas necessitadas, hospitais criados por um grupo de médicos, organização focada em promover o ensino a pessoas sem acesso à educação entre outros.

São vários os objetivos do empreendedorismo social, e estes estão separados por duas vertentes principais, social e ambiental, onde visa ajudar comunidades e pessoas carentes de algum tipo especifico de serviço e produto, ou, contribuir para a proteção e desenvolvimento da natureza respectivamente.

A motivação para a criação de um empreendedorismo social parte do sentimento de dívida, de retribuição ou contribuição com o mundo e as vidas que nele habitam ainda incentivar a disseminação e o florescimento dos sentimentos mais nobres do homem proporcionando um ambiente de amor e respeito por tudo e por todos.

2 EMPREENDEDORISMO SOCIAL: ORIGENS E DEFINIÇÕES

O Empreendedorismo Social é um campo que se expande rapidamente e atrai a atenção de vários setores da sociedade (Martin&Osberg; 2007; Nicholls, 2006).

Essas práticas empreendedoras procuram incorporar conceitos e ideias de negócio como veículo de inovação a fim de superar os desafios sociais.

O termo “empreendedor social” transmite uma mistura de orientações caracterizada pela relação entre o objetivo social, associado às instituições sem-fins lucrativo, com uma vertente empreendedora, aliada ao carácter dinâmico e inovador do negócio (Martin & Osberg, 2007).

Empreendedores sociais e ações de empreendedorismo social podem ser encontrados ao longo da história (Nicholls, 2006). Na lista de pessoas historicamente identificadas com o fenómeno, quer pelo trabalho desenvolvido quer pelos impactos criados no sector de cidadania, destacam-se: a inglesa Florence Nightingale, fundadora da primeira escola de enfermagem que desenvolveu práticas de enfermagem modernas na Segunda Guerra Mundial através de reformas profundas nos hospitais do exército inglês (Strachey in Bornstein, 2007, p. 76; Nicholls, 2006); Michael Young, fundador do “Institute for Community Studies” em 1953 e da “School for Social Entrepreneurs” (SSE) em 1997, no Reino Unido, apontado como tendo desempenhado um papel central na promoção e legitimação do campo do empreendedorismo social (Leadbeater, 1996); Maria Montessori, a primeira médica italiana que, nos anos 60 do século XX, criou um método de educação revolucionário que consistia na defesa de que cada criança tinha um desenvolvimento único. O sucesso do seu método conduziu à criação de diversas Escolas Montessori (Nicholls, 2006).

A grande diferença dos empreendedores sociais referidos, comparativamente com os atuais, reside na escala e no alcance do impacto social que os últimos conseguem gerar, bem como na multiplicidade de abordagens que são aplicadas para resolver os problemas sociais (Nicholls, 2006). É consensual que o conceito de empreendedorismo social nasce em contexto americano e que não obstante as divergências entre as escolas que se debruçam sobre o fenómeno, fruto dos contextos sociais, políticos e económicos diferenciados, todas contribuíram quer para o crescimento do interesse pelo tema quer para a conscientização da necessidade de encontrar formas inovadoras no uso de métodos de negócio adequados à resolução de problemas sociais.

O empreendedorismo tradicional, inovador ou não, é medido e testado pela sua capacidade de criar organizações com fins lucrativos, viáveis e sustentáveis ao longo do tempo. Já o empreendedorismo social deve ser testado pela sua capacidade de provocar mudança social duradoura, conforme pensamento de Alvord, Brown e Letts (2004). Trata-se de um processo caracterizado pelo aumento do nível de conhecimento e consciência da comunidade, mudanças de valores das pessoas sensibilizadas e encorajadas em sua autoestima. Processo que estimula o aumento da participação em ações empreendedoras locais, aumento do sentimento de conexão das pessoas com sua cidade, terra e cultura, e o surgimento de novas ideias. Inclusive de alternativas sustentáveis para o desenvolvimento, inclusão social, maior autossuficiência e melhoria da qualidade de vida dos habitantes e da comunidade (MELO NETO e FROES, 2002).

O empreendedorismo social pode ter diferentes abordagens. Pode ter foco na combinação de viabilidade comercial com transformação social gradual, tanto partindo de ONGs que criam subsidiárias comerciais quanto de empresas privadas que apoiam programas de geração de renda. Pode ter foco na inovação social e no impacto social desta inovação, com menor atenção para a viabilidade econômica das iniciativas. Pode ainda focar na catalisação de transformação social, com pequenas mudanças no curto prazo se transformando em grandes mudanças em prazos maiores (ALVORD, BROWN e LETTS, 2004).

Para Dees (1998) o termo empreendedorismo social significa coisas diferentes para pessoas diferentes, o que pode muita das vezes gerar confusões. Dees (1998) afirma que muitas pessoas associam o empreendedorismo social às organizações sem fins lucrativos que dão início a uma atividade lucrativa. Já outras, usam o termo para descrever qualquer pessoa que possua uma organização sem fins lucrativos.

Para Brinckerhoff (2000, p. 11):

O centro do empreendedorismo social é uma boa administração. [...] os empreendedores sociais são pessoas que estão constantemente procurando novas maneiras de servir seus colaboradores e adicionar valor aos serviços existentes. [...] os empreendedores sociais devem: a) estar dispostos a correr riscos razoáveis em favor das pessoas as quais a organização serve; b) entender a diferença entre precisar e querer; c) entender que todos os recursos alocados são realmente investimentos administrados; d) pesar o retorno social e financeiro de cada um dos investimentos; e, e) sempre possuir uma missão, mas saber que sem dinheiro, não há missão que se conclua. (BRINCKERHOFF, 2000, p. 11).

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