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O Modelo Burocrático

Por:   •  9/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.845 Palavras (8 Páginas)  •  174 Visualizações

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Modelo Burocrático de Organização

Origens da Teoria da Burocracia

Desenvolveu-se a partir de 1940, devido a fragilidade das teorias anteriores caracterizadas como Teoria Clássica e Teoria das Relações Humanas, nas quais revelavam-se pontos de vista opostos, extremistas e incompletos. Porém com a complexidade das empresas cada vez maior, modelos organizacionais mais bem definidos, que fossem capazes de envolver todas as variáveis, além do comportamento daqueles que dela fossem membros, passaram a ser uma necessidade. Dito isto, baseado em trabalhos de Max Weber, surge a Teoria da Burocracia na Administração.

Origens da Burocracia

A burocracia é uma forma de organização humana baseada na racionalidade, em que os meios são adequados aos fins pretendidos, de modo que garanta a máxima eficiência possível no alcance dos mesmos. Tem suas origens na antiguidade, e hoje representa a base do sistema moderno de produção, apresentando como características o racionalismo e capitalismo, que por sua vez são originados de um novo conjunto de normais sociais morais de caráter religioso, e não de mudanças tecnológicas.

Tipos de Sociedade

Segundo Weber, existem três tipos de sociedade. Sociedade tradicional, carismática e legal, racional ou burocrática. Na primeira, respectivamente, predominam as características patriarcais e patrimonialistas. Já na segunda, as características místicas e arbitrárias, típicas de grupos revolucionários. E por fim, a sociedade burocrática, onde há presença de normas impessoais e a racionalidade na escolha dos meios e fins.

Tipos de Autoridade

A cada tipo de sociedade, corresponde um tipo de autoridade, que condiz com a probabilidade de que uma ordem especifica seja obedecida, além de representar um poder oficializado capaz de exercer influência sobre outras pessoas, através da imposição de sua própria vontade. Portanto, a autoridade proporciona o poder, e depende da legitimidade, que é quando há explicação do motivo pelo qual uma determinada quantidade de pessoas obedece às ordens de alguém, atribuindo-lhe poder, para que este seja aceito. Dessa forma, afirma-se que a autoridade só é legítima quando é aceita. O poder conduz a dominação, onde a ordem do dominador influencia a conduta dos outros, e transforma-se em obediência, fazendo com essa ideia exista tanto na mente do líder, como na dos subordinados.

Assim, Weber estabelece autoridade, baseando-se nos tipos de poder e legitimidade aplicados, onde a dominação passa a requerer de um aparato administrativo, pois é necessário que se tenha um pessoal para executar as ordens e servir como ponto de ligação entre o dominador e os dominados.

a) Autoridade Tradicional

Quando os subordinados aceitam as ordens dos superiores como justificadas, porque sempre foram feitas dessa maneira. O domínio patriarcal do pai de família representa o tipo mais puro desta autoridade. Neste, o poder não é racional, é conservador e pode ser transmitido por herança, e toda mudança implica em um rompimento relativamente violento das tradições.

A legitimação vem na maneira tradicional de agir, em que o líder comanda através de seu status de herdeiro, com ordens pessoais e arbitrárias, baseadas em costumes e hábitos. E sua dominação pode assumir duas formas de aparato administrativo, a patrimonial e feudal. Na patrimonial, os funcionários são servidores pessoais, e dependem economicamente dele. Já na feudal, o aparato administrativo tem maior grau de autonomia com relação ao senhor, de modo que os funcionários são aliados e prestam juramento de fidelidade, organizam seus próprios domínios e não dependem do senhor no que diz respeito a remuneração.

b) Autoridade Carismática

Os subordinados aceitam as ordens, devido a influência da personalidade e liderança com a qual se identificam. É um poder sem base racional, e que facilmente adquire características revolucionárias, além de não ser recebido de herança, como o anterior. O líder se impõe por possuir habilidades e poder mental extraordinários, de modo que seus seguidores adquiram um respeito afetivo e pessoal.

O aparato administrativo, envolve grande número de seguidores que desempenham papel de intermediários entre o líder e a massa, que por sua vez são escolhidos devido a sua devoção e confiabilidade, e não por qualificações pessoais ou técnicas. Portanto, se o subordinado deixa de merecer confiança, é rapidamente substituído, e por isso há a instabilidade.

c) Autoridade Legal, Racional ou Burocrática

Subordinados aceitam ordens porque concordam com normas que consideram permitidas. Fundamentam-se no fato de que as leis podem ser publicadas e regulamentadas livremente por procedimentos formais e corretos. A obediência é derivada de conjunto de regras legais estabelecidos, e não por uma pessoa que conta com qualidades excepcionais ou tradição. A dominação se dá através da obediência de leis pelo povo, que consideram que a lei é decretada por procedimento escolhido por governantes.

O aparato administrativo é a burocracia, em que os funcionários e suas relações com superiores são definidas por regras, que delineiam de forma racional a hierarquia, determinando os direitos e deveres de cada posição.

A burocracia é a organização típica da sociedade moderna e das grandes empresas, mas não se limita à organização estatal. Seu conceito é abrangente e engloba todas as instituições sociais, concentrando os meios de administração no topo da hierarquia e com regras racionais que visam a maior eficiência.

Características da Burocracia Segundo Weber

Segundo o conceito popular, a burocracia é entendida como uma organização onde há o impedimento de soluções rápidas ou eficientes, onde os funcionários são apegados a rotinas e regulamentos, os tornando ineficientes. Dessa forma, a burocracia passou a ser vista como os defeitos do sistema, mas para Weber é exatamente o contrário. Para ele, a mesma é a organização eficiente por excelência, e para isso detalha nos mínimos detalhes como as coisas deverão ser feitas.

  1. Caráter legal das normas e regulamentos
  2. Caráter formal das comunicações
  3. Caráter racional e divisão do trabalho
  4. Impessoalidade nas relações
  5. Hierarquia de autoridade
  6. Rotinas e procedimentos estandardizados
  7. Competência técnica e meritocracia
  8. Especialização da administração que é separada a propriedade
  9. Profissionalização dos participantes
  10. Completa previsibilidade do funcionamento

Vantagens da Burocracia

Weber viu inúmeras razões para explicar o avanço da burocracia sobre as outras formas de associação. Dessa maneira, suas vantagens são.

  1. Racionalidade no alcance dos objetivos da organização
  2. Precisão na definição do cargo e na operação
  3. Rapidez nas decisões
  4. Univocidade de interpretação
  5. Uniformidade de rotinas e procedimentos
  6. Continuidade da organização
  7. Redução de atrito entre as pessoas
  8. Constância
  9. Confiabilidade
  10. Benefícios para as pessoas na organização

Além disso, o trabalho é profissionalizado e as pessoas cumprem as regras porque os fins desejados pela organização são valorizados, de modo que cada um deve fazer sua parte para que o objetivo global seja alcançado.

Racionalidade Burocrática

No sentido Weberiano, a racionalidade implica na adequação dos meios aos fins. No contexto burocrático, isto significa eficiência.  Uma organização é racional se os meios mais eficientes são escolhidos para a implementação das metas.

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