O Processamento de materiais cerâmicos
Por: Jedaías J. • 17/12/2017 • Trabalho acadêmico • 2.076 Palavras (9 Páginas) • 635 Visualizações
SUMÁRIO
1. Introdução 3
2. Prensagem 4
3. Colagem de barbotina (Slip casting) 6
4. Colagem de fitas (Tape casting) 7
5. Moldagem por injeção cerâmica 8
6. Moagem e análise do tamanho das partículas 9
7. Sinterização 9
8. Experimentos realizados 10
9. Conclusão 13
REFERÊNCIAS 14
1. Introdução
Os processos de fabricação cerâmica consistem na aplicação de metodologias e técnicas que visam produzir vários tipos de materiais, como: azulejos, peças sanitárias, porcelanatos, materiais para construção civil, entre outros.
Os métodos de fabricação abordados neste relatório serão:
- Prensagem (uniaxial, a quente e isostática);
- Colagem de barbotina (Slip casting);
- Colagem de fitas (Tape casting);
- Moldagem por injeção cerâmica;
Também serão expostos neste relatório sinterização, moagem e análise de partículas.
2. Prensagem
A prensagem consiste em compactar um pó granulado, devidamente preparado, contido no interior de um molde flexível ou de uma matriz rígida, através da aplicação de pressão. É o procedimento de conformação mais utilizado pela indústria cerâmica devido a elevada produtividade, facilidade de automação e capacidade de produzir peças de tamanhos variados sem contração de secagem e com baixa tolerância dimensional.
Pode-se dizer que esta operação exige a realização de três fases ou etapas:
- Preenchimento da cavidade do molde;
- Compactação do pó;
- Extração da peça;
Os objetivos desta operação são obter peças uniformes, de acordo com o projeto, como também obter uma microestrutura adequada às características finais desejadas.
2.1. Prensagem uniaxial
É um dos processos de conformação mais utilizados na indústria cerâmica devido ao seu baixo custo e alta produtividade. A mistura é prensada uniaxialmente (em apenas uma direção), em um molde com a forma da peça a obter, como mostra o esquema da figura 1. Este método pode ser dividido em três estágios:
- Densificação do material. Ocorre o empacotamento e rearranjo dos grânulos reduzindo o volume de poros intergranulares, o pó é compactado até uma pressão de início de deformação ou fratura dos grãos.
- O processo de deformação e fratura se intensifica e o volume de poros é reduzido mais ainda. O grau de compactação do corpo se torna idêntico ao grau de compactação dos grânulos.
- Teoricamente não há porosidade intergranular.
Vantagens da prensagem uniaxial:
- Produção rápida;
- Uniformidade de formas e tolerâncias apertadas;
Desvantagens da prensagem uniaxial:
- Não uniformidade de propriedades ao longo de toda a peça;
- Formação de um gradiente de pressão, que conduzem a gradientes de densidades na peça;
[pic 1] |
Figura 1: Representação esquemática da prensagem uniaxial |
2.2. Prensagem Isostática
O mesmo material usado na prensagem uniaxial é utilizado neste tipo de prensagem. O pó é colocado num molde flexível que, por sua vez, é inserido num certo líquido, o qual é pressionado após o fechamento. Como mostra o esquema da figura 2. Este mecanismo de compactação leva em conta o princípio de Pascal, o qual estabelece que a alteração de pressão produzida em um fluido em equilíbrio transmite-se integralmente a todos os pontos do fluido e às paredes do seu recipiente.
[pic 2] |
Figura 2: Prensagem isostática. |
Este processo permite menor atrito entre as partículas do pó e a parede do molde, o que faz a peça apresentar maior uniformidade de densidade. Pode ser a quente (Hot Isostatic Pressure - HIP) ou a frio, a HIP proporciona ao material melhores propriedades mecânicas e maires densidades do que na sinterização sem pressão ou com pressão uniaxial. A figura 3 mostra um esquema do processo de conformação isostática a quente. É utilizado para fabricação de velas de ignição, cadinhos, ferramentas de corte.
[pic 3] |
Figura 3: Esquema HIP. |
3. Colagem de barbotina (Slip casting)
É um processo muito antigo e amplamente utilizado para obtenção de peças cerâmicas como, louças sanitárias, jarros, refratários, etc. É normalmente descrito como a consolidação de partículas cerâmicas de uma suspensão coloidal, através da remoção da parte líquida por um molde absorvente, geralmente gesso (Paris). A barbotina é colocada dentro do molde, e por difusão as moléculas de água migram para as porosidades do gesso, deixando assim uma grande quantidade de pó na superfície do molde. Após a formação da parede com espessura desejada (a depender do tempo), a barbotina excedente é drenada, restando dentro do molde a peça verde. Conforme podemos observar na figura 4.
[pic 4] |
Figura 4: Etapas da colagem de barbotina. Fonte: Pallone, 2013. |
Apesar da técnica de colagem de barbotina ser antiga, é necessário o desenvolvimento de uma formulação (pó cerâmico + aditivos de moldagem) adequada, de acordo com as características de cada pó cerâmico.
Na figura 5 abaixo podemos observar alguns produtos fabricados por este processo.
[pic 5] | [pic 6] |
Figura 5: Souvenirs confeccionados através do método de colagem por barbotina. |
4. Colagem de fitas (Tape casting)
Como o próprio nome indica, lâminas/lençóis finos de uma fita flexível são produzidas através de um processo de fundição essas lâminas são preparadas a partir de um processo de fundição. Essas lâminas são preparadas a partir de suspensões. Esse tipo de suspensão consiste em uma suspensão de partículas cerâmicas em um líquido orgânico que também contêm aglutinantes e plastificantes, que são incorporados para introduzir resistência e flexibilidade a fita fundida. A fita é formada pelo derramamento da suspensão sobre uma superfície plana (de aço inoxidável, vidro, filme polimérico ou papel), uma lamina afiada espalha a suspensão na forma de uma fita fina de espessura uniforme. A figura 6.A demonstra uma simplificação esquemática do processo.
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