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OS PROCESSOS DE DESSALINIZAÇÃO DA ÁGUA E SUA APLICABILIDADE NO OESTE POTIGUAR

Por:   •  3/1/2019  •  Artigo  •  6.692 Palavras (27 Páginas)  •  234 Visualizações

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OS PROCESSOS DE DESSALINIZAÇÃO DA ÁGUA E

SUA APLICABILIDADE NO OESTE POTIGUAR[1]

Damiana Paula da Silva[2]

Denise Rivelo Rodrigues[3]

Kleber Jacinto[4]

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho objetivou analisar o potencial da técnica de dessalinização da água como recurso de reaproveitamento e subsistência para os lugares que sofrem com a falta d’água, dando enfoque sobre a importância da mesma para a sustentabilidade do planeta. Sabe-se que a água é o bem mais precioso que a natureza dispõe para os seres vivos e a falta dela ameaçará a todos. A água potável favorece o desenvolvimento do planeta, tanto nos aspectos de biodiversidade, quanto nos aspectos humanos.

Entretanto, o seu uso irrestrito tem provocado a escassez em diversas regiões do mundo. No Brasil, a Região Sudeste e a Nordeste são as que mais vêm sofrendo com crise hídrica que se instaurou nos últimos tempos. A região nordeste passa por uma estiagem que já se arrasta por muitos anos com chuvas abaixo da média. Essa insuficiência hídrica traz consequências que atingem todo o país, visto que desfavorece o crescimento econômico, industrial, agropecuário e gera aumentos consideráveis nas tarifas de energia elétrica em virtude do alto do custo da produção, fortemente baseado no potencial hidráulico.

Assim, para que haja disponibilidade dessa “fonte de vida” é preciso utilizar medidas e estratégias que favoreçam a sua conservação e/ou reutilização. Pode-se encontrar atualmente, algumas tecnologias baseadas no tratamento da água salgada ou salobra, para torná-la potável, pronta para o uso doméstico e industrial. Esses recursos podem ser encontrados em muitas regiões do Nordeste brasileiro, mais especificamente no interior do Rio Grande do Norte.

Desse modo, cabe indagar se essas tecnologias de dessalinização possuem maturidade e tem potencial para serem aplicadas no oeste potiguar. Para atender essa hipótese, buscou-se expor os benefícios que o recurso de dessalinização da água pode trazer para a vida humana e para o setor industrial. Bem como, apresentar alguns processos de dessalinização da água; Identificar formas de ampliar a prática de dessalinização, visando o benefício de todos que sofrem com a escassez da água; Averiguar quais as práticas de dessalinização tem maior potencial de uso no oeste potiguar.

Para tanto, realizou-se pesquisa bibliográfica e levantamento de dados que darão suporte conceitual através da visão de alguns autores que sustentarão as teorias e fortalecerão as conclusões.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A ÁGUA COMO FONTE DE VIDA

As transformações ocorridas no meio ambiente vêm alterando o ciclo hidrológico desse contexto. A água é uma substância necessária a diversas atividades humanas, além de constituir componente fundamental da biosfera e ser solvente universal, é essencial à vida. Tem valor inestimável e múltiplas utilidades, como geração de energia elétrica, abastecimento doméstico e industrial, irrigação, navegação, recreação, turismo, aquicultura, pesca e, ainda, assimilação e condução de despejos municipais, industriais e agropecuários (LIMA et al., 1999).

Para atender a essa demanda, a boa qualidade e quantidade de água potável se faz cada vez mais necessária. Visto que, a água doce é elemento essencial ao abastecimento do consumo humano e ao desenvolvimento de suas atividades industriais e agrícolas e é de importância vital aos ecossistemas, tanto vegetal como animal, das terras emersas (BRAGA, 2006).

Apesar de ser essencial à vida humana, é importante ressaltar que, de acordo com dados da ONU (2012)[5], 89% da população mundial utiliza fontes tratadas de água, mas 783 milhões de pessoas ainda estão sem acesso à água potável, com variações dramáticas por região. Vale destacar que 70% da superfície terrestre é recoberta por água, esse fator atribui a característica de cor azul à Terra, vista do espaço. Mas 97,5% da água do planeta é salgada. Da parcela de água doce, 68,9% encontra-se nas geleiras, calotas polares ou em regiões montanhosas, 29,9% em águas subterrâneas, 0,9% compõe a umidade do solo e dos pântanos e apenas 0,3% constitui a porção superficial de água doce presente em rios e lagos (BRASIL, MMA, 2005, p. 27). Neste sentido,

Quase toda a superfície do planeta Terra está coberta por água: água dos oceanos, água dos rios e lagos, arroios e sangas. Água das calotas polares em forma de gelo, água da chuva, muita, muita água... Mas, na realidade nem tudo é azul (a cor que cobre a Terra – devido à água - quando é vista do espaço), porque toda a água do planeta (1.370.000.000 km³) é constituída basicamente de dois tipos: água salgada dos mares e água doce dos rios, lagos e subsolo. Mas o mais importante, a saber: a água salgada ocupa 97% do total, o que vem a ser impossível para o consumo (VICTORINO, 2007, p. 16).

Assim, apesar da riqueza de água que o nosso planeta apresenta, não se pode atribuir tudo a água consumível, boa parte dela é salgada e imprópria para o uso humano. O que requer um cuidado todo especial com a pequena parcela de água doce que resta para o consumo mundial. Dessa forma, não basta morar num planeta rico em água, ela tem que ser adequada ao consumo e ao desempenho de tarefas cotidianas, seja nas indústrias, no meio agropecuário, nas cidades ou nos campos.

        De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 2005, p. 28) somente uma pequena parcela dessa água é adequada e está disponível para o uso humano e todas as suas atividades agroindustriais. Essa pequena parcela, infelizmente, é distribuída de maneira muito desigual no mundo. Enquanto alguns desperdiçam, outros precisam andar quilômetros para obtê-la. No ranking de maior consumo está o setor da agricultura, com 70%, seguido do setor industrial, com 22%, e em menor escala o uso doméstico, com 8% de consumo.

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[pic 2]

          Figura 01: Consumo de Água no Mundo

          Fonte: Secretaria de Recursos Hídricos do Meio Ambiente (BRASIL, 2005)

        Os dados do gráfico mostram que a Agricultura lidera o uso da água do nosso meio, e com isso aumenta a preocupação com as medidas de racionamento e reutilização de toda essa água. Devendo haver um controle para que não seja distribuída de forma desigual e injusta.

A desigualdade de distribuição e o desperdício são duas fortes razões que explicam, em parte, o porquê de 1,4 bilhão de pessoas – quase cinco vezes a população dos Estados Unidos - não ter acesso à água potável, e a água é um fator primário para a saúde. É sabido que 60% dos recursos hídricos estão situados em apenas nove países, entre eles o Brasil, mas são 80 países que representam 40% da população mundial, que sofrem com a escassez de água. No entanto, não significa que os Estados Unidos, o Brasil, a Rússia, a África do Sul ou a China, considerados países ricos em água, não estejam livres de problemas de falta d´água (VICTORINO, 2007, p.25)

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