Obra subterrânea
Por: Mkbil • 5/11/2015 • Trabalho acadêmico • 2.483 Palavras (10 Páginas) • 170 Visualizações
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE UNIÃO DA VITÓRIA – UNIUV
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA CIVIL
PROFESSORA SORAYA CAROLINE ABRAHÃO
26 JUN. 2014
MARISTELA KOSAK, RAFAEL DE OLIVEIRA
OBRAS SUBTERRÂNEAS
1 INTRODUÇÃO
O crescimento ocupacional das cidades, muitas vezes, causam impactos ambientais quando não são planejados adequadamente, pois interferem diretamente na paisagem urbana e na qualidade de vida dos habitantes.
As obras subterrâneas ainda são pouco conhecidas no país apesar de sua importância para a economia e o dia-a-dia das pessoas. Este trabalho faz uma análise sobre os métodos utilizados nas obras subterrâneas, de infraestrutura urbana no Brasil, abordando questões de sustentabilidade e impactos causados ao meio ambiente diretamente relacionado na construção civil.
A reflexão sobre a realização desses serviços nos faz questionar sobre os métodos construtivos utilizados e as tecnologias aplicadas; se há favorecimento ou não da sustentabilidade; e como é definindo os impactos e riscos produzidos pelas obras subterrâneas nas cidades brasileiras.
2 REDES SUBTERRÂNEAS DE INFRAESTRUTURA URBANA
Com o desenvolvimento econômico e social do país, tem sido um grande desafio os investimentos em infraestrutura nas áreas de transportes, (rodovias, ferrovias, portos), energia, saneamento e obras urbanas. Para manter o crescimento econômico em bases sustentadas são indispensáveis tais investimentos. Para OLIVEIRA e outros (2012), o sistema de redes subterrâneas de infraestrutura urbana constitui parte essencial para o funcionamento das cidades.
Muitos nem fazem idéia na variedade de obras desenvolvidas embaixo da superfície que beneficiam aos usuários em diversos serviços disponíveis em suas cidades. As obras subterrâneas são necessárias para o desenvolvimento socioeconômico, populacional e espacial de uma região. Para ser considerado um empreendimento bem desenvolvido e elaborado é necessário verificar, previamente, sua viabilidade econômica, definir sua finalidade, método construtivo, equipamentos que serão utilizados, fazer um estudo de impacto, tanto ambiental quanto urbano e, principalmente, determinar os possíveis riscos na fase de construção e operação.
O método tradicional da escavação vem ser a tecnologia mais comum utilizada nas cidades brasileiras. Segundo DANTAS E SANTANA (2009), constitui-se de uma da técnica de abertura de valas a céu aberto, também conhecida como trincheiras ou cut-and-cover. Esta metodologia nada mais é que a escavação por meio de ferramentas como pás, picaretas, ou através de máquinas do tipo escavadeira. A escavação, na maioria dos casos, é feita conjuntamente ao escoramento da vala. Este método altera a paisagem, provoca grandes modificações no solo urbano, podendo ou não, causar grandes impactos ambientais e transtornos à população.
Figura 1: Construção Metrô Subterrâneo
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Fonte: http://www.metro.sp.gov.br/tecnologia/construcao/subterraneo.aspx
Nas últimas décadas, novos métodos e equipamentos começaram a ser adotados em obras subterrâneas. O MND (Método Não Destrutivo) é uma tecnologia com uso de equipamentos de micro túnel que utiliza o processo do tubo cravado de concreto com o sistema de transporte por via úmida (Slurry Shield). Ele é assim chamado porque trabalha com injeção de lama especial na frente de escavação, atuando como transportador do material escavado, equalizador de pressão e também lubrificante. As obras executadas com tubos cravados de concreto são estanques, proporcionando a utilização da canalização para as mais diferentes aplicações; desde drenagem, coleta de esgotos, eletrodutos, até galerias técnicas para múltiplo uso, com diâmetros de 300 mm até 1.500mm.
Figura 2: Imagem do MND (Método não destrutivo)
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Fonte: http://www.enotec.com.br/mnd.htm
Para a ENOTEC, Engenharia, Obras e Tecnologia Ltda., a preservação do meio ambiente é um dos maiores destaques desse sistema. Todas as condições iniciais da obra são preservadas. As interferências construtivas da obra são localizadas, restritas às áreas dos poços de emboque e desemboque. Não é necessário o rebaixamento de lençol freático, que poderia resultar em recalques superficiais, preservando assim as vias públicas e edificações na região de influência da obra. Outras vantagens são:
a) A sua frente fechada e pressurizada, evita desmoronamento na escavação e como a tubulação;
b) Possui junta elástica em suas conexões, evita vazamento ao longo da mesma prevenindo recalques na superfície;
c) Segurança total na obra, tendo em vista a reduzida área em que os operários transitam e trabalham;
d) Os custos sociais e impactos ambientais são praticamente nulos não ocasionando transtornos ao tráfego nem riscos aos pedestres, reduzindo ao máximo a poluição sonora e do ar, preservando o por utilizar o sistema não destrutivo.
Embora possua algumas vantagens em relação ao método tradicional, ainda é pouco utilizado devido os entraves da legislação e os custos muito elevados.
Os túneis de multi-utilidades (MUT’s) são uma nova tecnologia utilizada em outros países, que consistem em uma rede contínua de grandes dutos onde os serviços podem ser instalados em paralelo e com acesso direto podendo ser feito manutenção ou renovação, garantindo a qualidade na colocação de tecnologias atuais e futuras, prolongando a vida útil e gerando uma boa oportunidade para novas prestações de serviços. O uso desse sistema evita as inúmeras pesquisas do subsolo urbano para obras de redes de infraestrutura e escavações desnecessárias (OLIVEIRA; SALLES, 2011).
Figura 3: Os túneis de multi-utilidade, onde em um mesmo espaço pode conter água, esgoto, energia elétrica, gás, telefone e aquecimento central.
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Fonte: (OLIVEIRA;SALLES, 2011).
Os novos métodos e equipamentos, com uma maior complexidade e precisão, começaram a ser adotados em obras subterrâneas, aumentando, em consequência, a possibilidade e existência de riscos. Além desse, outros fatores, também são responsáveis pelo aumento do nível de riscos os orçamentos baixos, prazos muito curtos, imprevistos, construção em locais perigosos e má execução, planejamento e manutenção do subterrâneo (SANTOS e outros, 2013). Um desafio encontrado é o fato de que, para se atender aos requisitos de sustentabilidade nem sempre se tem somente benefícios, de uma forma geral acaba-se criando alguns impactos ambientais (HORI, 2005).
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