Otimização da produção de biodisel a partir de óleo de mamona
Por: vanesantolin • 21/4/2017 • Trabalho acadêmico • 1.696 Palavras (7 Páginas) • 425 Visualizações
Otimização da produção de biodiesel a partir do óleo de mamona[1]
Análise Estatística
Alexandre Folador, Fábio Rodrigues e Vanessa Santolin
Probabilidade e Estatística
Prof(a): Dr(a) Hellen Treichel
Resumo: A exploração de novas fontes de energia, tais como o biodiesel, é de grande importância atualmente. O biodiesel é um combustível natural e renovável. É um combustível de queima mais limpa que o diesel, podendo substituí-lo. Obtido a partir de fontes como óleos vegetais in natura e usados, e gorduras animais, o biodiesel tem uma série de vantagens técnicas: prolonga a vida do motor e reduz a necessidade de manutenção (o biodiesel possui melhor lubricidade que o diesel fóssil), é mais seguro, pois é menos tóxico, mais biodegradável, e tem maior flash point, e reduz a descarga de emissões. O objetivo deste trabalho é avaliar estatisticamente a produção biodiesel a partir de óleo de mamona, variando o tempo de reação, a quantidade de catalisador e a temperatura, a partir de um planejamento experimental estatístico, desenvolvido no software Protimiza, determinar quais variáveis exercem influência sobre o rendimento da reação.
Procedimentos do planejamento de experimentos
A partir de delineamentos de tratamentos mais complexos, que utilizam todas as combinações dos fatores em estudo, vem-se desenvolvendo tentativas para a redução do número de pontos experimentais. Uma dessas técnicas utiliza os delineamentos compostos, desenvolvidos por Box e Wilson (1951) para aplicação em indústrias, onde o erro experimental, em geral, é bem pequeno, e as condições do experimento não são de fácil controle. Nessas condições, é comum repetir apenas um tratamento, o tratamento relativo ao ponto central. Para esta análise, foi utilizado o Delineamento Composto Central (DCC), considerado ótimo dentre os delineamentos padrão. Segundo Atkinson e Donev (1992), são delineamentos eficientes, pois requerem poucos ensaios para sua realização, ao mesmo tempo em que se comporta bem de acordo com critérios de otimização.
A tabela 1 apresenta o planejamento experimental DCC, com os pontos fatoriais e triplicata no ponto central, bem como os respectivos rendimentos. Os pontos fatoriais permitem que sejam estudados diversos fatores sobre a resposta, variando os níveis de todos ao mesmo tempo ao invés de um fator de cada vez. Isso garante um menor número de ensaios com economia de processo e tempo, além de permitir analisar diferentes fatores de uma única vez. Um planejamento fatorial completo permite medir as respostas em todas as combinações dos níveis dos fatores. Nesta tabela, verifica-se o fatorial completo 23 variáveis, que é o numero de interações, entre as três variáveis que estão sendo analisadas, somando um total de 8 interações fatoriais, mais a triplicata do ponto central. A triplicata do ponto central garante que a ortogonalidade da matriz seja mantida e também nos da o erro puro experimental. Assim, são totalizadas 11 interações entre as variáveis do sistema. Os valores das interações são trocados por variáveis gerais de +1 e -1, pelo fato de que somente nos interessa o valor do rendimento final, neste momento.
Tabela 1: Delineamento Composto Central
NaOH (g) | T (°C) | Tempo (h) | Rendimento (%) | |
1 | -1 | -1 | -1 | 94,34 |
2 | 1 | -1 | -1 | 57,52 |
3 | -1 | 1 | -1 | 98,94 |
4 | 1 | 1 | -1 | 78,23 |
5 | -1 | -1 | 1 | 87,47 |
6 | 1 | -1 | 1 | 59,83 |
7 | -1 | 1 | 1 | 62,13 |
8 | 1 | 1 | 1 | 41,42 |
9 | 0 | 0 | 0 | 78,23 |
10 | 0 | 0 | 0 | 78,23 |
11 | 0 | 0 | 0 | 73,63 |
A tabela a seguir mostra os efeitos da regressão linear e como as variáveis influenciam o rendimento. Podemos observar que a variável que mais influencia o rendimento é a quantidade de NaOH utilizado, e isso ocorre de forma inversa (valor negativo do coeficiente), ou seja, quanto maior a quantidade de NaOH, menor é o rendimento. O tempo de reação também é uma variável que tem influencia sobre o produto final, seguido da interação entre as variáveis temperatura e tempo de reação. Nota-se que ambas ocorrem de forma inversa, quanto menor o tempo de reação e temperatura espera-se o maior rendimento.
Tabela 2: Coeficiente do planejamento experimental
Coeficiente | Erro Padrão | T calculado | p- valor | |
Média | 73,63 | 1,20 | 61,37 | 0,0000 |
NaOH | -13,24 | 1,41 | -9,41 | 0,0007 |
T | -2,31 | 1,41 | -1,64 | 0,1767 |
Tempo | -9,77 | 1,41 | -6,95 | 0,0023 |
NaOH .T | 2,88 | 1,41 | 2,05 | 0,1101 |
NaOH. Tempo | 1,15 | 1,41 | 0,82 | 0,4605 |
T. Tempo | -8,63 | 1,41 | -6,14 | 0,0036 |
Ainda na tabela acima, além dos coeficientes de interação, temos o erro padrão do coeficiente que mede a precisão da estimativa do valor do coeficiente do modelo. Como a matriz do experimento é ortogonal, o erro padrão para cada coeficiente da regressão estimado será o mesmo e pode ser obtido da seguinte forma: , onde MSE = erro quadrado médio e n = número de observações. Quanto menor o erro, mais precisa é a estimativa.[pic 1]
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