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PLANEAMENTO DE ÁREAS VERDES URBANAS

Por:   •  19/10/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  13.138 Palavras (53 Páginas)  •  277 Visualizações

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ÍNDICE

1.        INTRODUÇÃO        

1.1.        Justificação        

1.2.        Objectivos        

1.3.        Metodologia        

2.        CONCEITOS        

3.        PLANEAMENTO DE ÁREAS VERDES URBANAS        

3.1.        Planeamento        

3.2.        Áreas verdes urbanas        

5.        GESTÃO DE ÁREAS VERDES URBANAS        

6.        CASO DE ESTUDO        

6.1.        Localização e histórico do local        

6.2.        Modelo de gestão e valorização da Zona Verde do Alvalade        

6.2.1.        Gestão administrativa        

6.2.2.        Gestão Participativa        

6.2.2.1.        Participação Pública/ Privada.        

7.        CONCLUSÃO        

8.        REFERÉNCIAS BIBLIOGRÁFICAS        

9.        ANEXOS        

        

  1. INTRODUÇÃO

O crescimento populacional que caracteriza o século XX tem determinado a ocupação de áreas cada vez mais extensas pelo homem. Partimos da necessidade de lançarmos um novo olhar sobre a cidade que nos levou a reflectir sobre a problemática do crescimento da população e das tendências urbanísticas, em detrimento do verde urbano, que acabarão por dizimar todos os recursos estéticos da paisagem, toda reserva deverde necessária a qualidade de vida dos centros urbanos.

As áreas verdes urbanas apresentam em geral pequenas dimensões e distribuição irregular, mas são extremamente necessárias à manutenção de espécies nativas tanto da vegetação quanto da fauna, à melhoria do clima e o controle de pragas e doenças, possibilitando melhores condições de conforto ambiental, saúde e lazer, além de ser um dos principais elementos de beleza nas cidades.

Apesar de muito da história das áreas verdes urbanas (representada a princípiopelos jardins) ter-se perdido no tempo, é possível traçar um perfil de sua evolução. Partindo seu carácter mítico-religioso, o “Paraíso”, prometido no livro do Génesis da Bíblia, passando por mitos e lendas, estudando os jardins suspensos da Babilónia e chegando aos jardins modernos, observa-se a importância de cada momento histórico-culturaldessesespaços formadores da estrutura urbana.

A história recente mantém vivos os jardins do Renascimento francês e italianoe a Inglaterra com seu jardim paisagístico. O somatório de todo esse conhecimento permiteum entendimento dessas zonas.Espaços públicos que tem sua origem não somentena Ágora grega ou no Fórum romano, mas também nos jardins que, expandidos além dosmuros que os envolvia, abrem-se ao consumo da população.

Estudos voltados ao entendimento da estrutura e do funcionamento da paisagem, compreendido como Fisiologia da Paisagem, tem considerado importante o entendimento da relação homem/natureza, a partir da identificação e descrição das características morfológicas e pedológicas, provocados por processos naturais e/ou antrópicos de unidades da paisagem. Para esses especialistas esse tipo de análise ajuda a planear a ocupação racional dos espaços urbanos e/ou rurais, proporcionando melhor qualidade de vida à população.

Os primórdios da civilização em Angola datam do séc. XVI com a chegada à costa angolana dos exploradores portugueses que se consolidaram expandindo para o interior decorriam historicamente em toda Europa a época dos descobrimentos também chamada de Renascimento. Portanto, as cidades angolanas mais antigas apresentam características muito próprias da época expressas em edifícios com formato regular que configuram os chamados quarteirões antecedidos de passeios largos em pedra talhada e ruas em modelo de calçada.  

Entretanto e conforme descrito em parágrafo anterior, as zonas verdes correspondiam a jardins normalmente de tamanho reduzido com objectivo meramente estético considerando que estes somente representavam a qualidade estética do conjunto urbano relegando para segundo plano as questões ambientais, sócias, pedagógicas e de outra índole.

Todo este descritivo está reflectido nas cidades mais ao litoral caso da Cidade Alta em Luanda, Cidade do Namibe, Lobito no litoral de Benguela e M’banza Congo na província do Zaire.

A hierarquia política e administrativa do país subdivide as zonas verdes somente em áreas verdes urbanas e rurais onde a particular importância recai sobre os parques nacionais de conservação das espécies animais e vegetais nativas das áreas rurais ou não urbanizadas, facto este que leva a uma reflexão necessária e pertinente sobre a utilidade das áreas verdes em meio urbano sobre todos os pontos de vistas.

Luanda, Capital do país é a menor província e o maior centro urbano. Esta apresenta um crescimento urbano desordenado, diminuindo assim osespaços naturais, com reflexos graves ao nível dos restantes seres vivos. Por outro lado além da ocupação de áreas novas, tem-se verificado, sobretudo o aumento da densidade daquelas áreas em que a existência do homem já se faz sentir desde tempos recentes ou mesmo a centenas de gerações. São evidentesalguns desequilíbrios ambientais decorrentes desse processo, tais como poluição do ar, sonora, visual e hídrica; destruição dos recursos naturais; desintegração social; desemprego; perda de identidade cultural e de produtividade económica. Muitas vezes, as formas de ocupação do solo, a criação de áreas verdes e de lazer, a gestãode áreas de risco, o tratamento dos esgotos e o destino final do lixo colectado, deixam de ser tratados com a prioridade que merecem. Como centro de produção, a cidade mostra um crescimento de indústrias, de mercado formal e informal e de infra-estruturas verticais em áreas restritas, trazendo diversos problemas aos seus habitantes, provocados pelos elevados índices de poluição que apresentam. Contudo, a diminuição destes problemas que afectam a qualidade do ambiente urbano de Luanda tem sido uma tarefa muito difícil. Os espaços verdes, por exemplo, debatem-se com um vasto conjunto de problemas que dificultam ou mesmo impedem a criação de novas áreas destinadas a este fim e por vezes as existentes condenam-se ao abandono ou ainda são substituídas por outros equipamentos ou usos. As áreas verdes, além das funções ecológica, estética e de lazer, são factores que contribuem para resolver grande parte dos problemas ambientais das cidades como calor, poluição e baixa umidade do ar, além de desempenhar um papel fundamental na paisagem urbana, elas agem simultaneamente sobre o lado físico e mental do homem. No entanto, pensamos que uma das formas de se diminuir estas dificuldades é através de uma correcta concepção, gestão e uma adequada localização.

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