PROPOSTA DE UM SISTEMA DE GESTÃO DE ESTOQUES EM UMA PEQUENA EMPRESA DO SETOR METAL-MECÂNICO: UM ESTUDO DE CASO
Por: emanueleciota • 10/4/2018 • Artigo • 3.864 Palavras (16 Páginas) • 450 Visualizações
PROPOSTA DE UM SISTEMA DE GESTÃO DE ESTOQUES EM UMA PEQUENA EMPRESA DO SETOR METAL-MECÂNICO: UM ESTUDO DE CASO
Ciota, Emanuele1
Marquezi, Sergio Luiz2
RESUMO
Para se manter firme diante da concorrência, em tempos de difícil permanência no mercado, muitas empresas têm concentrado seus esforços em melhorar o cenário interno da organização, a fim de eliminar práticas negativas ao crescimento. O objetivo do presente trabalho foi o desenvolvimento de um sistema de gestão de estoques, baseado em dados disponibilizados pela empresa objeto de estudo, compatível com a realidade da mesma. Para alcançar este objetivo, inicialmente realizou-se uma classificação ABC dos insumos de demanda dependente, com análise do período de novembro de 2016 à outubro de 2017, mostrando quais produtos mereciam maior atenção ao executar a gestão de estoques. Com auxílio de planilhas do Microsoft Excel® executou-se todos os cálculos necessários para estabelecer políticas de compras e de gestão de estoques para cada classe de insumos. Os resultados apresentados evidenciaram a possibilidade de implantação de um modelo de gestão de estoques simples, eficaz econômica e operacionalmente à empresa. Também denota a importância do controle de informações relativas a estoque e permite perceber como a implantação dos sistemas de gestão pode vir a contribuir em termos de redução de despesas relacionadas à armazenagem, redução dos prazos, maior eficiência produtiva e melhor atendimento aos clientes.
Palavras-Chave: Gestão de estoques. Curva ABC. Lead time.
1 INTRODUÇÃO
Em decorrência da globalização, da concorrência exacerbada e das decorrentes crises que o país vem passando, as empresas se encontram em um desafio de adaptar-se a este ambiente desfavorável para continuarem no mercado e expandir suas atividades. Não obstante, a situação exige, cada vez mais, a adoção de práticas internas de redução de custos e desperdícios.
1Acadêmica do Curso de Engenharia de Produção, UNOESC, emanueleciota@gmail.com.
2 Orientador. Curso de Engenharia de Produção, UNOESC, sergio.marquezi@unoesc.edu.br.
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Neste contexto, a gestão de estoques torna-se ferramenta imprescindível para gerir os materiais utilizados em uma empresa, uma vez que permite prever a demanda, monitorar as quantidades de estoque e manter o mesmo em boas condições, evitando desperdícios.
Efetuou-se então um trabalho no setor de compras da empresa, que produz produtos por projetos, afim de tornar a sua administração de materiais mais dinâmica, funcional e principalmente eficiente, definindo políticas de compras e de gestão de estoques para os insumos de demanda dependente.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 GESTÃO DE ESTOQUES
Tadeu (2010, p. 10) traz o conceito de Gestão de Estoques como a administração do conjunto de bens tangíveis detidos por uma empresa, sejam eles matéria-prima, produtos em processo, insumos ou produtos acabados.
Segundo Ayres (2009, p. 86), um correto e adequado dimensionamento de estoques é de suma importância para a redução de custo, uma vez que os estoques, ao mesmo tempo em que são fatores geradores de custos, afetam positivamente a competitividade e a parte financeira das organizações.
De acordo com Ross, Westerfield e Jordan (2002, p. 356) alguns custos que estão diretamente ligados aos estoques podem ser assim classificados:
i) Custo de ressuprimento (CR): este item compreende os custos fixos administrativos relativos a adquirir determinada quantidade requerida para repor o estoque. Pode ser expresso pela seguinte equação:
𝐶𝑅=𝐶𝑃𝑢∗(𝐷𝐿𝐶) (1)
Onde:
Cpu – custo do pedido unitário
D – número total de unidades vendidas por ano
LC – lote de compra
ii) Custo de manter estoque (CM): corresponde a todos os custos inerentes em manter determinada quantidade de mercadoria por determinada quantidade de tempo. Pode ser expresso pela equação:
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𝐶𝑀=𝐶𝑀𝑢∗(𝐿𝐶2) (2)
Onde:
CMu – custo de armazenagem por unidade por ano
iii) Custo total (CT): é a soma dos custos de pedir e manter os estoques. É expresso por:
𝐶𝑇=𝐶𝑃𝑢∗(𝐷𝐿𝐶)+𝐶𝑀𝑢∗(𝐿𝐶2) (3)
2.2 ANÁLISE ABC
Segundo Fenili (2015, p. 32), o método da curva ABC ou Princípio de Pareto leva em consideração o grau de importância, geralmente financeira, dos itens de materiais nas atividades executadas.
Ainda de acordo com o mesmo autor, o principal objetivo da classificação ABC é identificar os itens mais importantes em estoque, e exercer uma gestão mais cuidadosa sobre os mesmos, principalmente por serem itens que representam altos valores de investimento e por vezes podem representar impactos estratégicos nas organizações. Os materiais da classe A e B são classificados como materiais com maior importância e demandam mais atenção na sua gestão. Os materiais da classe C são itens de menor valor e, portanto, podem ser geridos de forma menos restrita (FENILI, 2015, p. 32).
Os percentuais utilizados são aproximados (não fixos) e podem ser alterados conforme a análise executada, obedecendo-se um bom senso e com a finalidade de se adequar melhor à realidade da organização (FENILI, 2015, p. 33).
2.3 MODELOS DE GESTÃO DE ESTOQUES
2.3.1 Modelo de Lote Econômico de Compra (LEC) Segundo Ayres (2009, p. 95) o modelo de lote econômico de compra representa uma quantidade de compra ou fabricação que é capaz de equilibrar os custos de ressuprimento e os custos de manter os estoques, minimizando assim o custo total do estoque em determinado período. Utiliza-se a fórmula a seguir:
4
𝐿𝐸𝐶=√2∗𝐷∗𝐶𝑃𝑢𝐶𝑀𝑢 (4)
2.3.2 Modelo de Revisão Periódica
De acordo com Tadeu (2010, p. 190), no modelo de revisão periódica os níveis de estoque são verificados em intervalos regulares
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