Patologia em lajes
Por: karith.mesquita • 7/4/2016 • Trabalho acadêmico • 1.577 Palavras (7 Páginas) • 1.218 Visualizações
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo investigar as manifestações patológicas decorrentes de infiltrações em lajes, apresentando possíveis diagnósticos, prognósticos e manutenções preventivas que devem ser realizadas para que se evite tal problema. Essa investigação será realizada através de um estudo de caso em uma residência que apresentou problemas patológicos relacionados a infiltrações.
INTRODUÇÃO
Problemas referentes à infiltração são comuns em estruturas de concreto. Segundo Costa (2004), a umidade se aloja na camada de regularização, pois essa é mais porosa se comparada ao concreto. Com o tempo, a umidade presente nessa camada aumenta de volume com as incidências de chuvas, lavagens, etc. Esse aumento de volume faz com que a umidade atinja pontos que permitam seu escoamento, tais como: trincas, pontos de segregação do concreto, juntas de dilatação e aberturas para passagem de tubulações. Na ausência de um local que favoreça o escoamento, a umidade infiltra no concreto, o que dificulta o diagnóstico da origem da patologia.
Os problemas referentes à umidade podem manifestar-se em vários elementos de uma edificação e geralmente não apresentam uma única causa. Este trabalho trata especificamente de manifestações patológicas decorrentes da presença de umidade em lajes.
Esse artigo objetiva analisar a presença de infiltrações em lajes de concreto armado, apresentando possíveis causas e as consequências desse tipo de manifestação patológica. Ou seja, serão expostos possíveis diagnósticos e prognósticos, bem como as manutenções que devem ser realizadas a fim de se evitar tal problema.
Quanto à metodologia, foram realizadas pesquisas bibliográficas relacionadas às infiltrações e processos de impermeabilização. Também foi realizado um estudo de caso em uma residência situada na cidade de João Monlevade, MG. Esse estudo foi feito com a finalidade de analisar uma laje com problemas de infiltração. Ao longo desta pesquisa serão apresentadas as possíveis causas, sugestões para a correção do problema e manutenções que devem ser realizadas nesse tipo de estrutura para que não haja infiltrações.
Uma estrutura precisa ser impermeabilizada para sua proteção. Entende-se por impermeabilização a aplicação de produtos específicos com a finalidade de proteger a estrutura contra a ação de fluidos que podem danifica-la. Porém, muitas vezes esse processo não é feito de forma correta. A ausência ou execução errônea da impermeabilização tornam mais difíceis e caros os reparos da estrutura danificada, pois nesses casos a manutenção preventiva dá lugar aos processos corretivos (HUSSEIN, 2013).
Quando se trata de umidade, a vida útil de uma edificação depende de uma correta impermeabilização para formar uma barreira e conter a umidade, evitando assim infiltrações. Uma estrutura mal impermeabilizada pode sofrer degradações, problemas nas pinturas e revestimentos, corrosão de armaduras, surgimento de goteiras, proliferação de fungos e bactérias, entre outros.
A mão de obra e a escolha do material a ser empregado são os principais fatores que interferem em um bom desempenho da impermeabilização. O material impermeabilizante deve ser cuidadosamente escolhido, levando em consideração intempéries, instabilidades e as cargas que a estrutura está submetida. Na maioria das vezes os problemas relacionados à impermeabilização são causados pela desqualificação da mão de obra. Também é preciso que se faça um controle da execução do processo de impermeabilização, a fim de garantir sua eficácia.
Segundo a NBR 9575, os sistemas de impermeabilização devem atender algumas exigências, tais como:
- Resistir às cargas estáticas e dinâmicas atuantes sob e sobre a impermeabilização;
- Resistir aos efeitos dos movimentos de dilatação e retração do substrato e revestimentos, ocasionados por variações térmicas;
- Resistir à degradação ocasionada por influências climáticas, térmicas, químicas ou biológicas;
- Resistir às pressões hidrostáticas, de percolação, coluna d'água e umidade de solo, bem como descolamento ocasionado por perda de aderência;
- Apresentar aderência, flexibilidade, resistência e estabilidade físico-mecânica compatíveis com as solicitações previstas nos demais projetos.
Manifestação Patológica
Para exemplificar estes problemas na impermeabilização das lajes, foi feito um estudo de caso em um prédio situado na Avenida Alberto Lima em João Monlevade. Este prédio possui uma laje pré-moldada em sua cobertura que apresenta problemas de vazamento de água em períodos chuvosos.
O presente estudo de caso constitui na apuração da incidência, causas, origens e efeitos desta infiltração. A coleta de dados foi feita a partir de uma entrevista com o proprietário do imóvel, que foi o responsável pela execução da impermeabilização, além de uma ampla documentação fotográfica visando ilustrar e registrar as principais manifestações patológicas e aspectos relacionados à impermeabilização.
As principais patologias encontradas na laje foram as manchas de umidade e eflorescências (marcas de bolor cuja composição é predominantemente nitrato de potássio). As ferragens aparentemente não foram comprometidas pela infiltração.
Figura 1 - Manchas de Umidade
[pic 1]
Fonte: Arquivo Pessoal
Quanto à origem dos problemas foi observada a ausência de um projeto de impermeabilização além de diversos problemas na execução que serão descritos posteriormente.
Após a execução da laje foi indicado ao proprietário do imóvel a aplicação de dois impermeabilizantes que deveriam ser aplicados em sequência, o Viaflex Preto e o Viaflex Branco, ambos da empresa Viapol. Segundo a Viapol, o Viaflex Preto é um impermeabilizante produzido a base de asfalto modificado com polímeros, emulsionado em água. O produto deve ser aplicado a frio, sob forma de pintura, em áreas como terraço, jardineiras, saunas, calhas, muros de contenção, paredes, pisos frios e lajes de pequena dimensão.
Segundo a Viapol, a superfície que será impermeabilizada deverá estar limpa, seca, isenta de óleos e graxas, e perfeitamente regularizada dando caimento mínimo de 1% para os ralos. O Viaflex Preto deve ser aplicado com broxa, rolo de pintura ou trincha em camadas finas. Primeiramente deverá ser aplicada a primeira demão diluída em 50% de água que servirá como camada de imprimação. Após a secagem, que deverá ser de no mínimo 12 horas entre as demãos, deverá ser aplicada uma segunda demão sem diluição em água. Entre a segunda e a terceira demão deverá ser colocada uma malha de poliéster de 2x2mm sobre a área que está sendo tratada. A terceira demão deverá ser aplicada diluída em 10% de água para melhor impregnação do poliéster. As aplicações seguintes deverão ser em sentido cruzado até atingir o consumo especificado em projeto.
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