Patologias de Pavimento na Obra de Travessias Urbanas de Porto Velho-RO
Por: Guilherme Matheus • 27/12/2018 • Trabalho acadêmico • 3.498 Palavras (14 Páginas) • 411 Visualizações
Patologias de pavimento na Obra de Travessias Urbanas de Porto Velho-RO
Guilherme Matheus Silva – guilhermepvh2@gmail.com
MBA Infraestrutura de Transportes e Rodovias
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
Porto Velho, RO, 18 de junho de 2018
Resumo
O presente artigo aborda alguns aspectos técnicos que interferem na qualidade do pavimento asfáltico das travessias urbanas de Porto Velho-RO. Estas vias foram rescentemente construidas pelo governo federal a fim de desviar o transito da BR-364 e melhorar a segurança para o usuário da via, a fim de reduzir os acidentes da região, porém devido ao intenso tráfego e intempéries as quais a mesma é submetida houve o surgimento de diversas patologias. Através de normas técnicas regulamentadoras, os processos executivos foram sendo compostos para possibilitar o aumento do tempo de vida deste revestimento asfáltico. Panelas (buracos), trincas e outras patologias identificadas nesta via colocam em risco o deslocamento e, se não forem adequadamente solucionados, podem se tornar irreparáveis, exigindo assim que o pavimento seja reconstruído em toda a sua estrutura. Este trabalho identifica quais as mais apropriadas metodologias e técnicas para o reparo dos danos identificados.
Palavras-chave: Patologia; Pavimento Asfáltico; Reparos
1. Introdução
A malha viária da cidade é de vital importancia para o desenvolvimento local, em niveis sociais e economicos, por meio da facilitação do deslocamento de pessoas e produtos por exemplo.
A população beneficiada com a execução de pavimento deseja que o mesmo permita uma circuação segura e satisfatória durante todo o seu tempo de vida útil. Entretanto a degradação é inevitavel, principalmente por conta da falta de um projeto de terraplanagem e pavimentação mal elaborado, a utilização de materiais de qualidade duvidosa, falhas no sistema de drenagem e principalmente a escolha incorreta dos materias a incorporarem o pavimento, o que vem a provocar diversos defeitos no pavimento, muitas vezes eum espaço de tempo bastante curto.
Conforme afirmam Bernucci et al (2008:413):
Os defeitos de superfície são os danos ou deteriorações na superfície dos pavimentos asfálticos que podem ser identificados a olho nu e classificados segundo uma terminologia normatizada (DNIT 005/2003-TER-DNIT, 2003a). O levantamento dos defeitos de superfície tem por finalidade avaliar o estado de conservação dos pavimentos asfálticos e embasa o diagnóstico da situação funcional para subsidiar a definição de uma solução tecnicamente adequada e, em caso de necessidade, indicar a melhor ou melhores alternativas de restauração do pavimento.
Para a Execução de pavimento a construtoras dispoem dos mais diversos tipos de materiais, entre estes os que possuem maior utilização no mercado são: Asfalto - Borracha, Stone Matrix Asphalt (SMA), Lama Asfáltica, CBUQ, etc.
O asfalto-borracha ou asfalto-ecológico consiste na mistura descontínua com ligante asfáltico modificado por borracha de pneus triturada em misturas asfálticas.
Segundo Bernucci (2008:168), o “[...] SMA é um revestimento asfáltico, usinado a quente, concebido para maximizar o contato entre os agregados graúdos, aumentando a interação grão/grão [...]”.
Conforme Bernucci (2008:185), “[...] as lamas asfálticas consistem basicamente de uma associação, em consistência fluida, de agregados minerais, material de enchimento ou fíler, emulsão asfáltica e água [...]”.
De acordo com Bernucci (2008:158), “[...] o CBUQ é um produto da mistura de agregados de vários tamanhos e cimento asfáltico, ambos aquecidos em temperaturas escolhidas, em função da característica viscosidade-temperatura do ligante [...]”.
Tendo em vista que o sistema viário deve atender a itens de conforto e segurança na trafegabilidade dos veículos. Ao circular pela recente obra de travessias urbanas de Porto Velho, podemos visualizar diversas patologias na sua capa asfaltica, Executado com pavimento flexível realizado com Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ), material de alta flexibilidade e excelente resistência aos esforços de flexão, características estas que levam os profissionais a escolherem este tipo de revestimento.
Porto Velho, por ser uma cidade de condições climáticas variando durante todo o ano, onde o índice pluviométrico anual é superior a 2000 mm/ano e periodo de estação seca com mais de 2000 horas de sol seca. Com o pavimento asfáltico exposto às diversas intempéries, e a intensidade e ação do tráfego relacionados à má execução das obras e com falhas no plano de manutenção e conservação, propicia o aparecimento de patologias como fissuras, trincas, panelas (buracos) e outros tipos de defeitos.
Será abordado neste artigo o conceito de pavimento, patologias e recuperação. Como instrumentos técnicos para as análises e conclusões do tema, o autor utilizou-se de bibliografias diversas e de documentação fotográfica em campo. A partir da análise conjunta dos problemas encontrados em campo, dos diversos artigos técnicos sobre o assunto e dos documentos especificados em normas regulamentadoras, buscou-se estabelecer as possíveis causas das patologias e suas conseqüências.
2. Desenvolvimento
Neste trabalho, como objeto de estudo prático analisou-se o pavimento asfáltico aplicado nas vias lateriais da BR-364, executadas pela empresa Madecon Engenharia, supervisiondas pela empresa Cava Infraestrutura, sob comando do DNIT-RO, denominadas Travessias Urbanas de Porto Velho.
2.1. Pavimento
Para podermos compreende um pouco sobre pavimento, podemos observar o que é dito por alguns autores, entre eles SILVA (2008:11):
Entende-se por pavimento a estrutura construída sobre um terreno de fundação (subleito), a qual deverá resistir à ação das cargas de roda dos veículos e às ações do tempo (variação térmica e higrotérmica). O pavimento é composto por várias camadas, com finalidade específicas, as quais podem ser: Camada de revestimento (CR), de base (B), de Sub-base (SB) e de Reforço do Subleito (Ref.).
Seguno DNIT (2006:95), “[...] pavimento é como uma superestrutura constituída por um sistema de camadas de espessuras finitas, assente sobre um semi-espaço considerado teoricamente infinito, a infra-estrutura ou terreno de fundação, a qual é designada de subleito [...]”.
Segundo Bernucci et al. (2008:09):
Pavimento é uma estrutura de múltiplas camadas de espessuras finitas, construída sobre a superfície final de terraplenagem, destinada técnica e economicamente a resistir aos esforços oriundos do tráfego de veículos e do clima, e a propiciar aos usuários melhoria nas condições de rolamento, com conforto, economia e segurança.
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