Pré-dimensionamento de uma rede de drenagem
Por: tamiriscamila • 2/5/2017 • Dissertação • 1.240 Palavras (5 Páginas) • 572 Visualizações
Pré-dimensionamento de uma rede de drenagem.
Diversos são os critérios e parâmetros adotados para o dimensionamento de uma rede de águas pluviais, envolvendo grandezas como o tempo de concentração, velocidade mínima e máxima, tipo de escoamento considerado no cálculo, influência de remanso, dentre outros. Tendo em vista a diversidade observada, é preciso analisar os critérios e fixá‐los dentro de certas restrições para se dimensionar as galerias de águas pluviais. As águas pluviais consistem em condutos destinados a captar as águas pluviais por meio das bocas de lobo (há três tipos principais de bocas coletoras: boca de lobo de guia, com grelha e combinada) e ligações privadas e conduzi‐las a um desaguadouro natural como um córrego ou rio ou a um sistema adequado de disposição provisória ou permanente. Elas são compostas de tubos de ligação (ramais) e poços de visita. Os poços de visita são instalados nas mudanças de direção, de declividade, de diâmetro e servem para a inspeção e limpeza das canalizações. Os sistemas de drenagem urbana devem ser projetados como condutos livres minimizando possíveis transtornos relacionados à sob repressão nas tubulações. Existem três tipos diferentes de drenagem de águas pluviais, consoante o método que é utilizado para encaminhar as águas até à rede pública, dependendo assim da necessidade ou não de elevar o efluente através de um sistema de bombagem. Em qualquer caso, a ligação à rede pública é efetuada através de um ramal de ligação localizada, sempre que possível no interior do espaço privado a drenar. DRENAGEM PLUVIAL GRAVÍTICA: A condução das águas residuais pluviais é feita apenas pela ação da gravidade. Este sistema é utilizado nos casos em que as águas são recolhidas a um nível superior ao do arruamento onde se encontra o coletor público de drenagem. DRENAGEM COM ELEVAÇÃO: Se ao contrário do sistema anterior, as águas residuais pluviais forem recolhidas a um nível inferior ao do arruamento onde se encontra o coletor público de drenagem, estas deverão ser elevadas por meios mecânicos para a cota do arruamento em que se localiza o coletor público onde irão ligar. SISTEMA MISTO: Nos casos em que a recolha das águas pluviais é efetuada quer acima quer abaixo do nível do arruamento onde se encontra o da cota do coletor público, é utilizado um sistema misto com drenagem gravítica e com sistema de bombagem, consoante a cota do coletor. Nem todas as águas pluviais produzidas ou recolhidas podem ser lançadas na rede pública. Segundo o Regulamento Geral, apenas as águas de lavagem de garagens, de descargas, de espaços verdes, de drenagem de subsolo, de piscinas e de instalações de aquecimento e armazenamento de água podem ser lançadas na rede pluvial, conforme as condições locais e a similitude com as resultantes da precipitação atmosférica. Portanto, nos sistemas de drenagem pública de águas pluviais não é permitido o lançamento, diretamente ou por meio de canalizações prediais, de: Matérias explosivas ou inflamáveis; Matérias radioativas em concentrações consideradas inaceitáveis pelas entidades competentes; Efluentes de laboratórios ou instalações hospitalares que, pela sua constituição, são considerados perigosos param a saúde pública ou para a conservação das tubagens; Entulhos, areias ou cinzas; Efluentes que excedam os 30ºC; Lamas extraídas de fossas sépticas, gorduras e óleos provenientes de câmaras retentoras, resultantes das normais operações de manutenção; Restos de comida e outros resíduos que possam obstruir ou danificar os coletores e os acessórios, e impedir o processo de tratamento dos esgotos; Efluentes provenientes de unidade industriais que possuam matérias interditas regulamentarmente. Uma estratégia essencial para a obtenção de soluções eficientes é a elaboração de planos diretores. É altamente recomendável que um plano diretor de drenagem urbana evite medidas locais de caráter restritivo (que frequentemente deslocam o problema para outros locais, chegando mesmo a agravar as inundações a jusante), através de um estudo da bacia hidrográfica como um todo; no que diz respeito às normas e aos critérios de projeto adotados, deve-se considerar a bacia homogênea, através do estabelecimento de período de retorno uniforme, assim como dos gabaritos de pontes, travessias, etc. O plano diretor deve possibilitar a identificação das áreas a serem preservadas e a seleção das que possam ser adquiridas pelo poder público antes que sejam ocupadas, loteadas ou que seus preços se elevem e tornem a aquisição proibitiva. É também fundamental a elaboração do zoneamento da várzea de inundação e o estabelecimento de um escalonamento cronológico e espacial da implantação das medidas necessárias, de forma tecnicamente correta e de acordo com os 5 recursos disponíveis. O plano de drenagem deve ser articulado com as outras atividades urbanas (abastecimento de água e de esgoto, transporte público, planos viários, instalações elétricas, etc.) de forma a possibilitar o desenvolvimento da forma mais harmonizada possível. Do plano deve também constar a elaboração de campanhas educativas que visem a informar a população sobre a natureza e a origem do problema das enchentes, sua magnitude e consequências. É de capital importância o esclarecimento da comunidade sobre as formas de solução existentes e os motivos da escolha das soluções propostas. A solicitação de recursos deve ser respaldada técnica e politicamente, dando sempre preferência à adoção de medidas preventivas de maior alcance social e menor custo. Para a drenagem de área urbanizada entende-se a interceptação e/ou captação dos escoamentos superficiais de áreas urbanas desprovidas de infraestrutura para drenagem, parceladas ou não. Em Belo Horizonte, adota-se o limite de 1,67 m para a largura de alagamento nas sarjetas. Uma exceção é admitida para os trechos iniciais (trecho entre o divisor de águas e a primeira boca de lobo) das vias locais (vias com até 15 m de largura), onde se adota uma largura de alagamento máxima de 2,17 m para o caudal de escoamento. A definição de uma área de drenagem de uma via levará em conta a faixa da pista que contribui para o escoamento em uma e uma faixa da quadra lindeira Deverão ser adotados também o período de recorrência, tempo de concentração, duração da chuva de projeto, intensidade da chuva de projeto, coeficiente de escoamento superficial e vazão específica em uma sarjeta. A capacidade de descarga das sarjetas depende de sua declividade, rugosidade e forma. Se não houver vazão excessiva, o abaulamento das vias públicas faz com que as águas provenientes da precipitação escoem pelas sarjetas. O excesso de vazão ocasiona inundação das calçadas, e as velocidades altas podem até erodir o pavimento. A água, ao se acumular sobre a boca de lobo com entrada pela guia, gera uma lâmina d'água mais fina que a altura da abertura no meio-fio, fazendo com que a abertura se comporte como um vertedouro de seção retangular.
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