QUALIDADE: Aplicação da Ferramenta 5S

CENTRO UNIVERSITÁRIO  FEI

CARINNE NAMBA MARCOLINO

CAROLINE ABUD

QUALIDADE: aplicação da ferramenta 5S

São Bernardo do Campo

 2018

Gestão da Qualidade

O cenário atual exige das fábricas e distribuidores de cosméticos uma busca constante por qualidade e rentabilidade. A grande preocupação das indústrias é como garantir o pleno funcionamento do sistema de gestão de qualidade durante todo o processo, devido o produto final estar ligado a saúde e segurança do consumidor.

O incentivo para a procura de novas novas técnicas de controle de produção e da qualidade surgiu após a segunda guerra, segundo Rodrigues (2006), neste período as técnicas estatísticas e conceitos de confiabilidade foram aprimorados e muito utilizados.

A gestão de qualidade introduzida por Paladini (2011), tem sido direcionada para a criação de uma cultura de qualidade, que seria como um conjunto de valores que a sociedade atribui a determinados elementos, ideias, crenças, etc. Quando a ideia é centrar a qualidade no consumidor é necessário avaliar diferentes itens de competitividade e basear-se em alguns conceitos. Para Jenkins (1971), a qualidade é o grau de ajuste de produto a demanda que pretende satisfazer e também a condição necessária de aptidão para o fim a que se destina.

O conceito de gestão de qualidade segundo Sila e Ebrahimpour (1992) pode ser definido como uma abordagem para aumentar a competitividade, flexibilidade e efetividade de uma organização de um modo geral, e recebeu sua devida importância após a indústria japonesa passar a desenvolver táticas para aprimorá-la em questão de planejamento, organização e compreensão de que cada etapa do projeto é realizada para cada indivíduo e seu nível hierárquico. O planejamento requer ações práticas e potenciais que levem a empresa a atingir seu objetivo e a organização está relacionada a garantia de qualidade. Atualmente, a qualidade é um dos conceitos mais importantes da gestão moderna. Utilizar as técnicas e ferramentas da qualidade podem auxiliar uma empresa a ganhar o mercado e obter clientes fiéis aos seus produtos, além de trazer benefícios de desenvolvimento para a mesma. Deve-se pensar nos vários aspectos envolvendo consumidor e produto e não apenas no lucro.

Segundo Petrônio (2005) para descrição, análise e avaliação de situações e problemas são utilizados diferentes instrumentos, por exemplo, o Diagrama de causa-efeito, Histogramas, Gráficos de Dispersão, Brainstorming, Benchmarking entre outros, como o 5S, modelo que surgiu no Japão em 1950, e abrange cinco princípios (Senso de Utilização, Organização, Limpeza, Saúde ou Melhoria Contínua, Autodisciplina) que podem ser implantados na empresa para gerar a qualidade. Além de normas como o ISO9000 e ISO14000.

Embora a relação entre a gestão de qualidade e o ganho de eficiência operacional e aproveitamento de recursos disponíveis na empresa esteja claro, há ainda diversos fatores a serem explorados. Deste modo a presente pesquisa tem como objetivo explorar essa relação através do conhecimento da ferramenta 5S e da preparação dos colaboradores para implementação de projetos de gestão de qualidade.

O Programa 5S

O programa 5S é uma das técnicas mais populares de gestão da qualidade no mundo. Surgiu no Japão, utilizado inicialmente pelas donas de casa para envolver todos os membros da família na organização e administração do ambiente. Por volta de 1950 as empresas japonesas adotaram essa técnica no momento em que tentavam se reerguer da derrota sofrida na segunda guerra mundial pois necessitavam colocar no mercado produtos com preço e qualidade capazes de competir na Europa e Estados Unidos (ANVISA, 2005).

        O 5S é uma metodologia para organizar o local de trabalho, reduzir o desperdício, evitar acidentes, aperfeiçoar os processos e manter uma disciplina necessária para se realizar um bom trabalho (OSADA, 1991). Além de promover uma melhoria no ambiente de trabalho, traz mudança na forma de pensar e no comportamento do funcionários, potencializando a melhoria da qualidade (GODOY, 2001).

De acordo com Osada (1991), o programa recebeu esse nome devido às iniciais de cinco palavras japonesas que sintetizam as cinco etapas do programa, Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke. Na tradução para o português, foram interpretados como organização arrumação, limpeza, padronização e disciplina.

Seiri (Senso de utilização): é o primeiro passo a ser dado no Programa 5Ss. Consiste em identificar e eliminar objetos e informações desnecessárias, existentes no local de trabalho. Os benefícios são vários, como:  liberação de áreas que eram ocupadas com materiais desnecessários, segurança, redução e eliminação do tempo de procura de materiais, facilidade de limpeza entre outros.

Seiton (Senso de ordenação): depois de eliminar o que é desnecessário, os materiais devem ser colocados em locais apropriados de forma funcional, possibilitando o acesso rápido e fácil. Garantindo a qualidade e a segurança, seu lugar de trabalho estará em ordem, facilitando o controle de pedidos de compras para reposição de estoques e boa apresentação do ambiente de trabalho.

Seiso (Senso de limpeza): é a atividade mais básica do 5S, onde as coisas precisam estar organizadas, em seus lugares e sempre limpas, cada usuário do ambiente e máquinas é responsável pela manutenção da limpeza. Este senso resulta em um ambiente agradável e saudável, melhorando a conservação de móveis, equipamentos e ferramentas.

Seiketsu (Senso de padronização): é o momento de padronizar a aplicação dos métodos anteriores para uma melhoria contínua das atividades. Ele cria condições favoráveis à saúde física e mental, além disso, é preciso manter rotinas definidas e esforços constantes para manter os sensos anteriores.