Reaproveitamento de Águas Pluviais/Servidas

REAPROVEITAMENTO DE ÁGUAS SERVIDAS/PLUVIAIS

1. INTRODUÇÃO

Nesta apresentação vamos falar sobre o sistema de reaproveitamento de águas servidas/pluviais, abordando seus componentes, seu funcionamento, suas normas e legislações pertinentes, seu dimensionamento e os benefícios que essas águas trazem para as edificações.

2. O QUE É O REAPROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS?

Este sistema de reaproveitamento consiste de um conjunto de elementos, com tecnologia simples e econômica, que tem como objetivo captar e armazenar a água da chuva para ser utilizada na edificação. O reaproveitamento de água da chuva é uma maneira altamente sustentável de economizar água para fins não potáveis (Limpeza do quintal, lavagem de carros, vasos sanitários, dentre outros) e diminui a ação dos impactos causados ao meio ambiente.

2.1. POR QUE REAPROVEITAR A ÁGUA DA CHUVA?

• Conservação dos recursos hídricos disponíveis;
• Fonte alternativa à água potável;
• Redução do escoamento superficial;
• Redução do risco de enchentes e erosões em áreas urbanas;
• Água captada com baixa concentração de poluentes;
• Redução dos custos associados às tarifas de água.

3. NORMAS E LEGISLAÇÕES

O sistema de reaproveitamento tem seus processos estabelecidos pela ABNT NBR 15527/2007 (Aproveitamento de água de chuva em áreas urbanas para fins não potáveis) e ABNT NBR 10844/1989 (Instalações prediais de águas pluviais) para garantir a qualidade da água de reaproveitamento não potável.

Ainda não existe legislação que regulamente e crie diretrizes para o aproveitamento de água de chuva em nível nacional e estadual. Existe um projeto de lei (PL nº 7.818/2014) em nível federal para criação da Política Nacional de Captação, Armazenamento e Aproveitamento de Águas Pluviais. Em nível estadual existem vários projetos de lei que abordam o assunto, destacando-se o PL nº 1.621/2015 que objetiva criar o Programa de Captação de Água de Chuva.

4. DIMENSIONAMENTO

4.1. DETERMINAÇÃO DA DEMANDA

O dimensionamento do sistema inicia-se com a determinação da vazão diária demandada de água de chuva ou do volume mensal demandado. Essa demanda representa um ou todos os pontos de consumo no empreendimento que permitam a utilização de água de chuva. O empreendedor deve mapear esses pontos e estimar o consumo de água.

4.2. DETERMINAÇÃO DA ÁREA DE CAPTAÇÃO

A área de captação pode ser qualquer superfície impermeabilizada, dando-se preferência aos telhados que possibilitem a captação da água com melhor qualidade. Telhados com maior porcentagem de inclinação facilitam a captação de água de chuva e reduzem as perdas.

A determinação da área de captação deve preferencialmente seguir as diretrizes da ABNT NBR 10844/1989 (Instalações prediais de águas pluviais). Recomenda-se que o ponto de captação esteja próximo ao ponto de uso, para diminuir os custos com encanamento e bombeamento. A área de captação é a projeção do telhado na horizontal.

O material do telhado influencia na qualidade da água captada e no coeficiente de escoamento. Os valores de coeficiente de escoamento mais próximos de 1 são mais indicados para a captação de água da chuva, pois indicam uma perda menor de água na captação.

4.3. DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE PLUVIOMÉTRICO

Os dados de precipitação podem ser obtidos no site HIDROWEB da ANA (Agência Nacional das Águas). Para a obtenção dos dados pluviométricos, o usuário deve acessar: http://www.snirh.gov.br/, Quantidade de água, Rede hidrometeorológica nacional, Hidroweb e Mapa. Caso o município não possua estação pluviométrica, uma nova pesquisa deverá ser realizada, utilizando-se o município mais próximo.

4.4. CALHAS E CONDUTORES

O dimensionamento das calhas e condutores deve preferencialmente seguir as diretrizes da ABNT NBR 10844:1989, caso o empreendimento não o possua, os passos para o dimensionamento são:

Explicar imagem no slide.

Além do correto dimensionamento das calhas é importante que elas possuam dispositivos para retenção dos sólidos grosseiros, tais como folhas, gravetos, pedaços da superfície de coleta. A instalação de telas ou grades é uma maneira simples e eficaz para a remoção desse tipo de material.

4.5. FILTRO AUTOLIMPANTE

A retenção de sólidos grosseiros também pode ser realizada por meio de filtros autolimpantes. Sua função é remover sólidos grosseiros (galhos, folhas, fezes secas de animais, etc.) que tenham sido carregados pela chuva. Seu dimensionamento deve ser realizado com base na área de filtração, que é realizado previamente e informado pelos fornecedores.

É possível a confecção de um filtro autolimpante de baixo custo, na internet encontram-se diversos vídeos explicativos sobre a construção desses filtros. Também existem vários filtros pré-fabricados comercializados, como mostrado a seguir.

4.6. RESERVATÓRIO DE ARMAZENAMENTO

O reservatório deve dispor de alguns dispositivos que contribuam para aumentar a eficiência do armazenamento, impedindo o acesso de animais e insetos ao seu interior, para garantir a qualidade da água em seu sistema de reaproveitamento de água da chuva.

O reservatório de água é o item mais caro do sistema de reaproveitamento, motivo pelo qual deve ser objeto de dimensionamento criterioso. Existem vários métodos de dimensionamento do reservatório de armazenamento, cabendo ao projetista/empreendedor avaliar o mais adequado para sua realidade.

É importante ressaltar que os métodos recomendados pela ABNT NBR 15527/2007 (Aproveitamento de água de chuva em áreas urbanas para fins não potáveis) têm volumes de cisterna muito diferentes, sendo o método de rippl o mais conhecido e que resulta em maiores volumes.

5. DIMENSIONAMENTO DO RESERVATÓRIO DE ARMAZENAMENTO COM O NETUNO 4

O Netuno 4, dimensiona o reservatório superior (opcional) e inferior, apresenta como resultados: o potencial de economia de água potável, o volume de água pluvial extravasado, análises econômicas do sistema considerando o custo do metro cúbico da água potável, a taxa de esgotamento sanitário, custos de construção e operacionais, entre outros fatores.

O reservatório de armazenamento é o componente do sistema de aproveitamento de água pluvial que demanda maior atenção do projetista, pois seu correto dimensionamento determina a viabilidade técnica e econômica do projeto.