Relatório Técnico Estudos Ambientais

1. Introdução

Desde o início da Revolução Industrial, as estradas são vistas como indicativo de modernidade, principalmente no que diz respeito às de pavimento asfáltico. Segundo Pontes Filho (1998) “as estradas devem ser encaradas como uma consequência da civilização”. Tal afirmação destaca a importância da infraestrutura de transportes para o desenvolvimento social e econômico da população como um todo, mostrando que via de regra, a evolução implicou no desenvolvimento da utilização do modal rodoviário.

Sabendo disso, o projeto de uma estrada deve levar em consideração diversos fatores, sejam eles geométricos, físicos, características operacionais dos veículos, ou ainda aqueles de caráter sociais e econômicos, como a viabilidade financeira, conformidade com as leis ambientais e impactos na sociedade como um todo. De posse de todo esse estudo, pode-se então avaliar os ganhos sociais e econômicos gerados pela implantação do projeto e assim viabiliza-lo ou não. Vale ressaltar que as escolhas das diretrizes devem ser baseadas de forma a minimizar os impactos, aumentar a funcionalidade e conter melhores custos/benefícios.

Desta forma, este trabalho tem por objetivo realizar o estudo e projeto de implantação de uma estrada ligando a cidade de “Barragem” à “Fazenda Vítor Dutra” de forma a promover o desenvolvimento econômico, cultural e social da região, bem como facilitar a mobilidade da população local no referido trecho.

1. Relatório Técnico

1. Estudos Ambientais

Após análise das imagens de satélites da região em estudo, constatou-se que a mesma não se localiza em “Área de Preservação Permanente” (APP) e não se trata de área privilegiada por lei (reserva biológica ou indígena, unidade de conservação). Desta forma, como estabelecido nas “Diretrizes Básicas para Elaboração de Estudos e Projetos Rodoviários”, DNIT (2006) e “Estudos de Viabilidade Técnico-Econômica-Ambiental de Rodovias”, não foram detectados quaisquer impedimentos ambientais para implantação do projeto.

1. Estudos de Traçado

A realização da obra é com o intuito de ligar a cidade de “Barragem” à propriedade privada “Fazenda Vítor Dutra” de forma a facilitar a mobilidade de moradores e trabalhadores pela região.

Para a definição de projeto, foram realizados 3 traçados, no qual, a escolha do melhor dentre eles, foi baseada em diversos critérios ainda na fase de exploração.

Traçado 1: possui 3 tangentes e 2 curvas horizontais, totalizando 3,21 km (3210 metros) de comprimento. Contudo, apesar da viabilidade topográfica, este trajeto apresenta grande extensão para uma pequena ligação, elevando os custos de operação, sendo inviabilizado por isso.

Traçado 2: possui 3 tangentes e 2 curvas horizontais, totalizando 2,32 km (2320 metros) de comprimento. Neste traçado, apesar da menor extensão, encontramos trechos nos quais temos grandes inclinações, vencendo grandes altitudes em pequenos comprimentos, aumentando os custos de terraplanagem e inviabilizando o traçado.

Traçado 3: possui 3 tangentes e 2 curvas horizontais, totalizando 2,42 km (2420 metros) de comprimento. Este foi o trajeto escolhido por apresentar menor declividade, percorrendo as curvas de nível de forma mais suave e contendo em seu trajeto maior número de pontos obrigatórios de passagem de circunstância – gargantas.

1. Estudos de Tráfego

Ainda na fase preliminar de elaboração de projeto, foram levantados dados referentes ao tráfego da região e, foi estimado, que o número total é de 20 veículos/ dia, apontando para baixo volume de tráfego esperado na via. Contudo, espera-se que o fluxo aumente em 50% no período de férias, desta forma, será adotado o maior dos valores por questões de segurança, a fim de evitar problemas futuros.

Também foi constatado que os veículos de projeto, característicos para a via são os do Grupo VP (veículos leves), CO (veículos comerciais rígidos não-articulados e de menores dimensões).

Adotando como base a evolução da frota de veículos da região, foi estimado um crescimento futuro de 40% nos próximos anos. Essa ampliação não irá gerar alteração da Classe na Via, totalizando, a partir do pior caso (férias) e estimando o crescimento futuro, cerca de 42 veículos/ dia.

1. Estudos Socioeconômicos

A cidade de Barragem é um pequeno distrito, habitado por menos de 5 mil moradores. A vida nessa localidade é tranquila e os moradores produzem e vendem de acordo com a necessidade da população. Sendo assim, o distrito tem como principal atividade, o comércio.

Nos arredores de Barragem, situa-se a Fazenda Vítor Dutra, produtora e fornecedora de produtos orgânicos. Além disso, oferece opções de hospedagem e atividades de lazer em sua propriedade.

A partir disso, podemos perceber que a ligação entre essa cidade e essa fazenda é de muita utilidade para ambas as localidades. A implantação de uma estrada facilitaria o fornecimento de suprimentos para a cidade, permitiria maior mobilidade urbana, tanto dos trabalhadores, quanto dos visitantes da fazenda, que estão à procura de opções recreativas. Concluímos então que o projeto contribui socialmente e economicamente para o turismo, comércio e deslocamentos locais.

1. Classificação da Rodovia

1. Administração e Jurisdição

A responsabilidade sobre a administração da estrada é da Fazenda Vítor Dutra.

1. Classificação Funcional

Trata-se de uma “Via local”, onde suas funções principais são: mobilidade de trabalhadores da Fazenda Vítor Dutra para a cidade de Barragem e escoamento de sua produção. Também a via é utilizada para o turismo na fazenda que oferece hospedagem e atividades de lazer.  

1. Características Físicas

Rodovia não pavimentada, com pista simples.

1. Padrão Técnico

Classe da Rodovia: Classe IV-B.

Característica: Pista simples.

Critério de Classificação Técnica: Volume Médio Diário (VMD) < 50 veículos.

Velocidade adotada: 30 km/h.

* Informações retiradas de tabelas do DNIT (2010), em função do relevo montanhoso e VDM < 50 veículos.

1. Orientação Geográfica da Via

Não possui orientação geográfica definida. A estrada será uma rodovia de ligação entre a Barragem e a Fazenda Vitor Dutra.

1. Classificação da Rodovia Segundo o Relevo
   

A Linha de Máximo Declive (LMD) do caminho escolhido foi a tangente III do terceiro traçado, que foi o escolhido para implementação da estrada, cuja declividade é de 19,81%, como mostrado nos cálculos anexos. Assim, é possível concluir, a partir da tabela do professor Mauro Menzori, que a região é classificada como montanhosa (LMD>15%).