Resenha O Modelo Toyota – 14 princípios de gestão do maior fabricante do mundo.
Por: Jessica Alves • 29/8/2021 • Resenha • 1.303 Palavras (6 Páginas) • 935 Visualizações
O professor de engenharia industrial e de operações Jeffrey K. Liker leciona na Universidade de Michigan e dirige o programa de Lean Manufacturing em sua universidade. Seus textos sobre o modelo Toyota foram premiados e publicados em diversos periódicos de renome. Publicado primeiramente em 2005 e reeditado em 2007, o livro “O Modelo Toyota – 14 princípios de gestão do maior fabricante do mundo” apresenta os princípios da produção enxuta que melhoraram o desempenho e competitividade da Toyota, tornando-a a montadora mais lucrativa do mundo e também aborda a logística de peças e cadeia de suprimentos.
O Sistema Toyota de Produção (STP) surgiu no cenário de Pós-guerra, onde o aumento da competitividade do mercado automobilístico imperava, demandando que a empresa aumentasse sua produtividade e reduzir os desperdícios para que assim pudessem se sustentar no mercado. A Toyota identificou alguns desperdícios capitais que devem ser combatidos, tais como: superprodução, tempo de espera (sem trabalho), transporte ou movimentação desnecessária, processo (passos desnecessários no processamento), estoque em excesso, movimentos desnecessários dos funcionários durante o trabalho, produtos com defeitos e desperdício da criatividade dos funcionários. Estes desperdícios implicam diretamente em falhas na qualidade.
A fim de apresentar toda a complexidade do Toyotismo, Liker (2007) divide o livro em Parte I: Contextualização sobre a história da empresa; Parte II: Apresenta os 14 princípios do Modelo Toyota subdivididos em quatro seções (“Filosofia de longo prazo”, “O processo certo produzirá os resultados certos”, “Valorização da organização através do desenvolvimento de seus funcionários e parceiros”, “A solução contínua de problemas na origem estimula a aprendizagem organizacional”); Parte III: Aplicação do Modelo nas organizações de produtos e de serviços para torná-las enxutas.
A seção “Filosofia de longo prazo” coincide com o primeiro principio do Toyotismo: “Basear decisões administrativas em uma filosofia de longo prazo, mesmo em detrimento de metas financeiras de curto prazo”. Este princípio embasa todos os demais e nele têm-se a ideia que o crescimento e alinhamento dos objetivos da organização são mais importantes que o ganho monetário, visto que permite construir resultados sustentáveis.
A seção “O processo certo produzirá os resultados certos” abrange os princípios de 2 a 8. Sendo eles:
2. “Criar um fluxo de processo contínuo para trazer os problemas à tona”: Os processos de trabalho devem agregar valor ao produto e fornecer um fluxo contínuo que mova materiais e informações de forma rápida dando visibilidade aos problemas.
3. “Usar sistemas puxados para evitar a superprodução”: Subsidiado pela aplicação do Just in time e minimização de estoque;
4. “Nivelar a carga de trabalho (trabalhar como a tartaruga, não como a lebre): Eliminação de perdas e sobrecargas de trabalho;
5. “Construir uma cultura de parar e resolver os problemas, obtendo a qualidade logo na primeira tentativa”: Qualidade em primeiro lugar, maquinário com detecção de problemas e parada automática (manutenção preditiva), solução rápida dos problemas;
6. “Tarefas padronizadas são a base para a melhoria contínua e a capacitação dos funcionários”: Métodos repetitivos possuem resultados previsíveis, tempo e processos regulares;
7. “Usar controle visual para que nenhum problema fique oculto”: Usar indicadores visuais simples para ajudar na percepção dos problemas, evitando computadores por causa das distrações. Os relatórios devem ser diminutos, resumidos a uma folha.
8. “Usar somente tecnologia confiável e completamente testada que atenda funcionários e processos”: A tecnologia deve ser usada para ajudar as pessoas e não na sua substituição, novas tecnologias podem atrapalhar a padronização e prejudicar o andamento do fluxo. Um processo conhecido e testado deve ser priorizado no lugar de tecnologias recentes e sem testes. As novas tecnologias devem ser testadas e estar em conformidade com a cultura da empresa.
Na seção “Valorização da organização através do desenvolvimento de seus funcionários e parceiros” são apresentados processos e ferramentas importantes que contribuem para o pensamento enxuto na esfera tática e na estratégica do modelo Toyota, pois fornecem uma filosofia administrativa sustentável a longo prazo. Ela é composta pelos princípios “9 – Desenvolver líderes que compreendam completamente o processo de trabalho, que vivam a filosofia e a ensinem aos outros”, “10 – Desenvolver pessoas e equipes excepcionais que sigam a filosofia da empresa”, “11 – Respeitar sua rede de parceiros e fornecedores desafiando-os e ajudando-os a melhorar”. Nestes princípios preza-se pelo estímulo ao crescimento e desenvolvimento de talentos, competências e habilidades das pessoas a fim de colher bons resultados, considera-se também os parceiros e fornecedores, pois eles são uma extensão da empresa.
A terceira seção, “A solução contínua de problemas na origem estimula a aprendizagem organizacional”, é baseada em três princípios: 12 – “Ver por si mesmo para compreender completamente a situação”, 13 – “Tomar decisões lentamente por consenso, considerando completamente todas as opções; implementá-las
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