Risco de Enchente

Risco de Enchentes

É muito comum ouvirmos todos os dias nos telejornais e diversas outras plataformas de notícias sobre desastres naturais, terremotos entre outras fatalidades, é fato que a intensidade de ocorrência desses desastres aumentaram exponencialmente em todo  mundo, principalmente nas últimas décadas e tende a continuar aumentando de forma considerável. Existem alguns fatores causadores, tais como: o aumento populacional e a ocupação do solo, associados ao processo de urbanização e industrialização. Em áreas rurais, esses fatores se devem principalmente aos desmatamentos, queimadas, compactação dos solos, assoreamento dos rios, destruição das nascentes.  Nos perímetros urbanos, à impermeabilização dos solos, adensamento das construções, conservação de calor e poluição do ar.  

 Sobral (2011) sustenta que os desastres podem ser definidos como o resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem, sobre um ecossistema vulnerável, causando danos humanos, materiais e ambientais e consequentes prejuízos econômicos e sociais para a sociedade, quando Sobral (2011) fala sobre um ecossistema vulnerável ele refere-se às condições dos ecossistemas, como falamos no primeiro parágrafo, mas pode ser ampliada por  considerar as condições  socioeconômicas da população do território atingido por determinado fenômeno, um exemplo claro são as favelas construídas nas encostas e sempre sofrem com deslizamentos de terra.

Em outra vertente Natarajarathinam et al. (2009), afirma que os desastres são eventos súbitos e inesperados ou lentos, caracterizados por atingir uma determinada região causando danos econômicos, sociais e ambientais e podendo resultar em mortos e feridos. Diferente de Sobral (2011) esse autor agrega um fato muito destacado por outros estudiosos que é o processo lento e inesperado com que os desastres em geral acontecem quase sempre em consequência da degradação ou mudança climática ao longo dos anos, pois os indivíduos não pensam em longo prazo, vale ressalta que nos últimos anos iniciaram muitos movimentos para essa prevenção.

Quando falamos em desastres naturais, são eles diversos, tais como já mencionamos no discurso, no Brasil em especifico os desastres naturais relacionam-se, na maior parte, a situações de mudanças climáticas, como inundações, deslizamentos de terra, temperaturas extremas, tempestades e secas, além de calamidades como incêndios, terremotos, infestações de insetos e epidemias, de acordo com análise de dados disponíveis na base de dados de desastres EM-DAT (2012)

Dentre esses desastres mencionados acima, vamos nos centra e explanar brevemente sobre as enchentes, fato muito decorrente em diversas regiões do país, Segundo Freitas (2012, p. 1601-1616 ) “As enchentes são os desastres naturais com maior frequência e afetam a vida de aproximadamente 102 milhões de pessoas a cada ano, principalmente nos países em desenvolvimento e em grandes centros urbanos, com tendência de aumento nas próximas décadas”  o fato mais preocupante é as consequências desse tipo de desastre, pois ele coloca em risco uma necessidade básica do ser humano para sobreviver que é a água potável, esse fato se agrava ainda mais quando ocorre em países subdesenvolvidos como alguns países da América latina e central, dentre eles o Brasil com regiões de extrema pobreza e sem infraestrutura.

Ainda sobre o tema Freitas afirma que:

“A rede de distribuição de água para consumo humano quando afetada, compromete o fornecimento para as casas e mesmo para os serviços de saúde, resultando, entre outras coisas, na falta de água potável para a população. Além de afetar a distribuição, a água da rede utilizada pela população, bem como poços e nascentes, acabam sendo contaminados por agentes infecciosos presentes nas águas das enchentes, aumentando o risco de doenças transmitidas pela ingestão da água. A contaminação de alimentos armazenados em casas ou mercados, bem como de organismos marinhos filtradores, como ostras e mariscos, é também relatada como um dos problemas ambientais. Outra forma de contaminação de águas e alimentos é a por produtos químicos, de origem industrial, comercial e/ ou residencial. A contaminação química, pode se dar por substâncias estocadas em tanques subterrâneos, com maiores impactos em residências e construções próximas às regiões industriais ou de agricultura atingidas pelas enchentes, ou ainda pela mobilização de produtos químicos já presentes no solo como nitrogênio e fosfatos provenientes da lixiviação da adubação química”

Abaixo um quadro que mostra as principais consequências provocadas na saúde pelas enchentes:  

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Figura 1: Quadro de consequências das enchentes sobre a saúde humana Freitas (2011)

Nesse sentido EM-DAT (2012), diz que a severidade dos desastres pode ser relacionada com a quantidade de mortes ou com a quantidade de pessoas afetadas. Na Figura 2 são apresentados os eventos com maiores incidências no Brasil, onde as inundações aparecem como a principal causa de desastres, quase 60% dos eventos.