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SEGURANÇA DO TRABALHO E O SEU NÍVEL DE CAPACITAÇÃO GERENCIAL

Por:   •  30/4/2018  •  Artigo  •  2.572 Palavras (11 Páginas)  •  129 Visualizações

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O ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO E O SEU NÍVEL DE CAPACITAÇÃO GERENCIAL

                                                                                     Paulo Roberto Mendes[1]

RESUMO

O Engenheiro de Segurança do Trabalho tem a responsabilidade de zelar pela saúde e pela integridade física do trabalhador, reduzindo ou eliminando o risco de acidentes no ambiente de trabalho. Considerando que a habilidade deste profissional vai além da técnica e, utilizando-se de consultas bibliográficas e outros estudos monográficos, a Norma Regulamentadora (NR. 04) e de sites de empresas especializadas em Segurança e Saúde ocupacional, buscaremos salientar a importância da habilidade gerencial do Engenheiro de Segurança do Trabalho, e do relacionamento entre as partes de uma Organização. Este artigo tem como objetivo analisar algumas das responsabilidades do Engenheiro de Segurança do Trabalho, bem como avaliar criticamente o grau de qualificação, capacitação e abrangência da sua atuação no contexto interno e externo das organizações. Neste artigo, concluiremos sobre a necessidade do Engenheiro de Segurança do Trabalho atuar além dos seus conhecimentos conceituais, normativos e técnicos, pois, diante das pressões econômicas atuais, esse profissional deverá agir como mediador hábil e equânime entre o empregador e seus empregados. Em outras palavras, um profissional com refinada Capacitação Gerencial.

Palavras-chave: Engenheiro. Segurança. Saúde. Capacitação Gerencial.

Introdução

Este trabalho acadêmico apresenta de forma objetiva, uma análise sobre as funções primárias do Engenheiro de Segurança do Trabalho, enfatizando, em contra partida, a necessidade de esse profissional desenvolver habilidades gerenciais, aliadas às suas atribuições. Nas organizações modernas, diante da concorrência do mercado, pressão financeira e exigências de Certificações de Sistemas de Gestão, consequência da globalização, torna-se imprescindível que esse profissional adquira habilidades para gerir conflitos de interesses entre as partes de uma Organização.

Diante do pressuposto, e considerando as limitações das fontes de informações para a confecção deste artigo, duas questões são levantadas como base deste trabalho acadêmico:

  • Ter conhecimento normativo e técnico é o suficiente para o Engenheiro de Segurança do Trabalho, obter resultados positivos na implementação de Sistemas de Segurança e Saúde Ocupacional?
  • Quais as habilidades que devem fazer parte do perfil profissional de um Engenheiro de Segurança do Trabalho?

Sabe-se que a preocupação com a segurança e a saúde ocupacional em diversas empresas, públicas ou privadas, transformou-se em realidade no Brasil, quando imposta pelo estado por meio de leis aplicadas pelo Ministério do Trabalho e, sustentada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), bem como pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo com a Norma Regulamentadora NR 04, serviços especializados em engenharia de segurança e em medicina do trabalho:

As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, manterão, obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho (NR 04, p.1, alterado pela Portaria SSMT nº33, de 27 de outubro de 1983).

Com base no item 4.1 desta Norma Regulamentadora (NR4), aprovada conforme Portaria GM nº. 3.214, de 08 de junho de 1978, pode-se inferir que a Segurança e Saúde ocupacional, no Brasil, não foi uma política concebida pela aderência voluntária de empresários e governantes. Sendo assim, poderemos também propor que o profissional que irá executar e gerir o Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional terá muitas barreiras no cumprimento de suas obrigações profissionais dentro das organizações Privadas ou Públicas.

Neste cenário, o presente artigo visa dar maior relevância à capacitação gerencial do Engenheiro de Segurança do Trabalho, ou seja, a capacidade de dirimir conflitos em relação à Organização, às Normas Regulamentadoras e aos funcionários, nesta ordem.

 Para que este trabalho tenha êxito em sua proposta, a metodologia aplicada será a da pesquisa e análise criteriosa de trabalhos de autores já publicados em impressos ou em meios eletrônicos, incluindo material didático de Instituições de ensino e instituições ligadas à segurança e saúde do trabalho, que dispõem de estudos mais atualizados. Dessas Instituições, destacam-se os materiais didáticos da Universidade Candido Mendes, da Federação Nacional dos Engenheiros de Segurança do Trabalho (FENATEST) e autores como Idalberto Chiavenato, Patrick Montana e Bruce H. Charnov, que sustentaram as ideias e propostas deste artigo.

        Enfim, a conclusão desta pesquisa está fundamentada em estudos analisados das obras literárias voltadas à engenharia e administração; e em especialistas técnicos de instituições públicas e privadas, detentoras de conhecimentos abrangentes sobre a Engenharia de Segurança do Trabalho.

Desenvolvimento

Tomando como referência o perfil do Engenheiro de Segurança do Trabalho, requerido pelas organizações, sejam elas públicas ou privadas e, conforme pesquisa em diversos anúncios de empregos e editais de concursos públicos pelo Brasil, constata-se que, habilidades na gestão de conflitos, estão pouco salientadas nos requisitos mínimos para investidura de cargo ou contratação (figura 1). Quando se fala em gestão de conflitos, evidencia-se a necessidade de saber a arte de equacionar interesses pessoais e conduzir ao resultado desejado. Neste caso, o resultado esperado é a integração e o comprometimento de toda a organização para os programas direcionados a segurança e saúde no trabalho.

Alain Arrigou indica algumas dificuldades do profissional no âmbito da empresa, que dá dimensão à complexidade do trabalho do Engenheiro de Segurança:

  • articulação, nas suas decisões, entre prevenção, eficácia, exigências de regulamentações e pressão de parceiros sociais;
  • articulação dos conhecimentos provenientes das diferentes disciplinas que integram a Engenharia de Segurança do Trabalho;
  • desenvolvimento de práticas multidisciplinares ou mesmo transdisciplinares com os outros atores da empresa. (GARRIGOU apud Moreira, 2003, p.56).

Segundo Idalberto Chiavenato, “O administrador precisa conhecer as necessidades humanas para melhor compreender o comportamento humano e utilizar a motivação humana como poderoso meio para melhorar a qualidade de vida dentro das organizações” (CHIAVENATO, 1998, p.532). Dessa argumentação, pode-se inferir que, o Engenheiro de Segurança do Trabalho, enquanto administrador precisaria conhecer e dominar, além das técnicas prevencionistas de acidentes, as necessidades dos colaboradores de sua organização, para então, a partir da motivação dos mesmos, alcançar os objetivos dos programas de segurança e saúde no trabalho.

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