SISTEMA DE PRODUÇÃO PUXADA EM UMA CONFECÇÃO: Obtenção de custos reduzidos e melhorias nos processos

SISTEMA DE PRODUÇÃO PUXADA EM UMA CONFECÇÃO:

Obtenção de custos reduzidos e melhorias nos processos

Graziele Aparecida Santos Brandão*

Resumo

O presente artigo teve como objetivo principal demostrar os benefícios da implantação do sistema de produção puxada em uma confecção de roupas de ginástica, tornando-se evidente quais serão as vantagens e desvantagens da implementação deste processo, através de pesquisas de campo e revisão bibliográfica. Busca-se também destacar a importância de se trabalhar de forma enxuta, reduzindo os possíveis desperdícios de matérias primas e tempo de seus colaboradores. Através do presente artigo foi possível constatar que a implantação deste sistema de produção puxada possui um grau de dificuldade médio e um baixo custo operacional sendo desta forma uma ótima proposição para que a empresa reduza significante suas perdas, sendo elas: de tempo nos processos, estoques ou estagnação por falta do planejamento das vendas. O maior desafio é a manutenção deste sistema por depender do envolvimento e disciplina de todos os envolvidos nesta cadeia produtiva.

PALAVRAS-CHAVE - Produção.Processo.Desperdicios.Planejamento

INTRODUÇÃO

  Nos momentos de crise é que as oportunidades de inovação surgem, por este motivo focar na otimização de processos produtivos vem se tornando cada vez mais importante para aqueles que buscam a redução dos desperdícios. Desta forma, entender quais são as diferenças entre produção puxada produção empurrada vai fazer com que o gestor consiga ter uma visão ampla de seus processos e consequentemente alavancar sua produtividade, reduzindo estoques, e reduzindo os custos operacionais.

A produção puxada trata-se de um sistema de produção em que cada ciclo do processo produtivo “puxa” a etapa anterior, em que a ordem de produção vem diretamente da demanda dos seus clientes. O termo Just in time neste processo de produção é levado ao pé da letra, ou seja, a forma de se produzir e entregar ao cliente apenas o que ele realmente precisa, na hora e quantidade certa.

No processo de produção puxada, só há produção se houver demanda por parte dos clientes, porém para que este processo funcione de forma correta é necessário um controle rígido do estoque de matérias primas, ou seja, o operador Kanbam precisa estar atento nas baixas e entradas de matérias na empresa.

O objetivo principal do presente artigo é evidenciar as vantagens e desvantagens da implantação do processo produtivo de produção puxada em uma confecção de roupas de ginastica, com foco na redução dos desperdícios, fazendo com que a empresa Ana Carolina Confecções LTDA possa produzir mais e com a qualidade desejada por seus clientes, aplicando no mercado os valores de acordo com o ramo de atuação, através de processos simples.

Este trabalho encontra-se estruturado na seguinte sequência :Resumo em língua portuguesa, Introdução, Referencial Teórico, Contextualização do setor pesquisado, Metodologia utilizada, Apresentação de discussão dos resultados, Considerações Finais e Referencias Bibliográficas.

REFERENCIAL TEÓRICO

Sistema de Produção puxada

O sistema de produção puxada é um sistema muito útil por auxiliar na organização e conhecimento do mercado em que se pretende atingir e estabelecer as estratégias que serão adotadas para conquista de clientes e vender o produto oferecido.

Segundo Pinheiro (2016), é possível dividir os sistemas de planejamento de produção em sistemas puxado e/ou empurrado. O sistema de produção puxado é conhecido como um sistema relacionado ao Just in time e tem como finalidade planejar e controlar a produção quanto a movimentação de materiais com o menor custo possível de recursos, obtendo um nível de processo satisfatório. Para alcançar esta finalidade, o sistema puxado faz uso de um sistema de sinalização que funciona conforme o estoque de peças.

Para Cirino et al. (2013), o sistema puxado demanda de várias peças controladas ao final do processo, ou seja, quando o operador do processo precisa realizar a coleta de determinadas peças, elas estarão disponíveis e, ao se alcançar certo nível relacionados ao tempo de processo, é enviado um sinal para que se faça a movimentação do processo. Essa movimentação pode ser a produção ou ressuprimento, sendo permitida a sua diversa repetição ao longo da cadeia de processamento.

Ainda conforme Cirino et al. (2013), o sistema puxado é implementado quando a empresa não tem condições ou capacidade de desenvolver um fluxo unitário de peças. Por este motivo o sistema puxado precisa ser usados em processos de produção que existam algumas etapas as quais, não é possível criar um fluxo que se processe um produto de cada vez.

Os autores citados acima apontam como característica principal do sistema puxado a imposição de somente um ponto de planejamento. Desta forma a programação do processo de produção de pedidos dos clientes é colocado em um único ponto da cadeia, enquanto as demais etapas do processo podem ser feitos em fluxo ou puxados, de acordo com o consumos dos produtos finais.

Segundo Marin (2016), o sistema Kanban trata-se de um sistema, feito através de cartões, para controlar e reduzir os estoques intermediários na operação de produção operacionalizando o sistema de produção puxada. É um sistema desenvolvido na década de 1960 pelos engenheiros da Toyota com a finalidade de proporcionar simplicidade ao processo e oferecer maior rapidez às atividades de programação, controle e acompanhamento da produção em lotes. A origem do sistema Kanban surgiu da análise da forma como os supermercados americanos daquela época tratavam seus estoques.

De acordo com King (2009), o kanban quando bem implementado oferece uma diversidade de benefícios à empresa, dentre eles, o aumento da produtividade, a redução de lead-times de produção, redução de estoques e, de acordo com o projeto do produto e fluxo do sistema de produção, também possibilita à empresa, atender pequenas variações de mercado. Com base no exposto, nota-se ser o Kanban e o sistema puxado simples controles voltados para o estoque e de fácil entendimento e aplicação, visto que facilitam a gestão da produção da organização.

De acordo com Hax e Candea (1984) e Thurer e Godinho Filho (2012), o sistema de produção em lotes, possui como características a produção de quantidades diferentes de diferentes produtos que usam os mesmos recursos em um mesmo setor fabril. No sistema de produção em lotes no decorrer do processo produtivo, os chamados setups ao longo do processo. Este sistema trabalha comumente com ordens de produção, que não são parametrizadas com as quantidades a serem produzidas, roteiro de produção e datas das entregas.