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SUAPE PORTO

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Por:   •  1/12/2013  •  2.934 Palavras (12 Páginas)  •  479 Visualizações

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O porto de Suape (PE)

Na década de 50, o pesquisador econômico e social, Padre Louis Joseph Lebret idealizou a construção do Porto de Suape. O porto de Suape foi inicialmente previsto para operar produtos combustíveis e cereais a granel, em substituição ao porto de Recife. Na oportunidade, sua construção foi associada à idéia de atender a um distrito industrial localizado em área adjacente às instalações portuárias. A Lei 7.763, estadual, de Sete de novembro de 1978, criou a empresa Suape – Complexo Industrial Portuário, com finalidade de administrar o desenvolvimento das obras. A Implantação começou pelo molhe sul, em 15 de março de 1980, sendo inaugurado o píer em Nove de novembro de 1982, em abril de 1984 aconteceu o primeiro embarque de álcool, dando início às operações, o primeiro berço do cais foi inaugurado em 09 de maio de 1986. A partir de 1991, entrou em operação o Cais de Múltiplos Usos, movimentando cargas em geral conteinerizadas. Em 1994 foi concedido um financiamento de R$ 15 milhões para construção de um terminal para armazenamento de combustíveis no Porto de Suape, o qual aumentaria em 83% a capacidade de armazenamento de combustíveis. Mais uma vez, o fator decisivo na escolha do local de instalação foi devido à boa infraestrutura de Suape e do nível de profundidade que permite a operação de navios com capacidade de 60 mil metros cúbicos. Além disso, a localização de Suape é estratégica para importação de produtos da Europa, Caribe e EUA, bem como para a distribuição nas regiões Norte e Nordeste.

Percebendo a importância de um porto bem organizado. O governador Joaquim Cavalcanti decidiu adotar o modelo dos países desenvolvidos, como o europeu, em particular, deixando que os serviços, áreas de operação e armazenagem ficassem sob cuidados de empresas privadas, ficando apenas com a responsabilidade da infraestrutura. Deste modo, o projeto do Complexo Industrial Portuário de Suape foi revigorado pelo Governo Estadual, passando a ser um hub-port (concentrador e distribuidor de cargas) e atraindo a instalação de indústrias, empresas portuárias e armadores internacionais.

O Porto de Suape dispõe de três condições naturais que contribuem para seu melhor desempenho: águas profundas junto à costa, quebra-mar natural formado por uma linha de arrecifes e extensa área plana disponível para instalações. Ainda para maior proteção foi construído um molhe em forma de L de quase 3 km que forma a bacia onde se ergueu o cais de acostagem dos navios.

Semelhante ao sistema europeu, a Administração do porto conta com reduzido número de funcionários, cuidando apenas da movimentação de navios, segurança e manutenção, cabendo às empresas privadas as operações com as cargas. Este sistema de gestão recebe o nome de landlord port (praticamente toda a movimentação de cargas está concessionada a empresas privadas, cabendo à Administração do porto o papel de assegurar o bom funcionamento do porto, controlando e garantindo o cumprimento da existência do serviço público, para além do acompanhamento e fiscalização das próprias concessões).

Devido à maioria dos produtos exportados por Suape ser proveniente da região e terem como destino os EUA, a inspeção sanitária é feita ainda na fazenda por uma representação da Vigilância Sanitária do governo americano. Assim, os contêineres já saem das regiões vistoriadas e lacradas, não podendo ser mais abertos no porto. A movimentação de cargas é realizada exclusivamente por operadores portuários pré-qualificados que liberam o contêiner vazio com destino à fazenda dos produtos, fazendo o recebimento do contêiner cheio, sua pesagem e armazenagem no terminal.

Assim, os frutos dessa experiência já vêm sendo colhidos desde 1991, quando os resultados apresentados pelo Suape foram de crescimento de 15% na movimentação de cargas e de 30% no número de navios, se comparados com o ano anterior. Se analisado o período entre 1992 e 1998, o salto no total de cargas movimentadas foi de 300%, passando a operar com superávit, visto que até então só operava com déficit – sua receita só cobria 30% das despesas. Com isso, confirmando-se que o porto é o estímulo às exportações, iniciou-se também o crescimento das plantações de frutas na região, bem como em parte da Bahia, Maranhão e Piauí, sendo que neste mesmo ano, 30% dos 120 milhões de frutas secas exportados pelo Brasil foram embarcados pelo Porto de Suape.

O resultado desta estrutura contribuiu diretamente à redução dos custos portuários, sendo o menor custo do país.

No ano de 2005, novos empreendimentos foram divulgados, como o grupo coreano têxtil Kabul, cujo investimento previsto era de US$ 200 milhões entre 2005 e 2009, gerando até cinco mil empregos diretos, contribuindo ao mesmo tempo para o desenvolvimento da região. Em 2004 foram anunciados projetos como o pólo petroquímico desenvolvido pelo grupo italiano Mossi & Ghisolfi e pela Petrobrás, além de um parque do grupo argentino Arcor e uma fábrica da PEPSICO.

O Porto de Suape começou a realizar operações de drawback (importação de matéria-prima e exportação de produto acabado), pois é um porto estratégico e sua infraestrutura permitiu o transporte dessa carga de uma única vez, dando início à operação de drawback no Estado, além de possuir tecnologia e o sofisticado sistema de controle nos aparelhos portuários que permitiram a operação em menos de duas horas.

Segundo o BNDES, em termos de geração de cargas pesa a favor do porto a área para a instalação de indústrias, o fato de ser o mais importante centro logístico do Norte/Nordeste e a proximidade com os portos da América do Norte e da Europa.

Portanto, é preciso considerar que há relativamente pouca carga gerada nos portos do Nordeste, o que acaba resultando em custos elevados para o transshipment (no sentido de exportação, os contêineres são descarregados das embarcações de cabotagem para o porto, sendo posteriormente, carregando em embarcações de longo curso, e no sentido de importação, no sentido inverso) da carga que seguiria para os portos do Sul e do Sudeste.

O Porto de Suape tem identificado às defasagens no ramo portuário e aplicado algumas estratégias contribuintes para o seu bom funcionamento, como por exemplo, tem atentado para as cinco forças competitivas de Porter: clientes, fornecedores, substitutos, concorrência e novas empresas.

A gestão do Porto de Suape desenvolve projetos que tratam da questão ambiental e também dos serviços sociais, onde são desenvolvidos programas de apoio ao desenvolvimento sustentável, fornecimento

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