TRATAMENTO DE EFLUENTES LÍQUIDOS INDUSTRIAIS E ESGOTOS SANITÁRIOS
Por: quintino1705 • 5/5/2015 • Trabalho acadêmico • 2.415 Palavras (10 Páginas) • 344 Visualizações
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Curso de ciências licenciatura Plena em Quimica – 6° Periodo
Raphael Quintino dos Santos
TRATAMENTO DE EFLUENTES LÍQUIDOS INDUSTRIAIS E ESGOTOS SANITÁRIOS DA EMPRESA CARAMURU ALIMENTOS S.A
INTRODUÇÃO
Os líquidos descartados após o tratamento, deverão apresentar características físico-químicas tais, que permitam o seu reuso como água industrial e/ou descarte em rede coletora pública. Para alcançar estes objetivos, a Estação de Tratamento foi projetada para atingir as seguintes metas:
I - Adequação das características físico-químicas do efluente tratado, que deverá atender aos limites de lançamento exigidos pela Agência Goiana de Meio Ambiente, conforme artigo 22 da Lei nº 8544, de 17 de outubro de 1978, ou seja:
- pH 5,0 a 9,0
- Temperatura 40 °C
- Resíduo Sedimentável 1,0 ml/l
- Solúveis em Hexana 100 mg/l
- DBO5,20 60 mgO2/l
II - Viabilizar a reciclagem do efluente tratado ao processo, como água industrial, para reposição nas torres de resfriamento e para usos secundários na planta, como por irrigação de jardins, e limpeza de pátios. A vazão a ser reciclada será a maior possível, podendo chegar a 100% dos efluentes tratados, eliminando assim qualquer descarte de efluente líquido pela planta.
DISPOSIÇÃO DOS EFLUENTES LIQUIDOS TRATADOS
Todos os efluentes gerados na unidade industrial, após seu tratamento pelos sistemas da ETE, nas etapas de pré-tramento, biológico e terciário de polimento, seguirão para reservatórios de armazenamento. Os efluentes tratados e armazenados serão reutilizados como água industrial, como água de reposição das diversas torres de resfriamento existentes na planta, e para limpeza de pátios e pisos internos.
O volume excedente, não utilizado como água industrial, será enviado para a lagoa existente, da qual será recalcado por bombas existentes, para irrigação de jardins e gramados da própria industria.
DISPOSIÇÃO DOS RESIDUOS SÓLIDOS RESULTANTES DE TRATAMENTO
As borras geradas no setor de refino (sabão de ácido graxo) e o material graxo separado pelo sistema de flotação do tratamento primário do efluente líquido da refinaria serão comercializados com terceiros como matéria-prima para fabricação de sabão.
O resíduo sólido retirado da caixa separadora de sólidos existente na linha de efluente da farinheira é doado a terceiros como ração animal.
O sistema de tratamento de efluentes líquidos gerará como resíduo sólido apenas uma torta desidratada, resultante do deságüe da mistura dos lodos biológico e do lodo primário gerado pelos sistemas de flotação. Esta torta deverá apresentar uma concentração de sólidos secos entre 20 a 30%, estará estabilizada biologicamente, e será enviada para disposição adequada em aterro.
DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE TRATAMENTO
Os descartes de líquidos da planta da Caramuru Alimentos são agrupados em quatro fluxos principais: esgotos sanitários gerados pelas áreas, efluentes gerados pela refinaria, envase e expedição de óleos, efluentes gerados pela fabricação de farináceos na unidade de alimentos de milho (farinheira), e efluentes gerados pelos setores de extração/caldeira.
Os esgotos sanitários, após serem coletados por redes próprias fluirão por gravidade para estações elevatórias, das quais serão recalcados diretamente ao reator biológico da ETE. A vazão afluente de esgotos sanitários será medida através de um medidor de vazão tipo parshall, para o controle da vazão transferida ao sistema de tratamento biológico.
Os efluentes gerados pela refinaria/envase/expedição de óleos, após a caixa coletora de óleo existente, serão recalcados para uma torre de resfriamento. O efluente resfriado fluirá por gravidade para um separador de óleo, sendo acumulado em uma elevatória, de onde serão recalcados para o sistema de tratamento físico-químico por flotação com ar dissolvido.
O efluente gerado pela farinheira, após ser pré-tratado em caixa separadora de sólidos existente, é recalcado para o tanque de equalização na entrada da ETE.
Os efluentes dos setores da extração/caldeira são recolhidos em um tanque de recepção na área da ETE, de onde serão recalcados para uma torre de resfriamento. Os efluentes resfriados fluirão por gravidade para o tanque de equalização, juntando-se ao efluente da farinheira. O tanque de equalização terá por função absorver as variações na vazão afluente a ETE, e a homogeneização da massa líquida, mantendo suas características físico-químicas em uma faixa de variação restrita, otimizando os custos operacionais e a eficiência do tratamento por flotação com ar dissolvido.
No sistema, o efluente bruto é alimentado por meio de bomba até o floculador tubular. Neste equipamento, que utiliza um sistema tubular contínuo, ocorrem 3 operações unitárias, existindo para tanto três estágios distintos. No primeiro estágio é efetuado o ajuste do pH até a faixa ideal para as reações posteriores, este ajuste é feito pela adição automática de solução alcalina, através de uma bomba dosadora comandada por um medidor-controlador de pH, que compara o valor instantâneo medido com a faixa de trabalho pré-estabelecida. No segundo estágio do floculador tubular, o efluente recebe a adição de um coagulante, e no terceiro estágio é dosado um floculante, resultando então na formação de flocos em suspensão e na clarificação da fase líquida.
Após o condicionamento químico, o efluente floculado seguirá para o Sistema de Flotação com Ar Dissolvido(FAD), onde ocorrerá a separação da fase sólida em suspensão da fase líquida clarificada, sendo seu funcionamento:
- Parte da água tratada pelo sistema FAD é recirculada entre o tanque de flotação e o skid de recirculação pelas Bombas de Recirculação.
- Na linha de recalque da recirculação, é misturado ar atmosférico por meio de Ejetor Líquido/Gás, equipamento este que utiliza a energia cinética do líquido para aspirar ar atmosférico.
- O fluxo de água mais ar é bombeado para o tanque de pressurização, no qual se efetiva a dissolução do ar na água, devido à pressão positiva existente no seu interior, e ao tempo de residência hidráulica.
- A mistura água/ar saindo do tanque de pressurização flui através das válvulas de expansão, onde ocorre sua despressurização, formando então um líquido de aparência leitosa, devido à geração de um grande número de microbolhas de ar.
- Na câmara de entrada do tanque de flotação, a combinação do efluente bruto com a mistura água/ar propicia o contato e união das microbolhas de ar com as partículas sólidas em suspensão.
- A nova mistura é encaminhada para o interior do tanque de flotação onde se inicia o processo de separação das fases.
- O fluxo de efluente bruto mais o de recirculação é distribuído de maneira homogênea no tanque de flotação, permitindo que as partículas sejam conduzidas para toda a superfície do equipamento, formando um lodo sobrenadante.
- Um sistema de raspadores de superfície remove continuamente os sólidos flotados, descarregando-os na caixa coletora de lodo, da qual são descartados do equipamento.
- Parte da água clarificada é captada na seção final do tanque de flotação, e encaminhada para o circuito de recirculação, através das bombas de recirculação.
- A água isenta de partículas em suspensão é conduzida para a caixa coletora de efluente clarificado, e desta é descartada do equipamento.
O efluente clarificado descartado pelo FAD seguirá por gravidade até uma estação elevatória, de onde será recalcado até um tanque de correção de pH na entrada do reator biológico.
Após a correção do pH, o efluente segue para um medidor de vazão tipo parshall, para o controle da vazão dos efluentes industriais transferidos ao sistema de tratamento biológico por lodos ativados em processo contínuo, seguido de decantação.
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