Trabalho da Disciplina: Administração aplicada a Engenharia de Segurança
Por: Fabricio Pardal • 15/6/2023 • Resenha • 1.735 Palavras (7 Páginas) • 80 Visualizações
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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA ENG DE SEGURANÇA DO TRABALHO
Resenha Crítica de Caso
FABRICIO DOS ANJOS PARDAL
Trabalho da disciplina:
Administração aplicada a
Engenharia de segurança
do trabalho
Tutor: Prof. Gisele Teixeira Saleiro
São Paulo
2021
‘QUASE O PIOR CENARIO’
O INCÊNDIO NO TUNEL DE BALTIMORE EM 2001
Referência: Scott, Esther. Programa de Cases n C16-04-1767.0 Quase o pior cenário – O incêndio no túnel de Baltimore em 2001 (A), Kennedy School of Government, 2000.
Disponível em: http://pos.estacio.webaula.com.br/ead/sendWork
Era fim de tarde de julho de 2001 e o corpo de bombeiros da cidade de Baltimore estava recebendo diversos chamados, o que acontecia rotineiramente, pois fumaça de óleo diesel era frequentemente avistada e confundida com incêndio saindo de um túnel de trem que funcionava sob a Rua Howard no centro da cidade, mas ficou claro que algo de importante havia ocorrido pois um trem de carga, da empresa CSX Corporation, havia descarrilhado e pegou fogo. Alguns de seus vagões estavam com produtos químicos dando início assim a uma grande preocupação nas autoridades pois era uma situação nova para todos.
Medidas rápidas deveriam ser tomadas para o correto gerenciamento deste acontecimento pois era incerto o que poderia acontecer porque “ninguém podia ver, ou mesmo alcançar, e que poderia desencadear uma reação química catastrófica” e ainda sofreu uma piora quando um duto de água, localizado sobre o túnel, se rompeu inundando assim diversas ruas e imóveis nas imediações.
O Túnel sob a Rua Howard foi finalizado em 1896 e possui 1,7 milhas de comprimento e tem como proprietário a empresa CSX. Está localizado no centro da cidade e ao longo de toda a sua extensão, existem diversos edifícios importantes como hotéis, restaurantes, estádio de Beisebol e empresas.
A Rua Howard é também, uma importante rota rodoviária norte-sul, interceptando diversas estradas Leste-Oeste tendo assim conexões vitais para a cidade bem como o acesso ao aeroporto e estações de passageiros. Trens leves sobre trilhos deslocavam-se logo acima do túnel e o metrô logo abaixo.
Cerca de 28 a 32 trens circulavam diariamente pelo túnel, mas era somente dedicado ao transporte de mercadorias já que em 1961 foi encerrado o tráfego de passageiros. Por este fato a simples existência do túnel era desconhecida pelos moradores inclusive pelo prefeito da cidade o Sr Martin O´malley que ainda disse “Eu nem sabia que tínhamos um túnel lá embaixo”.
Em 1985 foi relatado, pelo Baltimore Sun, que um funcionário anônimo da segurança observou que se houvesse uma explosão no túnel isso seria muito perigoso já que pouco tinha sido feito pelas autoridades competentes para se preparar para este tipo de acontecimento.
O plano de emergência da cidade, elaborado em 1987, não mencionava a existência do túnel e o treinamento realizado pelos bombeiros, para um eventual acidente, considerava apenas trens com passageiros e não considerava a possibilidade de trens com cargas e ainda mais com produtos químicos.
Retornando ao ocorrido, naquela tarde o trem que contava com dois tripulantes, estava transportando 60 vagões, sendo 29 deles vazios e o restante com cargas que variavam de papel, madeira, óleo e diversos produtos químicos. Poucos minutos após entrar pela extremidade sul, o trem teve uma parada inesperada e a tripulação não conseguiu entrar em contato com o despachante da CSX para informar a situação e assim “assumiram ser asfixia por escape de gases diesel” então tomaram a decisão de desacoplar 3 locomotivas para que saíssem pela extremidade norte do túnel. O contato com o despachante foi possível apenas minutos mais tarde e assim solicitaram permissão para retornarem assim que a fumaça se dissipasse, mas perceberam que além de não se dissipar a fumaça estava aumentando o que deixou claro para eles que se tratava de um incêndio. Posteriormente verificaram no regulamento de embarque e notaram que havia diversos materiais perigosos em meio ao incêndio e informaram o despachante.
Até o momento em que o corpo de bombeiros foi informado pelo despachante, houve diversos relatos e chamados de pessoas “sobre a fumaça que saia de um bueiro”, relata o Chefe Donald Heinbuch mas tudo estava sendo tratado como um chamado de rotina pois, como já foi dito, este evento com fumaça ocorria com frequência e sentiram o senso de urgência apenas após “uma comunicação ameaçadora da CSX” mencionando a situação de descarrilamento e da presença de materiais perigosos.
Foi notado que estavam com um evento potencialmente sério quando os bombeiros tiveram a informação de que existiam produtos químicos perigosos que poderiam ser combustíveis ou corrosivos e que na presença de um incêndio mesmo sozinhos ou combinados poderiam causar sérios problemas respiratórios ou queimaduras. No início ninguém tinha certeza de como tratar corretamente o problema. Os bombeiros não estavam familiarizados com os produtos químicos e foi levantado a hipótese de uma explosão, chamada de BLEVE “que seria uma explosão desencadeado por produtos químicos aquecidos até seu ponto de ebulição pois já houve relatos que tal explosão já havia dizimado pequenas cidades. A outra grande preocupação era que a fumaça estava saindo por ambas as extremidades do túnel e o incidente em si, que estava a mais de uma milha dentro do túnel, não era visível então ninguém era capaz de saber exatamente o que estava queimando e qual seria a melhor ação a ser tomada.
O relato de um bombeiro mostra bem o desconforto que todos estavam vivenciando ali quando disse “nós geralmente lidamos com incêndios de habitação e eu prefiro fazer isso. Com produtos químicos você não sabe com o que está lidando, e quando descobre, já é tarde demais”. Para adicionar mais um pouco de preocupação nos envolvidos já estava chegando a hora em que as estradas e ruas ficariam cheias de viajantes em direção as suas casas e um jogo de Beisebol importante.
Com relação a responsabilidade e a hierarquia de comando da situação, o plano de emergência da cidade não especificava quem assumiria o comando do incidente, mas sim que o primeiro a responder ao chamado seria o responsável pelo comando e isso coube ao corpo de bombeiros. Eles se sentiam bem-preparados para lidar com esta situação pois treinavam constantemente com acidente envolvendo materiais perigosos. Treinavam também em conjunto com mais duas agências, que era o departamento de Meio Ambiente de Maryland (MDE) e a equipe de materiais perigosos.
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