Área de Teoria e Prática de Ensino de Sociologia
Por: victoriaemilly • 25/9/2023 • Trabalho acadêmico • 2.615 Palavras (11 Páginas) • 54 Visualizações
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Centro de Humanidades
Departamento de Ciências Sociais
Área de Teoria e Prática de Ensino de Sociologia
Projeto de extensão Sociologia para jovens do Ceará
Plano de Aula
Instituição: | EEMI Capelão Frei Orlando | Ano: | 2022 | Mês: Setembro | 14/09/2022 |
Professor: | Equipe do Projeto/ Márcia Gabrielle | Componente Curricular: | Sociologia. | ||
Série: | 1°, 2°, 3° Ano | Carga Horária: | 140 minutos. | ||
Área: | Ciências Humanas e Sociais Aplicadas | ||||
Tema: | Relações Raciais no Brasil: compreender e propor caminhos para superar o racismo. |
PRÁTICA SOCIAL INICIAL DO CONTEÚDO | ||||||||||||||||||||||||||||||
Objetivo geral: Compreender o racismo enquanto fenômeno socialmente produzido e conhecendo as formas pelas quais ele se manifesta e se institui, ampliar os meios para propor seu enfrentamento e superação. | ||||||||||||||||||||||||||||||
Objetivos Específicos: | ||||||||||||||||||||||||||||||
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Vivência do Conteúdo: | ||||||||||||||||||||||||||||||
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PROBLEMATIZAÇÃO | ||||||||||||||||||||||||||||||
Discussão: | ||||||||||||||||||||||||||||||
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Dimensões do Conteúdo: | ||||||||||||||||||||||||||||||
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INSTRUMENTALIZAÇÃO | ||||||||||||||||||||||||||||||
Ações Didático-Pedagógicas
Texto didático Conceitos: Etnicidade: Embora a ideia de raça implique equivocadamente algo fixo e biológico, o conceito de etnicidade é puramente social em seu significado. A etnicidade se refere às práticas e perspectivas culturais de uma determinada comunidade de pessoas, que as separa de outras. Os membros de grupos étnicos se consideram culturalmente distintos de outros grupos e, em retorno, também são considerados diferentes. As características diferentes podem servir para distinguir os grupos étnicos, mas as mais comuns são a língua, a história ou ancestralidade (real ou imaginada), a religião, estilos de roupas ou adornos As diferenças étnicas são totalmente apreendidas, uma questão que parece evidente até que lembremos que alguns grupos são considerados "nascidos para governar" ou "naturalmente preguiçosos", "pouco inteligentes" e assim por diante. De fato, não existe nada inato na etnicidade, ela é um fenômeno puramente social, que é produzido e reproduzido ao longo do tempo por meio da socialização, os jovens assimilam os estilos de vida, normas e crenças das comunidades étnicas. (Livro didático: Sociologia – Anthony Giddens) Raça: O que é, então, a “raça”, se não se refere a categorias biológicas? Existem certas diferenças físicas claras entre os seres humanos, algumas das quais são hereditárias. Porém, a questão de por que certas diferenças, e não outras, se tornam questão de discriminação e preconceito não tem nada a ver com a biologia. As diferenças raciais, portanto, devem ser compreendidas como variações físicas que os membros de uma comunidade ou sociedade identificam como socialmente significativas. As diferenças na cor da pele, por exemplo, são tratadas como socialmente significativas, ao passo que as diferenças na cor do cabelo não são. A raça pode ser compreendida como um conjunto de relações sociais, que permitem que indivíduos e grupos sejam localizados, e vários atributos ou competências sejam designados, com base em aspectos biológicos. As distinções raciais são mais do que maneiras de descrever diferenças humanas - elas também são fatores importantes na reprodução de padrões de poder e desigualdade dentro da sociedade. (Livro didático: Sociologia – Anthony Giddens) [Aqui podemos associar a forma como o Movimento Negro mobiliza politicamente o conceito de raça como dado social] Preconceito: conceito ou opinião formada antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos, julgamento ou opinião formada sem levar em conta os fatos que o contestem. Trata-se de um pré-julgamento, isto é, algo já previamente julgado. (Livro didático: Sociologia para Jovens do Séc. XXI, 2018) Discriminação: separar; distinguir; estabelecer diferenças. A discriminação racial corresponde ao ato de apartar, separar, segregar pessoas consideradas racialmente diferentes, partindo do princípio de que há raças “superiores” e “inferiores” – o que ficou definitivamente comprovado pela ciência que não existe. Nós, seres humanos, fazemos parte de uma única espécie – o Homo sapiens. (Livro didático: Sociologia para Jovens do Séc. XXI, 2018) Racismo: teoria que sustenta a superioridade de certas “raças” em relação a outras, preconizando ou não a segregação racial ou até mesmo a extinção de determinadas minorias. (Livro didático: Sociologia para Jovens do Séc. XXI, 2018) Racismo Estrutural - Silvio Almeida (pg. 35 e 36 no pdf.) O racismo é uma decorrência da própria estrutura social, ou seja, do modo “normal” com que se constituem as relações políticas, econômicas, jurídicas e até familiares, não sendo uma patologia social e nem um desarranjo institucional. O racismo é estrutural. Comportamentos individuais e processos institucionais são derivados de uma sociedade cujo racismo é regra e não exceção. O racismo é parte de um processo social que ocorre “pelas costas dos indivíduos e lhes parece legado pela tradição”. Nesse caso, além de medidas que coíbam o racismo individual e institucionalmente, torna-se imperativo refletir sobre mudanças profundas nas relações sociais, políticas e econômicas. A viabilidade da reprodução sistêmica de práticas racistas está na organização política, econômica e jurídica da sociedade. O racismo se expressa concretamente como desigualdade política, econômica e jurídica. Porém o uso do termo “estrutura” não significa dizer que o racismo seja uma condição incontornável e que ações e políticas institucionais antirracistas sejam inúteis; ou, ainda, que indivíduos que cometam atos discriminatórios não devam ser pessoalmente responsabilizados. Dizer isso seria negar os aspectos social, histórico e político do racismo. O que queremos enfatizar do ponto de vista teórico é que o racismo, como processo histórico e político, cria as condições sociais para que, direta ou indiretamente, grupos racialmente identificados sejam discriminados de forma sistemática. Ainda que os indivíduos que cometam atos racistas sejam responsabilizados, o olhar estrutural sobre as relações raciais nos leva a concluir que a responsabilização jurídica não é suficiente para que a sociedade deixe de ser uma máquina produtora de desigualdade racial. A ênfase da análise estrutural do racismo não exclui os sujeitos racializados, mas os concebe como parte integrante e ativa de um sistema que, ao mesmo tempo que torna possíveis suas ações, é por eles criado e recriado a todo momento. O propósito desse olhar mais complexo é afastar análises superficiais ou reducionistas sobre a questão racial que, além de não contribuírem para o entendimento do problema, dificultam em muito o combate ao racismo. Como ensina Anthony Giddens, a estrutura “é viabilizadora, não apenas restritora”, o que torna possível que as ações repetidas de muitos indivíduos transformem as estruturas sociais. Ou seja, pensar o racismo como parte da estrutura não retira a responsabilidade individual sobre a prática de condutas racistas e não é um álibi para os racistas. Pelo contrário: entender que o racismo é estrutural, e não um ato isolado de um indivíduo ou de um grupo, nos torna ainda mais responsáveis pelo combate ao racismo e aos racistas. Por um feminismo afro-latino-americano - Lélia Gonzalez (pg. 185, 186 e 187) - Dimensão social e econômica Trecho 1: O racismo, enquanto construção ideológica e um conjunto de práticas, passou por um processo de perpetuação e reforço após a abolição da escravatura, na medida em que beneficiou e beneficia determinados interesses. Trecho 2: Um dos legados concretos da escravidão diz respeito à distribuição geográfica da população negra, isto é, à sua localização em relação às regiões e setores econômicos hegemônicos. Em outras palavras, a maior concentração da população negra ocorre exatamente no chamado Brasil subdesenvolvido, nas regiões em que predominam as formas pré-capitalistas de produção com sua autonomia relativa. Trecho 3: É nesse sentido que o racismo, enquanto articulação ideológica e conjunto de práticas, denota sua eficácia estrutural na medida em que estabelece uma divisão racial do trabalho e é compartilhado por todas as formações socioeconômicas capitalistas e multirraciais contemporâneas. Em termos de manutenção do equilíbrio do sistema como um todo, ele é um dos critérios de maior importância na articulação dos mecanismos de recrutamento para as posições na estrutura de classe e no sistema de estratificação social. OU SEJA: O racismo e a situação socioeconômica de negros e negras estão diretamente conectados, uma vez que o racismo cria as diferenças sociais com a ideia de um determinado grupo ser superior ao outro, portanto dominante, estabelece as diferenças entre aqueles e aquelas que ocuparam uma posição inferior e superior no mundo do trabalho e sua classe social. Assim, o racismo funciona como um facilitador da engrenagem que permite o funcionamento e manutenção do sistema capitalista, ajudando a naturalizar essas relações de desigualdade que são construções sociais.
O genocídio do negro brasileiro - Abdias Nascimento Cap. V - O branqueamento da raça: uma estratégia de genocídio (p. 83) Trecho 1: Para a solução deste grande problema - a ameaça da "mancha negra" - já vimos que um dos recursos utilizados foi o estupro da mulher negra pelos brancos da sociedade dominante, originando os produtos de sangue misto: o mulato, o pardo, o moreno, o parda -vasco, o homem-de-cor, o fusco, e assim por diante, mencionados anteriormente. O crime de violação e de subjugação sexual cometido contra a mulher negra pelo homem branco continuou como prática normal ao longo das gerações. Situado no meio do caminho entre a casa grande e a senzala, o mulato prestou serviços importantes à classe dominante. Durante a escravidão, ele foi capitão-de-mato, feitor e usado noutras tarefas de confiança dos senhores, e, mais recentemente, o erigiram como um símbolo da nossa "democracia racial". Nele se concentraram as esperanças de conjurar a "ameaça racial" representada pelos africanos. E estabelecendo o tipo mulato como o primeiro degrau na escada da branquificação sistemática do povo brasileiro, ele é o marco que assinala o início da liquidação da raça negra no Brasil. Porém, a despeito de qualquer vantagem de status social como ponte étnica destinada à salvação da raça ariana, a posição do mulato essencialmente equivale àquela do negro: ambos vítimas de igual desprezo, idêntico preconceito e discriminação, cercados pelo mesmo desdém da sociedade brasileira institucionalmente branca. Por isso, não faltam mulatos conscientes de sua origem e identidade africanas, que se erguem como grandes vultos na luta antirracista: Luís Gama é, talvez, o melhor exemplo, como mais recentemente temos um José Correia Leite, um Henrique Cunha ou um Sebastião Rodrigues Alves.
OU SEJA: Uma forma de genocídio é o embranquecimento da população, que busca não apenas, como o próprio nome diz, “branquear” a população brasileira, mas gerar conflito entre negros de pele escura e clara, dando a entender que esses últimos são munidos de privilégio, quando na verdade são todos vítimas de desprezo pela branquit. ude Nota - exemplos que professores(as) podem usar durante a aula:
Cap. IX - O Embranquecimento cultural (pg. 111) As classes dominantes brancas têm à sua disposição poderosos implementos de controle social e cultural: o sistema educativo, as várias formas de comunicação de massas - a imprensa, o rádio, a televisão - a produção literária. Todos esses instrumentos estão a serviço dos interesses das classes no poder e são usados para destruir o negro como pessoa e como criador e condutor de uma cultura própria. Nota – pesquisar sobre o pensamento da Lélia Gonzalez sobre o assunto) O movimento negro: - Leis que introduziram a obrigatoriedade do ensino sobre história e cultura negra e indígena; - Criação da UNILAB - Lei de Cotas - Fortalecimento da representatividade negra nos espaços culturais, econômico e político. | ||||||||||||||||||||||||||||||
CATARSE | ||||||||||||||||||||||||||||||
Síntese mental do aluno - Compreender o racismo fora do senso comum, como um dado social. O/A estudante deve ser capaz de mobilizar os conceitos trabalhados em aula, para pensar o fenômeno do racismo. Expressão da Síntese Atividade: - Dramatização de uma propaganda eleitoral que tenha como pauta o enfrentamento da desigualdade racial em Canindé. | ||||||||||||||||||||||||||||||
PRÁTICA SOCIAL FINAL DO CONTEÚDO | ||||||||||||||||||||||||||||||
Nova postura prática Formar sujeitos que compreendem o racismo como fenômeno social. Formar sujeitos que estejam dispostos a desnaturalizar as relações sociais e se mobilizarem na luta antirracista. | ||||||||||||||||||||||||||||||
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA | ||||||||||||||||||||||||||||||
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA BNCC | ||||||||||||||||||||||||||||||
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Professores responsáveis:
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