Detecção de Doenças na Folha de Café Utilizando Visão Computacional
Por: Alexandre Pereira Marcos • 20/11/2018 • Relatório de pesquisa • 927 Palavras (4 Páginas) • 255 Visualizações
Proposta de trabalho
Detecção de pragas na folha do café utilizando visão computacional
Alexandre Pereira Marcos
Wesley Pereira Marcos
André Backes
Introdução
A competitividade na agricultura tem se acentuado a cada ano, o que requer profissionais rurais cada vez mais capacitados e com uma habilidade de gestão cada vez maior. Dentro deste cenário, a agricultura de precisão (AP) tem ganhando espaço no País à medida que técnicas, tecnologia e conhecimento chegam ao produtor rural.
A agricultura de precisão é o sistema de produção adotado por agricultores de países de tecnologia avançada, denominado por Precision Agriculture, Precision Farming ou Site-Specific Crop Management de acordo com (Nunes, 2014). Ela surgiu como um sistema de gerenciamento de informações e teve seu crescimento potencializado a partir de avanços da tecnologia de referenciamento e posicionamento, como o GPS (Global Positioning System) e de tecnologias de sensoriamento remoto.
Em se tratando do cultivo de café, o monitoramento de pragas, bem como sua gestão, é de vital importância para a produção cafeeira. Algumas pragas chegam a afetar a produtividade do café em torno de 15% a 30% segundo (Cocatrel, 2015). Não só pragas e doenças, mas deficiências nutricionais, também são identificadas na análise folear. A sequência de adubações e aplicações de defensivos agrícolas depende dessa análise.
Vários estudos de sequencias de amostragem para o monitoramento das pragas foram desenvolvidos, (Souza, 2007), (Coutinho et al, 2012 ) com o intuito de monitorar as pragas da lavoura de maneira eficiente, a fim de otimizar o tempo e aplicar os defensivos e/ou medidas de correção/prevenção de maneira eficaz. Mesmo assim, a análise da presença de alguma praga ou deficiência ainda não está otimizada no processo, sendo dependente do agente de campo ou de laboratórios de análise.
A utilização de técnicas de processamento de imagens em auxilio a agricultura tem sido bastante utilizada. ANDRADE desenvolveu um trabalho utilizando redes neurais em conjunto de imagens de satélite, a fim de realizar analise espectral dos cafezais. Observou a complexidade do estudo e a proximidade do espectro com o da mata, levando a uma classificação inconclusiva. LACERDA utilizou técnicas de geoprocessamento e imagens de satélite para determinar, estimar e monitorar áreas cafeeiras representativas das regiões produtoras do Alto Paranaíba e sul de Minas. (BRAGA et al, 2005), utilizaram imagens para identificação e quantificação de áreas irrigadas por pivô central.
É dentro de todo este contexto que o seguinte trabalho é proposto: O desenvolvimento de um algoritmo para detecção de pragas em lavoura cafeeira através de uma técnica de processamento de imagem. Sendo a diversidade de pragas e deficiências nutricionais muito grande, pretende-se realizar o estudo para uma das pragas, a Mancha Aureolada (Pseudomonas seringae pv.garcae).
Problemática
A praga
A mancha aureolada é uma doença causada pela bactéria Pseudomonas seringae pv.garcae, antigamente classificada como Pseudomonas garcae, que ataca folhas, rosetas, frutos novos e ramos do cafeeiro, atingindo mudas no viveiro e plantas no campo, ocorrendo principalmente nas regiões mais frias dos Estados do Paraná, São Paulo, Cerrado e Sul de minas. A principal característica é a formação de uma mancha de coloração parda, com um halo amarelado difuso. O exame mais detalhado de folhas e ramos atacados observa-se um apodrecimento dos tecidos nos bordos da lesão. Pela ação do vento, muitas lesões ficam furadas (Figura 1).
[pic 1]
Em regiões altas e desprotegidas de ventos, a bactéria provoca a queda prematura de folhas, prejudica o pegamento de flores e a produção do ano seguinte. Um sintoma importante da doença é a seca de ramos laterais e emissão de ramos novos, provocando um super brotamento. As lavouras novas, de 3 a 4 anos, são as mais atingidas, principalmente em períodos frios e com chuvas finas.
Em maiores altitudes e com incidência de ventos a instalação de quebra-ventos é uma prática importante para o controle da doença. O controle químico é feito com fungicidas cúpricos e a aplicação de antibióticos isolados ou associados.
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