O Lixo Eletrônico
Por: SPJones • 10/11/2020 • Trabalho acadêmico • 4.305 Palavras (18 Páginas) • 250 Visualizações
Lixo Eletrônico
Alex J. V.1, Luiz H. B.2, Flávio R. B.3
1Acadêmicos do Curso EAD Tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas – Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI).
Resumo. A evolução tecnológica cresce incessantemente permitindo facilidades a rotina profissional e pessoal e beneficiando toda a sociedade. Se por um lado os avanços tecnológicos trazem benefícios indiscutíveis, por outro, essa tecnologia pode resultar em prejuízos a saúde do homem e ao meio ambiente, principalmente quando se refere à forma de descarte dos materiais tóxicos e componentes destes produtos. Para compreender e discutir acerca do descarte e destinação do lixo eletrônico, bem como os efeitos deste a saúde humana se fez um levantamento bibliográfico sobre o assunto. Se observou uma escassez de dados e regulamentação para a destinação correta do lixo eletrônico, os agravos à saúde e ao meio ambiente, por sua vez, ficam evidentes. O estudo permitiu o conhecimento sobre os danos que o descarte incorreto do lixo eletrônico pode causar.
1. Introdução
Podemos definir como lixo eletrônico todo o resíduo material proveniente de equipamentos eletro-eletrônicos. Favera (2008, p. 01) elenca os equipamentos compostos quase que em sua totalidade por circuitos eletrônicos como televisores, celulares e computadores, mas também inclui equipamentos eletrodomésticos que possuem alguma parte eletro-eletrônica como geladeiras, máquinas de lavar e batedeiras. Todos dispositivos bastante comuns em nosso cotidiano e que, quando em desuso e descartados, compõem o chamado lixo eletrônico.
O problema de coleta de resíduos que mais se multiplica no mundo é o de lixo eletrônico. Isto se deve ao fato de que constantemente se produz novos produtos para manter um mercado em constante crescimento somado ao curto ciclo de vida desses aparelhos que gera grandes volumes de lixo (Imagem 01).
Silva, Oliveira e Martins (2007, p. 03) descrevem que na sociedade contemporânea o conjunto de: consumo elevado, ritmo acelerado, inovação e a chamada obsolência programada, fazem com que os equipamentos eletrônicos se transformem em sucata tecnológica em pouco tempo. Segundo os autores a exportação desse tipo de resíduo desde os países desenvolvidos para o terceiro mundo aumentou de forma considerável. Isso ocorreu devido a inúmeros fatores, mas os autores ressaltam os custos elevados para o descarte adequado ou para a desmontagem com fins de reciclagem. A exportação dos resíduos eletroeletrônicos aos países não membros da OECD (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) sob a emenda da Convenção de Basiléia - que permite a exportação de equipamentos em funcionamento para reutilização e será mais adiante citada - ocorreu, em sua maioria, de forma ilegal devido ao abuso por parte dos exportadores, que misturam os equipamentos em funcionamento com outros sem a menor condições de uso.
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Imagem 01 – Imagem de “montanha” de lixo eletrônico na China. Fonte: <https://organicsnewsbrasil.com.br/videos/video-china-enfrenta-montanha-digital-de-lixo-eletronico/>.
Os meios de comunicação surgiram através do desenvolvimento científico e começaram a ganhar força com o grande incentivo dispendido a compra e venda de mercadorias (TANAUE et al., 2015, p. 130). Foi a partir do século XX que os produtos eletrônicos começaram a chegar em maior volume a países como o Brasil. A rede mundial de computadores, popular Internet, que surgiu nos EUA durante a guerra fria, mais especificamente em 1969 através do projeto da Arpanet, é o grande facilitador que permite o acesso rápido e simultâneo em todo o mundo aos diferentes tipos de produtos e serviços eletroeletrônicos. (TANAUE et al., 2015, p. 130, apud BRASIL, 2011, p.17).
Para além do aumento no consumo mundial por equipamentos tecnológicos, Favera (2008, p. 01, apud MOREIRA, 2007) elenca ainda os acelerados ciclos de substituição destes aparelhos. Segundo o autor o tempo médio para troca dos celulares que já são mais de 102 milhões em uso no País, é de menos de dois anos; já os computadores, cuja base instalada é estimada em 33 milhões, são substituídos a cada quatro anos nas empresas e a cada cinco anos pelos usuários domésticos. A substituição destes produtos por outros mais novos acarreta na geração de mais lixo eletrônico. Os ciclos de substituição destas mercadorias cada vez menores podem ser justificados e ainda motivados pela desatualização precoce dos mesmos, segundo o GreenPeace (2008) as empresas fornecedoras de equipamentos eletrônicos estariam produzindo com qualidade inferior tendo em vista uma redução de custos de produção, mas a despeito do tempo de vida útil destes artigos a também que se considerar a cultivo da sociedade moderna pelo apelo ao consumismo, incentivando os usuários a se manterem atualizados para que comprem produtos sempre novos e mais modernos. Essa cultura do novo reduz a busca pelo reparo de uma mercadoria danificada e que garantiria a reciclagem evitando assim a produção de mais lixo eletrônico.
Segundo Favera (2008, p. 02 apud MOREIRA 2007) não existem leis que regulamentem e definam os locais corretos para descarte o que torna habitual o depósito juntamente ao lixo comum ou sua queima a céu aberto, sem que as precauções apropriadas para evitar danos ao meio ambiente. A questão se torna mais grave graças a presença de substancias tóxicas não bio- degradáveis presentes na maioria dos produtos que constituem o lixo eletrônico. Tais substâncias, quando não armazenadas ou manejadas adequadamente, oferecem sérios riscos diretos a saúde dos trabalhadores de lixões e ao meio ambiente.
Ao mesmo tempo que esta tecnologia é muito importante e necessária para vários setores da sociedade, proporcionando conforto, precisão, agilidade e rapidez nas informações tanto para economia, como para a educação, esporte, saúde e no cotidiano do indivíduo, sabe-se que esses produtos contêm metais pesados que podem causar danos à saúde e ao meio ambiente. São muitos os efeitos gerados pelo contato direto ou indireto, que podem causar danos a toda e qualquer atividade biológica. Muitas vezes os sintomas são tardios, o que dificulta o diagnóstico da patogênese por perder a relação direta. (TANAUE et al., 2015, p. 131, apud SILVA, OLIVEIRA, MARTINS, 2007).
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