Resenha o Mundo é Plano
Por: Guilherme Pereira • 9/12/2018 • Resenha • 8.874 Palavras (36 Páginas) • 362 Visualizações
Aluno: Guilherme Wadschmidt Pereira
Professor: Saulo
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Resenha do livro: O mundo é plano.
O autor começa o livro contando uma pequena história de que ele estava em um campo de golf no sul da Índia e que de lá dava para ver diversas faixadas de empresas que tiveram sua origem nos EUA, e que anos depois chegaram à diversos países tanto do ocidente quanto do oriente. Compara também a facilidade que ele teve de sair dos Estados Unidos para chegar à Índia com a dificuldade que Colombo teve na sua primeira tentativa de chegar ao mesmo ponto, quando ele “descobriu” que a Terra era redonda, mas que por erros de cálculos, não chegou à Índia e sim à América.
No capítulo 1, o autor do livro começa a explicar sua teoria de o mundo ser plano, não no sentido literal, mas no sentido de que a internet e as novas tecnologias conseguiram fazer com que pessoas que estivessem, literalmente, do um lado do globo trabalhe com quem está do lado oposto do globo. Nesse mesmo capítulo, ele nos mostra como os indianos estão começando a “tomar” os empregos dos americanos (sem pisar em solo americano).
Logo no início do capítulo um, o autor do livro vai para uma reunião onde conhece o CEO de uma das empresas indianas que fazem trabalhos que americanos podiam estar fazendo, mas depois que houve um gigantesco crescimento no mundo virtual, esses trabalhos estão se tornando cada vez mais terceirizados, fazendo assim, com que a mão de obra saia mais barata e muitas das vezes com maior qualidade também. O CEO dessa empresa explica que, mesmo estando dentro da sua sala, ele pode fazer uma vídeo conferência com toda cadeia de fornecimento global de qualquer projeto seu, a qualquer momento do dia, em um telão enorme que ficava aderido a sua parede.
“-A terceirização não passa de uma das facetas de algo muito mais fundamental que está acontecendo hoje no mundo” disse Nilekani, o CEO.
“-O que aconteceu nos últimos anos foi que houve um investimento maciço em tecnologia, sobre tudo no período da bolha, quando centenas de milhões de dólares foram investidos na instalação de conectividade em banda larga no mundo inteiro, cabos submarinos, essas coisas.
Paralelamente, houve barateamento dos computadores, que se espalharam pelo mundo todo, e uma explosão de softwares proprietários capazes de retalhar qualquer operação e mandar um pedaço para Boston, outro para Bangalore e um terceiro para Pequim, facilitando o desenvolvimento remoto...”. O que Nilekani quis dizer com isso é que, quando tudo isso se reuniu nos anos 2000, tornou-se possível fragmentar projetos, transmitir, distribuir, produzir e juntar de novo as suas peças, estando em qualquer parte do mundo.
Ao decidir falar como o mundo “se tornou plano” o autor nos mostra, que na sua visão, ocorreram 3 fases de globalização até chegar nesse ponto. A primeira se passa de 1492, quando Colombo deu início ao comércio entre o Velho e Novo Mundo, o autor chama de Globalização 1.0, que “reduziu o tamanho do mundo de grande para médio”. A segunda que se deu de 1800 até os anos 2000, que “diminuiu o mundo de médio para pequeno”, teve o ponta pé inicial com Inglaterra e Holanda mais a Revolução Industrial; enquanto na Globalização 1.0 a principal força dinâmica foi a força bruta, a Globalização 2.0 se deu basicamente por inovações de hardware. Já a Globalização 3.0 diminuiu o mundo de pequeno para minúsculo e além disso fez com que indivíduos possam colaborar e concorrer em nível mundial, a Globalização 3.0 não se deu por trabalho braçal ou por hardware e sim por software, aplicativos de todas as ordens, interligados a uma fibra óptica em escala planetária.
Como o autor fala, a Globalização chegou ao um ponto que um indiano podia fazer todo o serviço de contabilidade para um americano sem sair da Índia, e mesmo que ele não faça, é capaz do contado americano trabalhar para alguma empresa terceirizada na Índia, pois em 2004, em média, 100 mil das declarações de impostos americanas eram feitas por indianos, mas mesmo que isso possa parecer assustador, o contador americano não irá, necessariamente, perder seu emprego, a não ser caso ele não evolua juntamente com o que o mercado pede, e isso não está acontecendo apenas com a profissão de contador, mas com a maioria delas, pois o mercado tecnológico cada vez avança mais, e serviços que poderiam ser feitos nos EUA estão começando a ser terceirizados para outro continente, até mesmo reservas de restaurante já estão sendo feitas assim.
Uma das coisas que mais chamou atenção do autor são os call center indianos, ele cita como exemplo o 24/7 Customer, local onde trabalham em média 2500 indianos, em sua maioria jovens, e de lá eles fazem e recebem ligações de todo os Estados Unidos, estes telefonemas são transferidos para a Índia traves de cabos submarinos e fibra óptica. Esses serviços estão começando a ser feitos em países, normalmente asiáticos, por conta da mão de obra barata que encontram nesses locais, por exemplo, cada jovem desse call center tem um salário inicial de 200 dólares líquido e pode chegar até 400 dólares mensais, e mesmo que pareça pouco, em um país com tanta pobreza como a Índia, esse salário é considerado razoavelmente bom, e caso esse trabalho fosse realizado nos EUA, provavelmente teriam que pagar mais que o dobro que pagam aos indianos. E mesmo que pareça que esses call center estão tirando dinheiro dos EUA e dando para outros países, não acontece exatamente dessa forma, pois as importações americanas cresceram de 2,5 bilhões em 1990 para 5,0 bilhões em 2003, para a Índia, pois, usando como exemplo o 24/7 Customer, o sistema operacional de todos os computadores é Windows, da Microsoft. Os processadores são da Intel. Os telefones da Lucent. O ar-condicionado é Carrier, e até a água mineral é Coca-Cola, e 90% das ações da empresa estão em mãos de investidores americanos.
E essa questão de países terceirizar sua mão de obra não acontece apenas entre EUA e Índia, o Japão, por exemplo, também terceiriza sua mão de obra para cidade no nordeste chinês, mesmo depois de ter atacado esse país no passado. O exemplo dado pelo autor é de empresas de processamento de dados japonesas que funcionam no nordeste chinês, principalmente pelo fato de o Japão ter dominado essa área da China no passado e assim, boa parte dos moradores falam a língua japonesa. O auto também nos mostra uma das motivações dos chineses em trabalhar tanto com alguém que “destruiu e dominou seu povo”, a principal é que antigamente os chineses trabalharam em empresas estrangeiras no setor secundário, e depois de alguns anos conseguiram aprender todos os processos e etapas da linha de montagem podendo começar assim, o próprio negócio deles. E agora, o software seguirá o mesmo caminho, primeiro trabalharão para empresas estrangeiras até aprenderem como faz e poderem fundar suas próprias empresas.
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