USO DE DISPOSITIVOS MÓVEIS EM AMBULÂNCIAS DO SAMU-RP
Por: Alexandre Freitas Duarte • 29/8/2017 • Artigo • 2.656 Palavras (11 Páginas) • 372 Visualizações
USO DE DISPOSITIVOS MÓVEIS EM AMBULÂNCIAS DO SAMU-RP
Resumo: Dispositivos móveis surgem como uma importante tecnologia à ser incorporada nos sistemas informatizados de saúde com a finalidade de potencializar e auxiliar os serviços de saúde prestados ao paciente. Com a grande ascensão e popularização das tecnologias móveis e sem fio, aumenta a motivação e o estímulo para o uso destas tecnologias em prol da confiabilidade e qualidade dos dados. Deste modo, este trabalho apresenta o desenvolvimento de um sistema de registro eletrônico para tablets com foco no atendimento pré-hospitalar do paciente.
Palavras-chave: Informática medica; Registro eletrônico de saúde; Tecnologia da informação; Medicina de emergência; Atendimento pré-hospitalar
Abstract: Mobile devices emerge as an important technology to be incorporated into computerized health systems in order to enhance and support the health services provided to the patient. With the great rise and popularization of mobile and wireless technologies, increases motivation and encouragement for the use of these technologies in support of the reliability and quality of data. Thus, this work presents the development of an electronic registration system for tablets with a focus on pre-hospital patient care.
Keywords: Medical informatics, electronic health records, information technology, emergency medicine,
Introdução
Devido a complexidade do conhecimento, as várias informações, dados clínicos e suas inter-relações na área de saúde, a utilização de sistemas computacionais é necessária e útil com o objetivo de auxiliar as atividades dos diversos profissionais, podendo ser utilizado no registro eletrônico, atendimento pré-hospitalar e hospitalar, evolução clínica, seguimento ambulatorial e gestão em geral. Com o avanço tecnológico e o grande desenvolvimento de tecnologias móveis e sem fio, é perceptível uma crescente necessidade por mobilidade quando se trata de pessoas, empresas, objetos e informação (Kristoffersen et al. 2000).
Na área médica, a tendência é o uso cada vez mais frequente das tecnologias móveis, surgindo um novo conceito chamado mHealth (uma abreviatura para mobile-health). Embora não haja um consenso, este termo é usado comumente para referenciar a utilização em serviços de saúde de dispositivos de comunicação móvel, como smarthphones, tablets e PDAs (Vital Wave, 2009).
O atendimento pré-hospitalar (APH) é prestado por uma equipe de saúde especializada em situações de urgência e emergência para eventos ocorridos fora do hospital. O processo de atendimento é destinado às vítimas de trauma ou não-trauma e realizado no próprio local da ocorrência, visando a estabilização clínica e a remoção para um serviço de saúde mais próximo e adequado à complexidade de recursos que o paciente necessita. Este serviço desempenha um importante papel na saúde pública, uma vez que algumas situações são críticas, e determinam a necessidade de atendimento imediato emergencial e definitivo [Ministério da Saúde, 2006].
Dentro deste contexto, percebendo a carência de sistemas relacionados e mobilidade exigida pelo serviço pré-hospitalar, este projeto mostra o desenvolvimento de um sistema de registro eletrônico do paciente para o atendimento emergencial pré-hospitalar realizado por ambulâncias no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), possibilitando uma coleta de dados do paciente. Os dados serão sincronizados com um servidor remoto onde ficarão armazenados em uma base de dados, para posteriormente serem passíveis de recuperação para fins de análises e estudos.
Com a ideia de que os computadores mesmo em diferentes lugares podem auxiliar os profissionais de saúde, dando continuidade dos dados do atendimento pré-hospitalar, triagem de gravidade pela Central de Regulação de Urgências para dentro dos hospitais designados para receberem o paciente. As informações de boa qualidade são um fator primordial para tomada de decisão pelas equipes de atendimento em qualquer cenário.
O objetivo do projeto é disponibilizar um sistema de registro eletrônico de apoio ao APH utilizando computação móvel e distribuída entre sistemas distintos (interoperabilidade), para auxiliar no cadastro/pesquisa diretamente na cena do atendimento do paciente, permitindo a obtenção de informações cruzadas dentre as armazenadas, transformando o APH em uma possível fonte de pesquisa. A partir da validação da solução, as funcionalidades do sistema serão disponibilizadas e integradas com uma solução existente e já implantada no SAMU.
O estudo está organizado da seguinte forma: 1) referencial teórico, 2) visão geral do sistema e o processo de desenvolvimento com as principais funcionalidades, 3) resultados obtidos após as avaliações do sistema e 4) conclusões e trabalhos futuros.
2. Referencial Teórico
São abordados aspectos sobre o registro eletrônico do paciente, atendimento pré-hospitalar e mHealth.
2.1 Registro Eletrônico do Paciente
Segundo McDonald (1990), o registro eletrônico do paciente é “um repositório de informação mantida de forma eletrônica sobre o estado e cuidados de saúde de um indivíduo, durante toda sua vida, armazenado de modo a servir a múltiplos usuários legítimos”. Os registro de saúde, dentre os quais o mais importante é o prontuário médico, recentemente ainda são representados por documentos em papel mantidos em uma variedade de formatos, conteúdos e locais diferentes. A impossibilidade de acessar e integrar dados de pacientes individuais ou de grupo de pacientes resulta em uma visão fragmentada da evolução dos problemas de saúde individuais e a impossibilidade de recuperar a informação agregada dos prontuários de uma comunidade [Massad et al. 2003].
Na última década, principalmente devido aos avanços e disponibilidade das soluções tecnológicas, cada vez mais instituições incentivam e investem em desenvolvimento de ferramentas e sistemas computacionais para auxílio na área da saúde, gerando uma mudança radical na forma em que são criadas, mantidas e recuperadas as informações clínicas e administrativas referentes a indivíduos e comunidades. De forma semelhante aos países desenvolvidos, no Brasil, há vários anos existem grupos de pesquisadores dedicados à exploração do registro eletrônico de saúde [Massad et al. 2003].
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