Um Mapeamento Sistemático Sobre Possíveis Soluções Acerca do Descarte Incorreto de Lixo Eletrônico

Um Mapeamento Sistemático Sobre Possíveis Soluções Acerca do Descarte Incorreto de Lixo Eletrônico

Ednilson da Silva Albuquerque Júnior1, Rainer Xavier de Amorim1, Odette Mestrinho Passos1

1Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia – Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

Rua Nossa Senhora do Rosário, 3683, Tiradentes, Itacoatiara – AM

{junioralbuquerque81, rxa.eng}@gmail.com, [e-mail]          

Resumo. As consequências do descarte incorreto do lixo eletrônico trazem grandes riscos ao meio ambiente e a saúde das pessoas. Dessa forma, este artigo tem como objetivo identificar as principais dificuldades e soluções encontradas acerca do descarte incorreto do lixo eletrônico. Para sustentar esta pesquisa, a metodologia adotada neste trabalho está fundamentada nos princípios da Engenharia de Software Experimental que se baseia na condução de um estudo secundário: o Mapeamento Sistemático. Os resultados revelam como uma das principais dificuldades encontradas as várias substâncias tóxicas presentes no resíduo eletrônico e como possível solução a implantação da logística reversa.

1. Introdução

Com a grande evolução da área da Tecnologia da Informação, equipamentos cada vez mais modernos vem surgindo, gerando maior produção e consumo dos mesmos. Um dos exemplos mais presentes no dia-a-dia são os celulares e os computadores. No entanto, quando se perde o interesse ou função do equipamento para com o usuário, o objeto passa a ser considerado descartável como resíduo. Segundo Rajeev e Dinesh (2015) o aumento da obsolescência do produto e as escolhas dos consumidores, trouxe um novo tipo de resíduo, o lixo eletrônico. Para este, é necessário um cuidado especial ao descarta-lo. Os eletrônicos descartados de forma incorreta representam o tipo de resíduo sólido de maior crescimento no mundo, e um dos problemas dessa variação de resíduos está nas substâncias tóxicas não biodegradáveis em sua composição, isso aumenta a responsabilidade com sua destinação final (Da Silva, 2010).

        Saber onde descartar resíduos sólidos como plástico, vidro ou metal sempre foi um grande desafio para a sociedade, tornando-se uma tarefa mais complexa com o surgimento dos equipamentos eletrônicos. Quando a população se desfaz do lixo eletrônico sem dar a destinação correta, esse material é depositado em aterros sanitários, e as substâncias químicas presentes nesses materiais podem contaminar o solo e atingir o lençol freático (Tanaue et. al, 2015).

        Apesar do alerta, muita gente desconhece os riscos em jogar, por exemplo, uma pilha alcalina no lixo comum. Por conterem grandes quantidades de elementos tóxicos, como metais pesados (mercúrio, cádmio, arsênio, berílio, BRT´s, chumbo, bário e PVC), gases de efeito estufa, substâncias halogenadas (como os clorofluorcarbonetos - CFC), o descarte inadequado desses produtos pode causar consequências graves ao meio ambiente e à saúde humana (Barcelos; Batista, 2012).

                Na literatura podem ser encontrados inúmeros dados que apontam para o potencial de crescimento na geração dos lixos eletrônicos. Entretanto, no que concerne a políticas eficientes para o tratamento de tais rejeitos, um caminho relativamente longo ainda precisa ser percorrido (Santos; Souza, 2010).

        Por consequência, este trabalho busca identificar publicações que tratam o problema do descarte do lixo eletrônico e apresentam soluções que visam sanar a falta de políticas existentes sobre este assunto.

        A metodologia de pesquisa adotada neste trabalho, para coletar as informações de forma a cumprir o objetivo, está fundamentada nos princípios da Engenharia de Software Experimental que se baseia na condução de um estudo secundário: Mapeamento Sistemático (MS).

        O MS fornece uma visão geral de uma área de pesquisa, identificando a quantidade, os tipos de pesquisas realizadas, os resultados disponíveis, além das frequências de publicações ao longo do tempo para identificar tendências (Petersen et al., 2008).

        Kitchenham e Charters (2007), afirmam que estudos de MS em engenharia de software têm sido recomendados, sobretudo para áreas de pesquisa onde é difícil visualizar a gama de materiais, relevantes e de alta qualidade, que possam estar disponíveis. Assim sendo, a escolha do MS como proposta para a condução desta pesquisa, justifica-se pelo fato do objetivo do estudo ser apenas identificar e utilizar os resultados obtidos para futuras pesquisas.

        Dessa forma, este artigo tem como objetivo apresentar as principais dificuldades encontradas no gerenciamento e controle do lixo eletrônico, assim como as possíveis soluções para este problema.  

                Como resultado, foi possível encontrar diversas dificuldades na implantação de práticas de gerenciamento do lixo eletrônico, que podem estar relacionadas com diversos fatores, como a gestão (complexidade e falta de pessoas especializadas) e falta Infraestrutura que assegure o recolhimento e o reaproveitamento. Além disso, foram encontradas possíveis soluções para que esse problema, dentre as quais é possível citar a combinação de práticas de diferentes métodos ágeis, além da capacitação da equipe de desenvolvimento sobre a utilização desses métodos.

        O restante do artigo está organizado da seguinte maneira. A Seção 2 apresenta alguns conceitos básicos e discute trabalhos relacionados. A Seção 3 apresenta a metodologia utilizada, enquanto a Seção 4 mostra os resultados e as discussões. A Seção 5 apresenta as conclusões e os trabalhos futuros.

2. Referencial Teórico

2.1. Conceitos Relacionados

        Pode-se considerar lixo todos os tipos de resíduos sólidos resultantes das atividades humanas ou do material considerado imprestável ou irrecuperável pelo usuário, seja papel, papelão, restos de alimentos, vidros, embalagens plásticas. (Oliveira; Carvalho, 2004).

        Um novo tipo de lixo encontrado hoje em dia, é o lixo eletrônico. Segundo Santos e Souza (2010) o termo lixo eletrônico, ou “e-lixo”, como é denominado por alguns, refere-se a todo o rejeito oriundo do descarte de aparelhos eletrônicos, tais como: televisores, aparelhos celulares, computadores pessoais, incluindo os seus componentes, como discos rígidos, placas-mãe, etc. Entre as práticas para o controle e gerenciamento do lixo eletrônico, pode-se encontrar a coleta seletiva e a reciclagem.