A APOSTILA DE FILOSOFIA
Por: tobias ribeiro • 23/8/2021 • Pesquisas Acadêmicas • 15.422 Palavras (62 Páginas) • 167 Visualizações
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VICE-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO
APOSTILA DE FILOSOFIA GERAL
Prof.a: Leila Mara Mello
Rio de Janeiro/2008
FILOSOFIA
O nascimento da Filosofia se deu com a passagem da consciência mítica (mythos = palavra) para a racional (logos = razão).
A palavra filosofia surge quando Pitágoras (século VII a.C.) cunha o termo philosophia, unindo philia, cujo significado é “amizade”, a “Sophia”, que significa “sabedoria” para indicar:
Philia = amizade 🡾
Procura amorosa da sabedoria
Sophia = sabedoria 🡽
Vamos esclarecer o que é filosofia fazendo a leitura abaixo.
Filosofia e educação
ALEX SOUTO ARRUDA[1]
Alguém uma vez na vida já se perguntou, o que é e para que serve a Filosofia?
Definir filosofia não é uma questão simples, pois, os seus vários conceitos variam de acordo com o pensamento de diferentes filósofos. Para alguns, a filosofia deveria se preocupar com a essência, para outros deveria voltar-se para o fenômeno. Uns acreditam que a busca da verdade é a função da filosofia, outros entendem que á através da fé que ela se concretiza, confundindo religião com filosofia. Mas, temos que ver que todas estas definições visam o desenvolvimento do saber em busca do benefício e da felicidade do homem.
Logo, se a Filosofia, como saber, tenta resolver os fins mais práticos da vida, ela nos mostra resposta para fins considerados fundamentais como a liberdade, a fraternidade, a felicidade pessoal e coletiva etc.
A filosofia possui uma clara função social, pois, cabe aos filósofos estarem atentos às questões fundamentais de seu tempo, buscando encontrar um programa de ação que possa apresentar explicações e possíveis respostas.
Desta forma, podemos dizer que a filosofia é muito útil à sociedade, já que ela proporciona uma compreensão das questões sociais, com bases morais.
Muito se demonstrou, ao longo da história, a contribuição que os filósofos prestaram à sociedade, incluindo o âmbito político, social, econômico e religioso. Portanto, a filosofia é um dos melhores meios que possibilita engajarmos no mundo, através do uso da nossa razão, questionando os pontos óbvios e cruciais que acontecem no cotidiano para uma melhor educação e transformação do cidadão.
O filósofo nunca foi só um contemplador do mundo, como algumas pessoas pensam, mas foi sempre um produtor de idéias. E só as idéias podem mudar o mundo de forma significativa, uma vez que estamos sempre em evolução. Como dizia o poeta: “O tempo não para..." (Cazuza).
Mas, os inimigos maiores dos filósofos são os círculos viciosos das idéias. Se ele não conseguir transcendê-los, superá-los com novos conceitos e idéias, será para todo o sempre um pensador medíocre que parou no tempo e no espaço e que não conseguiu ver além da realidade que ele vive ou viveu.
Assim, deve o filósofo abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum, não se deixando guiar pela submissão às idéias dominantes e aos poderes estabelecidos, buscando compreender a significação do mundo, da cultura, da História, pois, conhecendo o sentido das criações humanas nas artes, nas ciências e na política, ele possa dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para termos consciência das ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos, num processo de transformação educacional, já que tudo isso nada mais é que educação.
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O MITO - A FILOSOFIA - A CIÊNCIA
O Mito
Segundo Chauí (1997), um mito é uma narrativa sobre a origem de alguma coisa (origem dos astros, da Terra, dos homens, das plantas, dos animais, do fogo, da água, dos ventos, do bem e do mal, da saúde e da doença, da morte, dos instrumentos de trabalho, das raças, das guerras, do poder etc.).
A palavra mito vem do grego, mythos, e deriva de dois verbos: do verbo mytheyo (contar, narrar, falar alguma coisa para outros) e do verbo mytheo (conversar, contar, anunciar, nomear, designar). Para os gregos, mito é um discurso pronunciado ou proferido para ouvintes que recebem como verdadeira a narrativa, porque confiam naquele que narra; é uma narrativa feita em público, baseada, portanto, na autoridade e confiabilidade da pessoa do narrador. E, essa autoridade, vem do fato de que ele testemunhou diretamente o que está narrando ou recebeu a narrativa de quem testemunhou os acontecimentos narrados.
Quem narra o mito? No início foram os poetas-rapsodos, ou seja, cantores ambulantes que davam forma poética aos relatos populares e os recitavam de cor em praça pública. Acredita-se que o poeta era um escolhido dos deuses, que lhe mostraram os acontecimentos passados e permitem que ele veja a origem de todos os seres e de todas as coisas para que possa transmiti-la aos ouvintes. Sua palavra – o mito – é sagrada porque vem de uma revelação divina, logo incontestável e inquestionável.
O mito narra à origem do mundo e de tudo o que nele existe por meio das lutas, alianças e relações sexuais entre forças sobrenaturais ou divinas que governam o mundo e o destino dos homens, sem a preocupação com a autoria da obra, já que o anonimato é a conseqüência do coletivismo, fase em que ainda não se destacava a individualidade. Além disso, não havia a escrita para fixar obra e autor.
Assim sendo, os mitos eram a mistura de poesia e formas de pensamento que ajudavam os gregos a compreender o Universo e a condição humana.
Podemos afirmar que há muitos modos de se conhecer o mundo, dependem da situação do sujeito diante do objeto do conhecimento.
Os gregos criaram vários mitos para poder passar mensagens para as pessoas e também com o objetivo de preservar a memória histórica de seu povo.
Há três mil anos, não havia explicações científicas para grande parte dos fenômenos da natureza ou para os acontecimentos históricos. Portanto, para buscar um significado para os fatos políticos, econômicos e sociais, os gregos criaram uma série de histórias, de origem imaginativa, que eram transmitidas, principalmente, através da literatura oral.
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