ÉTICA E INFORMAÇÃO
Por: Emerson Morales • 13/5/2018 • Resenha • 971 Palavras (4 Páginas) • 169 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
DEPARTAMENTO DE CIENCIA DA INFORMAÇÃO – GCI
DISCIPLINA: ÉTICA E INFORMAÇÃO
PROFESSOR (A): -------------------------
ALUNO (A): --------------------------
Fichamento.
Assunto | Problemáticas sobre a carência de inclusão afrodescendente na era da informação em ambiente acadêmico-científico. |
Referência bibliográfica | AQUINO, Mirian de Albuquerque. A inclusão afrodescendente na era da informação. RDBCI: Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, SP, v. 11, n. 2, p. 61-75, abr. 2013. ISSN 1678-765X. Disponível em: <https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/1638>. Acesso em: 18 abr. 2018. doi:https://doi.org/10.20396/rdbci.v11i2.1638. |
Palavras-chave | Inclusão digital. Tecnologias Informacionais. Inclusão étnico-racial. Afrodescendentes. Ciência da informação. |
Resumo | O artigo da autora aborda a maneira como a revolução de tecnologias da informação transformou o mercado e através disso não proporcionou capacitação intelectual para todos os grupos sociais igualmente, sobretudo o grupo afrodescendente. A autora trabalha ainda com temas como a inclusão/exclusão social no meio acadêmico e social em relação a esse grupo e levanta questões de representatividade no campo científico retratando as tecnologias intelectuais e informacionais como uma ferramenta que não aumenta a chance de oportunidades e nem proporciona condições favoráveis para maior empregabilidade ou inclusão digital. |
Citações | “As relações entre criadores e produtores das tecnologias intelectuais pressionam as nações em busca de alternativas econômicas, políticas e sociais para se integrarem nessa sociedade em que o acesso e o uso da informação são formas de participarem, ativamente, da economia globalizada baseada na informação e no conhecimento.” (p. 3) “Em decorrência desse novo desenvolvimento tecnológico, incessante, flexível e descentralizado, as sociedades humanas puderam se deslocar da oralidade primária, passando pela escrita rupestre, para viverem o estágio da imprensa e experimentarem o que Lèvy (1993) concebeu como três tempos do espírito: o oral, a escrita e o digital, produzidos numa linguagem na qual a informação pode ser produzida, armazenada, recuperada, processada, organizada, disseminada e democratizada para alcançar povos e nações. Neste cenário, os sujeitos criam e recriam as tecnologias. Aprendem usando as tecnologias, produzem novas tecnologias; reconfiguram as tecnologias já existentes e fazem novas aplicações. Os sujeitos produzem, utilizam e interpretam seus produtos, dando-lhes diferentes formas e significações culturais (OLIVEIRA, 2010). Este é um dos aspectos positivos das tecnologias.” (p. 3) “Entretanto, entre os aspectos negativos, pelo menos três podem ser ressaltados: 1) a competência de “aprender a aprender” (DELORS, 1999) produzindo novas tecnologias afetou, brutalmente, os grupos excluídos, sobretudo, os afrodescendentes. Suas reais chances de conseguirem uma formação técnico-científica compatível com as exigências da educação contemporânea estão cada vez mais reduzidas diante dos índices de desigualdades raciais já conhecidos nos domínios político, econômico, social e educacional; 2) as tecnologias também podem ser acessadas e utilizadas para o exercício de atividades ilícitas e antigas discriminações e racismos que ferem o sentido da moralidade e da ética; 3) as tecnologias intelectuais também possibilitam a representação de diversos grupos sociais, inclusive dos afrodescendentes por meio de imagens distorcidas e caricatas.” (p. 3) “As condições de produção, oferecidas aos sujeitos para interagirem com as tecnologias, não são iguais para todos. Poucos são os que delas se beneficiam. Ao aceitarmos que o acesso e o uso das tecnologias intelectuais abrangem igualmente todos os grupos sociais, esquivamo-nos de preconceitos, discriminações e racismos na partilha dos bens tecnológicos. Estas são exatamente as práticas e representações, designadas como incertezas de inclusões. Os sujeitos fazem a história das tecnologias e nelas incluem as possibilidades de exclusões e, assim, frustram as esperanças de inclusão digital nessa era da informação.” (p. 3-4) “As tecnologias intelectuais não aumentam as oportunidades de inclusão digital nem cria as condições favoráveis para uma maior empregabilidade, redução da exclusão e diminuição da violência contra afrodescendentes.” (p. 4) “Entretanto, o acesso e o uso das tecnologias intelectuais em todos os campos do conhecimento humano apenas vão se intensificar com o surgimento da Sociedade da Informação e do Conhecimento, onde as regras enunciam a necessidade de formação de educadores para compreender e atuar no novo contexto social para o século XXI. Concretamente, não se tem notícias mais contundentes de que políticas públicas foram elaboradas para incluir digitalmente afrodescendentes.” (p. 6) “É certo que a concepção de uma educação fundamentada apenas na informação sem reflexão, sem o reconhecimento da exclusão digital e sem a negação das diferenças dificilmente poderá gerar “uma maior equidade ou a democratização participativa” (CANCLINI, 2007, p. 234). Segundo Touraine (1998), o sentido da democratização da informação precisa estar alicerçado numa concepção dos direitos do homem, incluindo uma série de direitos (informação, educação, habitação, saúde etc.), que devem apropriados de forma qualitativa por todos os sujeitos.” (p. 8) “O acesso e o uso da informação, como preconizam os idealizadores da sociedade da informação, não democratizam a educação nem favorecem o crescimento das oportunidades de participação concreta de afrodescendentes na cultura digital. Essa ideia de democracia implica uma responsabilidade inseparável da diversidade cultural, reconhecendo as diferenças que nos aproximam da posição de que não existe sociedade da informação sem o reconhecimento da exclusão e da necessidade de democratização da informação.” (p. 8-9) “O desafio de promover a inclusão digital, certamente, não é responsabilidade social apenas do poder público, nem do movimento negro, mas exige a participação e a luta colaborativa de toda a sociedade com ações que ampliem os mecanismos de inclusão digital/étnico racial para a superação da exclusão digital. É evidente que uma parcela importante dessa responsabilidade precisa ser assumida pelas escolas e universidades públicas, cabendo a estas últimas desenvolverem e democratizarem o conhecimento científico-tecnológico como mecanismo estratégico para o desenvolvimento humano. Deste conhecimento precisam os afrodescendentes se apropriar.” (p. 11-12) “A apropriação das tecnologias intelectuais pelos afrodescendentes inclui o uso da internet nas escolas, nas bibliotecas, nos museus, nos telecentros etc. Nas escolas, a inclusão digital não requer apenas a articulação conjunta de fatores administrativos, organizacionais, pedagógicos, técnicos e culturais, nem a informação disponível e acessível mediada pelas bases de dados conectadas, páginas dinâmicas, sites de intranet, bibliotecas digitais. Ela exige as reais condições de acesso e uso, porque o número de afrodescendentes que têm computadores e acessam a internet ainda é mínimo.” (p. 12-13) |
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