A Biodegradação de Plásticos

1. Introdução

Polímeros sintéticos são um dos produtos comerciais de maior consumo em nosso planeta, e se tornaram indispensáveis à sociedade. Atualmente há um aumento no consumo de plásticos, sendo o setor de embalagens responsável por um terço do total de resinas transformadas no Brasil (Falcone et al., 2007). A utilização de materiais poliméricos sob a forma dos inúmeros produtos descartáveis conduz a um rápido acúmulo nos diferentes ecossistemas (Phukon et al., 2012).

Os problemas decorrentes do descarte inadequado dos materiais poliméricos têm levado a reflexão sobre possíveis alternativas para amenizar tal questão. Dentre as alternativas, a biodegradação tem sido proposta como uma opção para a redução do acúmulo de resíduos sólidos, resultando em materiais mais acessíveis a assimilação microbiana. A biodegradação da maioria dos polímeros sintéticos na natureza é um processo lento que envolve tanto as condições ambientais e dos vários fatores microbiológicos, quanto a composição química do polímero, morfologia, presença de aditivos na sua formulação.

Portanto, as propriedades químicas e físicas dos polímeros têm grande influência na biodegradabilidade. A massa molar é um fator determinante, sendo que a baixa massa molar favorece a biodegradação (Tokiwa & Calabia, 2004). Também devem ser considerados os aspectos como a área superficial, presença na cadeia principal de determinados grupos funcionais, ligações hidrolisáveis e/ou oxidáveis, natureza dos substituintes, estereoconfiguração, flexibilidades conformacional, grau de cristalinidade, a presença de aditivos e a acessibilidade enzimática, que também afetam a biodegradabilidade destes materiais (Palmisano & Pettigrew, 1992).

Diante do enorme crescimento na produção e descarte de materiais poliméricos, análises que comprovem a biodegradabilidade através de metodologias apropriadas e que apresentem bons níveis de confiabilidade e reprodutibilidade precisam ser investigados.