A PESQUISA DISCRIMINAÇÃO GÊNERO
Por: Dimas-Cosechen • 31/3/2020 • Monografia • 2.412 Palavras (10 Páginas) • 183 Visualizações
PROJETO DE PESQUISA
Autor: Shayara Ronik Sviercoswski
Orientador: Anna Flávia Oliveira Giusti
Título do Projeto: Discriminação de gênero no ambiente acadêmico: um estudo das engenharias do Centro Universitário Campo Real.
Linha de Pesquisa:
1 OBJETO DE PESQUISA
A existência da discriminação de gênero no ambiente acadêmico das engenharias do Centro Universitário Campo Real.
2 PROBLEMATIZAÇÃO
- Qual o impacto da estrutura patriarcal de poder na discriminação da mulher no mercado de trabalho?
3 OBJETIVOS
A discriminação de gênero em face das mulheres ainda é muito comum em nosso país. Historicamente, as mulheres sempre tiveram dificuldades para ingressar no mercado de trabalho, mesmo com as revoluções feministas e a luta das mulheres por igualdade de direitos, pode-se dizer que elas ainda não são bem-vindas no mercado de trabalho.
A independência econômica que as mulheres alcançam em ambientes que são liderados por homens na maior parte do tempo, faz com que haja uma competição de maior destaque e isso acaba gerando, por consequência, um ambiente de trabalho vexatório, hostil e ofensivo.
Observando o Centro Universitário Campo Real, pode-se dizer que nos cursos de engenharia agronômica, civil, de produção, software, elétrica e mecânica é onde há o menor número de mulheres em sala de aula.
Sendo assim, temos a ideia de que a discriminação de gênero começa dentro do ambiente acadêmico e pode ser transferido para o mercado de trabalho. Desta forma, a ideia é apresentar este projeto para combater a desigualdade de gênero dentro do ambiente acadêmico, para que a discriminação deixe de ser transferida para o mercado de trabalho.
3.1 OBJETIVO GERAL
- Estudar a estrutura patriarcal de poder na sociedade.
- Identificar o impacto da estrutura patriarcal nas relações de trabalho.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Coletar dados sobre a discriminação de gênero nos cursos de engenharia junto ao Centro Universitário Campo Real;
- Verificar o número de casos já ocorridos em sala de aula;
- Mapear os motivos da discriminação ocorrida dentro dos cursos de engenharia do Centro Universitário Campo Real;
- Apresentar projeto para o combate da desigualdade de gênero no Centro Universitário Campo Real.
4 JUSTIFICATIVA E REFERENCIAL TEÓRICO
O patriarcalismo é definido como a supremacia do homem sobre as mulheres no convívio familiar e nas relações sociais, ou seja, é quando o homem é o principal agente daquele grupo familiar ou daquela sociedade. O homem era considerado o centro da família. De acordo com Saffioti (1978, p. 07), “Em todas as outras esferas, quer de trabalho, quer de vida ociosa, a mulher sempre foi considerada menor e incapaz, necessitando da tutela de um homem, marido ou não”.
A população não nega as diferenças, mas sim a desigualdade, ou seja, é a diferença que foi de alguma forma valorizada do masculino em relação ao feminino que criou uma hierarquia, uma desigualdade. Desde criança ouvimos que um determinado tipo de roupa e exclusivamente a cor rosa é para meninas e que meninos não podem usar, ouvimos também que há brinquedos destinados somente para meninos e que as meninas não podem brincar. Desde muito cedo meninos e meninas ouvem o que podem e o que não podem fazer e que as suas escolhas serão determinadas de acordo com o sexo, isto é, suas escolhas são determinadas por serem homem ou mulher. Chamamos isso de desigualdade de gênero. De acordo com Significados (2019), “A desigualdade de gênero é um fenômeno social estudado pela sociologia que acontece quando ocorre discriminação e/ou preconceito com outra pessoa por conta de seu gênero (feminino ou masculino)”.
Percebemos que desde os anos 60 os meninos estão sendo criados da mesma forma, não podem chorar, não podem ser sensíveis, não podem ser mulherzinha, ou seja, não pode ter nenhuma característica que remeta ao sexo feminino, porque é considerado ruim.
4.1 A DISCRIMINAÇÃO DE GÊNERO NO MERCADO DE TRABALHO
Em comparação aos homens, às mulheres que estão no mercado de trabalho nos dias de hoje, são menos da metade da população e além de muitas delas ganhar um salário menor do que os homens que desempenham a mesma função. De acordo com Léa Elisa Silingowschi Calil (2007, p. 62):
Tanto a Constituição Federal como a legislação infraconstitucional procuram promover a igualdade de condições de empregabilidade, de salário e de acesso a cargos, funções e promoções entre homens e mulheres. Contudo, historicamente sempre houve diferenças significativas não apenas no tocante ao valor dos salários pagos a homens e mulheres, mas também na oportunidade de acesso ao emprego.
Como ainda existe desigualdade de gênero no mercado de trabalho, nós ainda encontramos nos níveis mais altos das empresas uma participação maior de homens e isso dá a entender que os homens são sinônimos de sucesso profissional. Não vemos nenhuma empresa falando “você é mulher, vou te pagar menos”, porém as mulheres tendem a pedir menos aumento de salário, as mulheres tendem a almejar menos uma mudança de posição. Em casa as mulheres ainda realizam o dobro ou mais que o dobro dos trabalhos doméstico realizado pelos homens.
Todavia, as funções domésticas, embora econômicas, inibem a determinação da mulher, como pessoa economicamente independente, que deveria ser na sociedade individualista de padrão urbano-industrial capitalista. Deixando a família de comportarse como o centro da economia, como unidade produtiva, ficam, por assim dizer, divididas as funções domésticas e as funções diretamente econômicas entre os sexos, divisão esta geradora da independência econômica individual em grande escala para o homem e em muito pequena escala para a mulher. (SAFFIOTI, 1978, p. 131)
Assim como nas salas de aula do Centro Universitário Campo Real, nos cursos de engenharia encontramos mais homens, mas podemos dizer que eles são mais qualificados que as mulheres por ser a maioria nestes cursos? Quando falamos de esforço físico, faz sentido usar o gênero para ser uma variável de sucesso, mas para trabalhos intelectuais não há que se falar em gênero. Conforme ensina Léa Elisa Silingowschi Calil (2007, p. 63), “Ainda hoje o trabalho feminino, apesar de toda estrutura legal que o protege e que busca promover sua igualdade frente ao trabalho masculino, sofre com a precarização das relações de trabalho e com salários menores”. Ser a minoria não significa ser um fracasso profissionalmente, há mulheres que ocupam o mesmo cargo que homens dentro das empresas e podemos concluir que desempenham um trabalho muito melhor, mas devido a discriminação em face dessas mulheres, muitas tem dificuldade de chegar aos níveis mais altos de qualificação profissional.
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