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A Perícia Criminal e a Interdisciplinaridade no Ensino de Ciências Naturais

Por:   •  27/5/2019  •  Resenha  •  695 Palavras (3 Páginas)  •  268 Visualizações

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A perícia criminal e a interdisciplinaridade no Ensino de Ciências Naturais

        O artigo escolhido teve como objetivo demonstrar a proposta para o ensino de ciências naturais com a utilização da mídia através de reportagens, seriados, jornais e filmes, visando à interdisciplinaridade e a integração dos conteúdos escolares com a vida cotidiana dos alunos. Para demonstrar a proposta ao longo do artigo foi usado o artifício de dois exemplos, um teste presuntivo para a detecção de sangue e o outro chamado Algor Mortis sobre intervalo após morte.

        Interdisciplinar é a presença do comum a duas ou mais disciplinas ou outros ramos do conhecimento. É o processo de ligação entre elas formando um grupo, nesse caso o da ciências naturais (física, química e biologia). O exemplo citado no artigo é o uso de programas que abordam a perícia criminal, como CSI, Criminal Minds, Cold Case entre outros, que por muitas vezes ficam distantes da realidade mais são pautados em conceitos válidos e ensináveis. Em qualquer episódio de um desses programas supracitados, o perito criminal se depara com uma cena de crime, onde há um corpo, manchas e muitas perguntas a serem respondidas como essa mancha é sangue? É somente sangue da vítima? Há quanto tempo ocorreu à morte? As respostas podem ser dadas através de princípios químicos, biológicos e físicos.

        Para se descobrir se a mancha é realmente sangue, nesses seriados, o perito criminal irá usar um swab (uma espécie de haste flexível longa com um pedaço de algodão nas pontas), umedecer em soro fisiológico, passar sobre a mancha e pingar gotinhas de um liquido incolor que já esta em seu kit CSI e instantaneamente o algodão muda de cor, de branco para uma cor magenta. Isso ocorre devido ao fato do nosso sangue ser composto por basicamente glóbulos vermelhos (hemácias), glóbulos brancos (leucócitos) e plasma. As hemácias têm função nas trocas gasosas e no transporte de gases por todo o organismo e desempenham essa função por meio de uma molécula protéica que da origem a sua cor: a hemoglobina. A molécula possui atividade catalítica típica de uma peroxidase e com base nesse comportamento utiliza-se um reagente chamado Kastle-Meyer. Esse reagente é formado por uma mistura de substâncias: fenolftaleína, hidróxido de sódio, zinco metálico e água destilada. E em sua própria preparação é possível abordar conceitos como indicador ácido-base (porque em contato com o sangue a cor muda?) e oxirredução ( reação entre o zinco em pó e o NaOH que origina o hidrogênio nascente que  é responsável pela forma incolor da fenolftaleína). Se a amostra em análise for sangue, a hemoglobina possui a característica de decompor o H2O2 em água e oxigênio. O oxigênio é responsável pela forma colorida da fenolftaleína, evidenciando que a amostra pode conter sangue. Nesse contexto pode-se abordar respectivamente conceitos biológicos e químicos.

        Na física pode-se explorar o conceito de troca de calor na estimativa de morte analisando o resfriamento corporal, fenômeno conhecido como Algor Mortis. A abordagem desse tema em sala de aula é simples e está relacionada ao princípio geral de trocas de calor entre dois corpos, a soma algébrica das quantidades de calor traçadas pelos corpos, até o estabelecimento do equilíbrio, que é nula. Facilmente resolvido através de da equação H= 36,6 – C/T, onde H é o tempo decorrido desde a morte, C é a temperatura em que o corpo foi encontrado, T é a taxa de decaimento da temperatura e 36,6º é a temperatura média do corpo humano.

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