ADSORÇÃO DE CAFEÍNA E PARACETAMOL EM CARVÃO ATIVADO FUNCIONALIZADO
Por: juhfm • 12/4/2021 • Relatório de pesquisa • 11.292 Palavras (46 Páginas) • 192 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ[pic 1]
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA
ADSORÇÃO DE CAFEÍNA E PARACETAMOL EM CARVÃO ATIVADO FUNCIONALIZADO
Juliana
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CAPÍTULO 1
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
1.1. Paracetamol
O paracetamol, ou acetaminofeno, apresentado na Figura 1.1, tem como nome IUPAC (N–(4 hidroxifenil)acetamida) e é um fármaco com propriedades analgésicas mas sem propriedades anti-inflamatórias clinicamente significativas. Ele é comercializado na forma de cápsulas, comprimidos, gotas, xaropes e injetáveis (KOLPIN et al., 2002).
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Figura 1.1. Estrutura do paracetamol
Fonte: (LORPHENSRI et al., 2006)
O paracetamol foi inicialmente empregado na medicina em 1893 por VON MERING, O paracetamol é um pó cristalino branco, inodoro e amargo. Ele é solúvel em éter, acetona, pouco solúvel em benzeno e altamente solúvel em água (KUMMER, 2005), apresentando grande estabilidade em solução aquosa em pH 6-7 (CONNORS et al., 1986). mas só se tornou popular a partir de 1949, quando foi reconhecido como principal metabólito ativo tanto da acetanilida quanto da fenacetina (GILMAN et al., 1991).
As propriedades físico-químicas do paracetamol são apresentados na Tabela 1.1.
Tabela 1.1. Propriedades do Paracetamol
PARACETAMOL | |
Nomes genéricos | Acetamida N-(4-hidroxifenil) N-acetil-p-aminophenol, pacetamidofenol acetaminofen. |
Nomes comerciais / Companhia / País | Paracetamol Basics® / Bayer / Alemanha Aceta® / Century / Estados Unidos Acetofen® / Medley / Brasil Atralidon® /Atral / Portugal |
Fórmula Molar | C8H9NO2 |
Número CAS | 103-92-2 |
Massa Molar (g/mol) | 151,17 |
Ponto de Fusão (oC) | 169-171 |
Ponto de Ebulição (oC) | > 500 |
Solubilidade em água (g/L) | 14 |
Tempo de meia-vida (h) | 1 – 4 |
Densidade (g/cm3)21 ºC | 1,293 |
pKa | 9,71-9,84 |
Metabólitos | N-acetil-p-benzoquinona 3-metoxiglucoronato |
Fonte: (ROMERO & RHODES, 1993; MARTINDALE, 2002)
A ação do paracetamol é similar à da aspirina, além de ser uma alternativa apropriada para pacientes que são sensíveis ao ácido acetilsalicílico (QUINTINO et al., 2002). Comparando seus efeitos tóxicos com os de outros analgésicos, como o ácido acetilsalicílico, admite-se que o paracetamol seja a melhor alternativa, particularmente na terapêutica infantil (CLISSOLD, 1986). Atualmente é um dos analgésicos mais utilizados por ser bastante seguro e não interagir com a maioria dos medicamentos. Este fármaco é metabolizado principalmente no fígado, onde grande quantidade desta substância se converte em composto inativo, sendo posteriormente excretado pelos rins (KOLPIN et al., 2002).
A ingestão de doses excessivas deste fármaco pode levar à acumulação de metabólitos tóxicos nos quais podem causar severas e algumas vezes hepatoxicidade letal e nefrotoxicidade (MARTIN et al., 1998; MUGFORD & TARLOFF, 1997).
No mercado nacional, o paracetamol encontra-se sob várias apresentações como soluções, elixires, comprimidos (revestidos ou não), cápsulas e supositórios. Apesar de ser estável em soluções (CORREA, 1991) a maior parte das formas farmacêuticas contendo paracetamol no Brasil é de comprimidos (DEF, 2003;2004). Além disso, pode ser adquirido no comércio sem prescrição médica, o que o torna um fármaco de crescente uso doméstico, favorecendo a automedicação. Esta é, de fato, uma das principais preocupações da ANVISA (2012).
O paracetamol é classificado como anti-inflamatório não esteroidal, porém não apresenta atividade anti-inflamatória, talvez pela sua dose-resposta com relação à prostaglandina envolvida nos diferentes processos de febre, dor e inflamação (GOODMAN et al., 2003). Este fármaco é capaz de aliviar dores de intensidade leve a moderada, bem como abaixar a febre por meio de efeitos diretos ao nível dos centros termorreguladores. Alguns autores admitem que as atividades analgésicas e antitérmicas do paracetamol são resultantes de sua habilidade de inibir a biossíntese de prostaglandinas (CLISSOLD, 1986).
Katzung (2003) descreve o paracetamol como um inibidor fraco das prostaglandinas nos tecidos periféricos, que não possui nenhum efeito anti-inflamatório significativo. A atividade antitérmica do paracetamol deve-se à estrutura aminobenzênica, sendo que a introdução de outros radicais na hidroxila fenólica do p-aminofenol e nos grupos amino livres da anilina reduz a toxicidade sem perda da ação farmacológica (GOODMAN et al., 2003). O efeito antipirético é produzido pela ativação do centro regulador da febre no hipotálamo (REMINGTON, 2000).
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