Cobre

1. INTRODUÇÃO

O Cobre (Cu) é uma das séries IB de metais com massa atômica 63,5, é um dos cátions efetivos para ligação de moléculas orgânicas. É utilizado nas reações biológicas que envolvem transferência de elétrons ¹.

Em solução, o cobre encontra-se no estado de valências +2 (predominante) e +1, em meio aquoso ou neutro, como é o organismo das células, os íons formam hidróxidos que se precipitam, exceto quando estão ligados a moléculas orgânicas.

Ele participa liberando e aceitando elétrons, que caracteriza como reações redox, ele participa especialmente da transferência direta de elétrons para o oxigênio molecular, por isso muitas reações de oxirredução e transferência são catalisadas por enzimas que contem cobre.

Os seres humanos contém cerca de 100 mg de Cu, distribuídos na pele, musculatura esquelética, medula óssea, no fígado e no cérebro, estudos sugerem que o teor pode diminuir com a idade.

A função fundamental do Cu foi reconhecida em 1926, com experimento em ratos, constatando que o cobre era necessário para a síntese de hemoglobina, tendo um importante papel, juntamente com o ferro, na prevenção da anemia.

Assim, com base em estudos na década de 30, estabeleceu-se a essencialidade do cobre na nutrição humana.

Em seres humanos a importância fisiológica do cobre se relaciona as funções metabólicas das enzimas dependentes do cobre (cuproenzimas).

Esse mineral (Cu) tem funções específicas, por ser constituinte de enzimas com atividade de oxidação e redução.

O cobre tem um envolvimento considerável no metabolismo do esqueleto, sistema imunológico e redução do risco de doenças cardiovasculares, sendo um mineral importante a nutrição humana.

O estudo da deficiência e do excesso de Cu é enfatizado considerando dois erros congênitos raros no metabolismo: a síndrome de Menkes,onde há um defeito na absorção intestinal do Cu,com captação defeituosa pelos tecidos, provocando deficiência funcional grave, e a doença de Wilson, onde há defeito na excreção de Cu pela bile,levando maior acúmulo nos tecidos.

Os biomarcadores de avaliação do estado nutricional em relação ao Cu permanecem limitados quanto à sensibilidade, devido a motivos como: influência de fatores fisiológicos, presença de doenças crônicas não transmissíveis, inflamações, uso de medicamentos e controle homeostático orgânico².

2. OBJETIVO

Avaliar as funções do Cobre (Cu), assim como os fatores que interferem na sua biodisponibilidade, metabolismo, a sua disponibilidade-fontes, recomendações nutricionais, consequências da deficiência, toxicidade, interações e avaliação do estado nutricional.

3. METODOLOGIA

O presente trabalho foi realizado a partir de revisão bibliográfica em livros de nutrição e pesquisa, realizada em base de dados cientifica (Google acadêmico) e artigos científicos sobre os temas referentes ao cobre e suas funções.

4. DESENVOLVIMENTO

4.1 Funções do cobre no organismo

O cobre exerce funções orgânicas específicas no organismo, por estar ligado à atividade de enzimas de oxidação e redução. Está envolvido no metabolismo do esqueleto, no sistema imunológico e na redução do risco de doenças cardiovasculares.

4.2 Fatores que interferem na biodisponibilidade do cobre

Alguns fatores da dieta podem interferir e alterar a biodisponibilidade do cobre. O excesso de zinco, por exemplo, prejudica a absorção do cobre. Sugere-se que este fato ocorra porque tanto o cobre quanto o zinco competem pela mesma proteína ligadora, presente na mucosa intestinal. Outra hipótese é a indução da síntese de metalotioneína, pelo zinco nas células da mucosa intestinal, aumentando a retenção intracelular do cobre, reduzindo seu transporte no plasma.

A suplementação com cálcio também pode prejudicar essa absorção, pois torna os sais de cobre menos solúveis, devido a mudança de pH que o cálcio provoca no conteúdo intestinal.

A ingestão elevada do mineral ferro pode interferir no estado nutricional em relação ao cobre. Porém deve-se atentar para os casos em que a suplementação com o ferro é necessária para reabilitação do estado nutricional do indivíduo, principalmente crianças, já que são poucos os estudos que avaliaram o efeito combinado dos dois minerais.

Verificou-se em estudos com animais, que dietas com alto teor de frutose agravaram os sinais de deficiência do cobre. Tais efeitos não são bem definidos em humanos.

No caso dos processamentos de alimentos, os tratamentos químicos que envolvam oxidação e redução devem ser considerados, pois diminuem a biodisponibilidade do cobre.

Processos de trituração de grãos integrais, que removem o farelo e o gérmen, podem reduzir a concentração de cobre em até 45%. Já no tratamento térmico, por conta da reação de Maillard, há formação de compostos que reduzem os sítios disponíveis para formação de pontes entre metais e nitrogênio. Com isso há redução de compostos organometálicos, que são de alta biodisponibilidade.

Ainda em relação ao processamento de alimentos pela indústria, os sais considerados com alta biodisponibilidade mais usados são: o acetato, o cloreto, o sulfato e o carbonato.

O leite materno é uma fonte alimentar usada como modelo para discutir a biodisponibilidade de nutrientes. Isso devido às especificidades de sua matriz. O teor de cobre no leite materno diminui com o tempo de lactação. Nos primeiros seis meses de vida da criança, a concentração de cobre no fígado diminui,