Curso de Engenharia Química Fluoretação

CENTRO UNIVERSITÁRIO FRANCISCANO

ÁREA DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS

Curso de Engenharia Química

FLUORETAÇÃO

Manuela Guterres e Taís Junges

Santa Maria, RS

2017

        A fluoretação é a última etapa do processo de tratamento de água de abastecimento. Esta etapa refere-se a adição de flúor na água para combater a cárie, a qual representa um grave problema na saúde bocal da grande parte da população.

        O primeiro estado do Brasil a fluoretar água de abastecimento público foi no Rio Grande do Sul, em 1944, no qual obteve a aprovação de Lei Estadual nº 3125, de 18 de junho de 1957, obrigando a fluoretação das águas de abastecimento em todas os municípios operadas pelo Estado e que possuíssem estação de tratamento. Porém este processo foi interrompido no início dos anos 70. Somente em 24 de maio de 1974, o poder legislativo aprovou a Lei nº 6.050, que refere-se a adição de flúor na água em todas as estações de tratamento. Nas localidades que não há estação de tratamento deve adicionar flúor em outros processos, como por exemplo adição de flúor no sal.

        Os benefícios da adição de flúor na água sistêmico se deve à combinação de três fatores: o fortalecimento do esmalte pela redução da sua solubilidade perante o ataque ácido, inibindo a desmineralização; o favorecimento da remineralização; e a mudança na ecologia bucal pela diminuição do número e do potencial cariogênico dos microrganismos.

Para implantar a fluoretação das águas de um sistema de abastecimento, os parâmetros abaixo devem ser respeitados:

i) Levantamento do índice de CPO-D (C= Cariados; P=Perdidos; O=Obturados; D=Dentes);

ii) Informações técnicas do sistema de abastecimento de água, como o tipo de manancial, a vazão do sistema de abastecimento de água, a população abastecida, o número de ligações, o tempo de funcionamento do processo, o tipo de tratamento, as formas de reservação, o teor natural de íon fluoreto, sendo essencial antes da implantação da fluoretação;

iii) Teor ideal de íon fluoreto a ser aplicado, o qual é calculado em função da média de temperaturas máximas diárias do ar observadas durante um período mínimo de um ano;

iv) Escolha do produto, teoricamente, qualquer composto de flúor que seja solúvel;

 v) Escolha do equipamento que são a utilização de bombas dosadoras, cone de saturação e cilindros de saturação;

vi) Definição do ponto de aplicação, deve ser definido de acordo com o produto químico a ser utilizado e as características técnicas do sistema de abastecimento de água. Geralmente os pontos para aplicação do composto devem ser na saída dos filtros, no reservatório de contato ou reservatório de distribuição.

vii) Definição do método de análise de íons fluoretos e frequência de controle que servem para a determinação do íon fluoreto na água, os processos de eletrométricos e os colorimétricos são considerados atualmente os mais satisfatórios;

viii) Controle e frequência compõem o plano mínimo de amostragem para o controle da qualidade da água distribuída.

 

Principais produtos utilizados

Ácido Fluossilícico

O Ácido Fluossilícico normalmente é encontrado no mercado em soluções concentradas a 20%, isto é, em cada 1000 mL da solução, existem 200 mL de ácido. A dosagem na água a ser fluoretada dependerá da concentração do ácido. Os equipamentos mais utilizados para dosar o Ácido Fluossilícico são: as bombas dosadoras e os dosadores de nível constante.