O Projeto De Experimentação Nas Escolas Condutibilidade Elétrica
Por: LUCAS PAIXAO MACIEL E SILVA • 1/10/2023 • Trabalho acadêmico • 4.611 Palavras (19 Páginas) • 51 Visualizações
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GQI 114 – Ensino de Química
PROJETO DE EXPERIMENTAÇÃO NAS ESCOLAS CONDUTIBILIDADE ELÉTRICA
LAVRAS 2023
LUCAS PAIXÃO MACIEL E SILVA
Introdução
A experimentação como método científico tem suas raízes no pensamento filosófico e científico da Grécia Antiga, e teve uma influência significativa na ciência moderna como método sistemático de investigação, apesar da sua origem remeter a tempos antigos. Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., desempenhou um papel importante na história da experimentação, apesar de sua abordagem diferir daquela adotada. Embora Aristóteles tenha valorizado a observação e a coleta de dados, ele não desenvolveu uma metodologia experimental rigorosa como a que temos hoje. Sua abordagem era mais descritiva e analítica, destacando a importância da observação cuidadosa e do raciocínio lógico para compreender a essência dos objetos e sua relação com o mundo natural, e também a importância da experimentação na busca do conhecimento.
Ainda assim, ele defendia que o conhecimento deveria ser baseado na análise dos dados coletados, na identificação de padrões e na formulação de generalizações. É possível relacionar tais características com a experimentação por investigação, onde o objetivo principal é propor desafios cognitivos de níveis mais altos com a finalidade de desenvolver habilidades de pensamento crítico, criatividade, e resolução de problemas.
Essa estratégia, chamada de investigativa, busca promover uma aprendizagem mais significativa, contextualizada e conectada com o cotidiano dos alunos. Ao invés de apenas receber informações prontas, eles são desafiados a buscar respostas, investigar problemas reais e construir seu próprio conhecimento, uma vez que nessa abordagem os alunos tem a oportunidade de discutir, questionar suas hipóteses iniciais à luz do quadro teórico, além de coletar e analisar dados para encontrar possíveis soluções para o problema. (SUART; MARCONDES, 2009). O ensino por investigação pode ser desenvolvido em diferentes disciplinas e níveis de ensino, adaptando-se às características e necessidades dos alunos. O objetivo do ensino investigativo em química é desenvolver não apenas o conhecimento teórico dos alunos, mas também habilidades científicas, como o pensamento crítico, o raciocínio lógico, a resolução de problemas, além de estimular a curiosidade, a criatividade, o engajamento e o interesse dos alunos pela ciência, tornando a aprendizagem mais envolvente e motivadora.
Ao utilizar o ensino investigativo para abordar a condutibilidade elétrica, os alunos poderão ter a oportunidade de se envolverem no processo de descoberta e construção do conhecimento, o que faz a aprendizagem ser mais envolvente e significativa. Neste contexto, pretende-se abordar em turmas de primeiro ano conceitos de condutibilidade elétrica de forma investigativa, com a finalidade de envolver e estimular os alunos a explorar, experimentar e compreender os fatores que afetam a condução de eletricidade em diferentes materiais.
Referencial
A experimentação é uma estratégia de ensino que envolve a realização de atividades práticas pelos estudantes para explorar fenômenos naturais, verificar e/ou comprovar fatos, além de também auxiliar na construção do conhecimento científico. Essa estratégia, no entanto, vai além de simplesmente observar e reproduzir experimentos pré-determinados, incentivando os estudantes a se envolverem ativamente na formulação de perguntas, na elaboração de hipóteses, na coleta de dados e na análise dos resultados, dado que dentro da experimentação, a realização de atividades práticas embasadas nessa abordagem busca dar autonomia para o aluno explorar fenômenos naturais e construir modelos mentais. É uma forma poderosa de aprendizado, que estimula a construção ativa do conhecimento, o desenvolvimento de habilidades científicas, cognitivas e o pensamento crítico. Através da experimentação, os estudantes têm a oportunidade de vivenciar os conceitos científicos de forma mais branda e desenvolver uma compreensão mais profunda dos fenômenos estudados.
Atualmente, muitos professores acreditam que a experimentação seja o caminho mais propenso a ser utilizado no Ensino de Química e Ciências quando se deseja obter um aprendizado mais rico, porém, não é segredo que atividades experimentais são pouco frequentes nas escolas. Gonçalves (2005, apud.1 GOMES 2016). indica que dentro dos principais motivos indicados pelos professores, estão a inexistência de laboratórios, ou mesmo a presença deles na ausência de recursos para manutenção, além da falta de tempo para preparação das aulas (GOMES 2016). Porém, visto que existem experimentos que se utilizam de materiais de baixo custo sobre diversos conteúdos, e que podem ser facilmente obtidos em um supermercado, loja de ferragens ou farmácia por exemplo, essa problemática relacionada a falta de recurso não se sustenta. Dessa maneira, muitas pesquisas na área de experimentação mostram possibilidade de experimentos simples e que se utilizam de materiais de fácil acesso, aparatos simples e de fácil manuseio. De acordo com Soares (2004, p.12):
É importante que se sugira novos experimentos para serem aplicados em salas de aula, como forma de diversificar a atuação docente, mas deve-se lembrar de que quando se sugere experimentos de baixo custo, de fácil e rápida execução, que servem para auxiliar e ajudar o professor que não conta com material didático, não podemos esquecer que o nosso papel é cobrar das autoridades competentes, laboratórios e instalações adequadas bem como materiais didáticos, livros, entre outros, para que se tenha o mínimo necessário para que se desenvolva a prática docente de qualidade. (SOARES, 2004, p. 12). [pic 2]
Dentro da abordagem do ensino por investigação, ao realizar experimentos os estudantes são desafiados a confrontar suas ideias prévias e a reavaliá-las com base nas evidências coletadas, aprendem a formular perguntas de pesquisa, a planejar e executar experimentos, e também analisar dados e a tirar conclusões embasadas nas evidências coletadas, além de serem incentivados a comunicar seus resultados de forma clara e a colaborar com seus colegas para construir conhecimento de forma coletiva.
No entanto, é importante ressaltar que a experimentação por si só não garante automaticamente o aprendizado significativo. De acordo com Moreira (1996), O professor desempenha um papel fundamental ao orientar e mediar as atividades experimentais, fornecendo estrutura, promovendo discussões orientando e apoiando a reflexão dos estudantes sobre suas descobertas. Gomes (2016) ressalta que o professor deve sempre levar em conta e valorizar as mais variadas formas de pensamento do indivíduo, fazendo relação entre o prático e o teórico, tendo em vista progredir para a compreensão e construção de explicações para os fenômenos. De acordo com Driver et al:
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