Resumo de Artigo Relacionado à Epistomologia e o Ensino de Química
Por: Joyce Souza • 15/10/2020 • Resenha • 678 Palavras (3 Páginas) • 151 Visualizações
MELO, Leonardo Wilezelek Soares de. A incomunicabilidade entre história da ciência e conteúdo no ensino de química do ponto de vista da epistemologia de Bachelard. Revista Brasileira de Ensino de Ciência e Tecnologia, Ponta Grossa, v. 11, n. 3, p. 261-273, 18 dez. 2018. Universidade Tecnologica Federal do Parana (UTFPR). http://dx.doi.org/10.3895/rbect.v11n3.6911. Disponível em: https://periodicos.utfpr.edu.br/rbect. Acesso em: 04 set. 2020.
Joyce Souza dos Santos
O doutorando Leonardo Melo em seu artigo intitulado "A incomunicabilidade entre história da ciência e conteúdo no ensino de química do ponto de vista da epistemologia de Bachelard" discute, como o próprio título já diz, como ocorre a comunicação entre a história da ciência e o conteúdo do currículo de Química correlacionado com a filosofia de Bachelard, usando de sua visão epistemológica para apresentar a importância de se pensar em utilizar no ensino de contextos específicos de ciência uma abordagem da história da Química buscando promover aos alunos um sentindo de cultura científica mais enriquecido.
Em poucas palavras definiria epistemologia como a natureza do conhecimento humano, esse artigo defende que a falta da contextualização desse conhecimento tem afastado os estudantes da busca pelo o mesmo, o modo pronto com que lhes é apresentado o conhecimento científico pela maioria dos professores não os despertam interesse. Como aponta Bachelard (2006) “a filosofia científica deve ser essencialmente uma pedagogia científica”, pedagogia essa então que deve se desprender das amarras do ensino metódico de memorização, e que se torne crítica e problematizadora, fazendo com que os alunos deixem de apenas assimilar o que lhes é imposto e passem sobretudo a construir uma visão própria sobre o que é estudado.
Nesse sentido o autor destaca a importância do contexto histórico, para que os alunos aprendam a pensar criticamente sobre algum fato científico é preciso que o professor trabalhe com ele a história de tal fato e sua contextualização no universo, é preciso interpretar esses pontos para que se possa compreender o fato, porém de um ponto de vista epistemológico, confrontando ideias com essas informações históricas, fazendo-as “conversar” com o conteúdo que é abordado.
O professor precisa levar em consideração que o aluno vai para uma sala de aula com conhecimentos empíricos adquiridos na sua vida cotidiana, por isso ensinar um conteúdo sem sua contextualização não é benéfico, não irá quebrar a barreira intelectual do mesmo, é preciso despertar seu interesse em aprender, especialmente quando tratamos de disciplinas como a Química. Para isso pode-se levantar questões como: Quais foram os problemas que se pretendiam resolver? Qual tem sido a evolução desse conhecimento? Quais foram as dificuldades encontradas? Esse conhecimento ainda pode evoluir?
Mas, para isso, o artigo trás em questão a utilização do livro didático como meio de propagação dessa contextualização da história na Química, muitos desses livros apresentam dados relacionados a história da ciência de forma insuficiente e até mesmo inadequada, é preciso muita atenção para que isso não afete a construção do conhecimento científico do aluno, porque muitos termos nesses livros trazem a ideia de que o desenvolvimento da ciência é simples, eles não fornecem elementos suficientes para uma percepção correta do que realmente é a ciência e de sua complexidade. Se os autores dos livros didáticos vão inserir o contexto histórico da Química em seu conteúdo, é preciso que não economizem nas palavras, mas que busquem informações bem explicadas e contextualizadoras que sejam úteis para o ensino da ciência.
...