A Civilização Capitalista

                              A CIVILIZAÇÃO CAPITALISTA

       O presente artigo, alaborado a partir da  leitura da obra A Civilização Capitalista, onde o seu autor Fábio Konder Comparato faz uma análise muito abrangente e profunda desse sistema econômico multifacetário, sendo esta a razão pelo qual tal sistema é ovacionado e repudiado, simultaneamente, por intelectuais e críticos do mundo inteiro, tem como objetivo geral descrever a civilização capitalista, no sentido de narrar a sua construção ao longo da história da humanidade. É, pois, necessário antecipar, que impossível é desenvolver um texto com este teor sem abordar os aspectos positivos do sistema, como o desenvolvimento econômico, avanço tecnológico, e negativos, como a poluição desencadeada pela excessiva produção com vistas ao lucro, atentando contra o equilíbio ecológico do planeta, a falta de cooperação entre as classes sociais e a consequente barreira à concretização da real democracia, dentre outros.

1. O uso do termo Capitalismo

Segundo Comparato, é recente o uso do vocábulo capitalismo. Ele aparece pela primeira vez em meados do século XIX^[1]. Sendo que Marx, ao contrário de Engels, jamais empregou o vocábulo, preferindo assim falar em “modo de produção capitalista”. A partir do século X, porém, em razão das análises teóricas e nas discussões políticas, passou-se à generalização do uso do termo como antônimo de socialismo.

1. Breve histórico da construção da Civilização Capitalista

Comparato, citando o historiador Fernand Braudel, trata desse tema distiguindo três níveis de estrato para compreender a vida econômica moderna.

Em uma escala evolutiva, o autor classifica as fases pelas quais foram se dando a formação da sociedade capitalista no globo. Segundo o autor, a primeira fase é aquela que sempre existiu na história mundo, em todas as sociedades, formado pelo círuculo autossuficiente de produção e serviço comunitário, sem vínculo com nunhuma rede  de distribuição organizada^[2]. Típico das sociedades primitivas, esse nível ainda predomina nas regiões mais pobres do planeta. Porém, o autor alerta que, embora essa economia de autossuficiência local persista em todos os países, ela não se deixa evidenciar facilmente, uma vez que se encontra encoberta pelo segundo estrato da vida econômica, que é a organização de mercado. Sendo este caracterizado pela especialização e divisão de tarefas e, assim, sempre constituiu-se em centro das atenções da economia política clássica.^[3]

Para reconhecer o capitalismo, porém, não é suficiente exergar apenas esses dois estratos, pois o capitalismo, segundo Comparato, situa-se sempre acima da oferta e da demanda

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