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A Entrevista de Empreendedorismo

Por:   •  11/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.295 Palavras (14 Páginas)  •  244 Visualizações

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Entrevista de Empreendedorismo

Maria Aparecida: [...] Maria Aparecida Leite, sou Psicóloga Psicanalista e tenho 58 anos. Sou formada desde ‘79, tenho Pós-Graduação em Psicoteraria Breve de base analítica, que eu fiz no SEDES. Trabalhei sempre com clínica. Quando eu me formei eu abri consultório, fechei consultório, e depois fui trabalhar em uma creche, trabalhando na área social, e depois eu fui para uma empresa que era de medicina de grupo já para clinicar. E é de lá que eu terceirizei o serviço e aí que comecei a montar as clínicas. Isso faz 21 anos.

Entrevistador: E como surgiu a ideia de se tornar um empreendedor?

Maria Aparecida: Então, quando eu trabalhava na medicina de grupo, que é nossa parceira até hoje, eles queriam terceirizar o serviço, então eu tive a ideia de montar uma clínica, normal, e achava que ia dar conta de atender todo mundo. E na verdade não, né, a demanda ficou grande… eu falo que sempre sonhava com uma fila de espera no consultório, que todo mundo sonha com isso, e hoje eu não durmo por causa dela. Por que como atendemos os convênios, tem uma fila de espera de pacientes. Não só - aqui na Vila Mariana não -, mas, no Tatuapé, nas outras unidades, tem fila de espera de pacientes. Aqui [Vila Mariana] a gente tem fila de espera de profissionais que querem entrar. E lá no Tatuapé e nas outras unidades, não sei se vocês ouviram falar da PsicoBlue.

Entrevistador: Eu sei que são 11 clínicas, não é?

Maria Aparecida: Agora são 8. Nós condensamos em 8.

Entrevistador: Até para poder trabalhar um pouco melhor…?

Maria Aparecida: É. É bastante coisa, a gente tem que ter uma infraestrutura grande. Tem uma central de marcação. Agora surgiu, voltando à pergunta, de uma necessidade de terceirizar o serviço, e aí eu comecei a pensar em como, e aí não dava conta de atender todo mundo, e então eu comecei a pegar outros profissionais, inclusive de outras áreas, de fonoaudiologia e nutrição. Depois disso, eu não queria que as pessoas apenas entrassem, atendessem e fossem embora, queria ter um estudo sobre isso. Por isso que a gente tem um projeto, chamado “Projeto Espaço em Construção”, que a pessoa entra e tem toda a infraestrutura da clínica e uma formação; Uma supervisão, porque no começo é muito difícil, né? Começo, meio e fim é difícil, mas o começo é mais ainda.   

Entrevistador: E o que te levou a ser um empreendedor?

Maria Aparecida: Então, na verdade eu não tinha muita noção do que era. Que a gente não sai da faculdade pensando “Ah, eu vou abrir uma empresa”, foi o convênio que pediu que abrisse uma empresa, e tinha que ser uma pessoa jurídica, e até hoje tem que ser. Então isso acarreta ter outras ideias. Aí você precisa entender de impostos, de leis trabalhistas… aí você precisa pegar funcionários, tem que distribuir, precisa montar um contrato com os que vão trabalhar com você, tem que pensar em tudo. E isso tudo eu fui indo pela experiência mesmo. É aos poucos, a gente vai tendo esse… conforme o mercado. Não é uma coisa assim de “Eu vou fazer isso e vai dar nisso”, porque a gente não sai da faculdade “vou ser clínico, vou atender as pessoas, e vou atender um dia gratuito”, e tudo isso.

Entrevistador: E assim que você se formou, quanto tempo depois a clínica surgiu? A sua própria clinica?

Maria Aparecida: O consultório mesmo surgiu logo que eu me formei. Aí depois que fui trabalhar como empregada na medicina de grupo, que é um convênio, nosso parceiro até hoje. E depois que eu saí, foi depois de 10 anos, que aí começou mesmo. Foi uns 10 anos, que aí eu trabalhei na creche e depois fui pra lá.   

Entrevistador: E quais foram as principais dificuldades que você enfrentou no começo?

Maria Aparecida: Então, justamente ter uma empresa, os impostos...  

Entrevistador: Todas essas dificuldades de administração, que fogem da nossa realidade como psicólogos… que a última coisa que a gente pensa é nisso, não é?

Maria Aparecida: Sim, isso mesmo.

Entrevistador: E você se inspirou em alguém? Se “sim”, em quem?

Maria Aparecida: Não. Porque eu não pensei em ninguém que tivesse isso. Tivesse esse tipo de [ideia]. Agora eu sei que muita gente faz. Deve ser muita gente que vê isso, vai e faz. Mas no começo não, foi assim mesmo… pensando.  

Entrevistador: E ter coragem, não é?

Maria Aparecida: Sim. E a gente não tinha muita ideia de como ia ser, que ia ter esse crescimento. Mas eu sempre tive uma coisa muito clara para mim: que eu não podia perder a ética. A ética e o olhar para o outro. Ter consciência de que esse paciente precisa de mim, esse profissional que está começando precisa de mim… Então a psicoblue hoje existe muito em função do que eu passei quando me formei, por que no início a gente fica muito perdido, não é? Então ela dá esse suporte para essa pessoa que está começando.

Entrevistador: E você contou com o apoio familiar ou de amigos para implantar o seu negócio?

Maria Aparecida: Sim. Quando abrimos eram três sócios. Aí depois cada um foi para um lado. Por questões ideológicas… cada um montou o seu, hoje tem uma pessoa que nem trabalha mais com isso, e a outra continua.   

Entrevistador: E você procurou mais pessoas para essa empreitada ou preferiu trabalhar sozinha?

Maria Aparecida: Muito mais pessoas. Hoje eu tenho uns 300 profissionais que trabalham comigo. E é isso que vai acrescentando, cada um tem uma ideia, cada um vai buscando outra coisa… então bem mais.

Entrevistador: E as suas atividades dentro do seu empreendimento, quais são?

Maria Aparecida: Bom, eu continuo atendendo, mas atendo pouco. No começo eu atendia muito, né, todos os dias, manhã, tarde e noite. Agora não, agora eu preciso ter um tempo para administrar, dar supervisão… e também eu atendo só duas vezes por semana, é tudo assim. É coordenar tudo. Eu tenho uma outra sócia, a Quênia, que é formada no Mackenzie, e ela se formou faz uns 10 anos. Aliás, ela é minha sobrinha. *risos* E ela me ajuda muito, porque é um sangue novo, né, tem outro olhar. Inclusive ela vai estar amanhã em um congresso, levando um trabalho, tem todas outras implicações.

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