A INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO BRASILEIRO

Introdução

Dada a importância do trabalho na vida do indivíduo, é necessário garantir que as pessoas com deficiência (PCD’s) ingressem no mercado de trabalho com as mesmas oportunidades que os não portadores (RODRIGUES, 2011).A presente pesquisa analisa avanços e dificuldades existentes neste processo, tendo como base empresas de Juiz de Fora (MG). Houve a realização de uma pesquisa teórica e também a participação de PCD’s e gestores no preenchimento de questionários contendo perguntas pertinentes ao assunto. Os resultados mostram que há progressos bem como apontam necessidades de melhoria neste processo, para que a inclusão da diversidade nas empresas ocorra de forma efetiva.

Referencial Teórico

O artigo 4 do Decreto número 3.298, de 20 de Dezembro de 1990, considera pessoa com deficiências a que se enquadra nas seguintes categorias: Deficiência Fisica, Deficiência Auditiva, Deficiência Visual, Deficiência Mental e Deficiência Múltipla (BRASIL,1999). A Lei de Cotas foi criada 24 de Julho de 1991 no intuito de auxiliar pessoas historicamente excluídas do mercado de trabalho brasileiro, mesmo tendo condições de contribuir com seu valor para as empresas (RODRIGUES, 2011). Excluir um indivíduo com deficiência é transgredir os direitos humanos pois é preciso existir “igualdade no sentido socioeconômico” (BATISTA, BANDEIRA, 2002) Um fator de grande influência no dia-a-dia dos PCD’s é a ausência de ambientes adaptados e áreas de livre locomoção, limitação essa que faz com que muitos fiquem impossibilitados de ir de e um ponto à outro. (MARTINS, 2015).

Metodologia

Por meio de uma pesquisa bibliográfica foi possível identificar quais perguntas deveriam ser direcionadas aos pesquisados por meio de um questionário desenvolvido na plataforma Google Forms. O questionário impresso foi entregue à PCD’s, líderes e gestores da cidade de Juiz de Fora (MG) no intuito de identificar suas percepções e experiências no assunto. Foi feito o uso de uma amostra por conveniência que contou com a participação de dez profissionais em cargos de gestão e liderança e oito funcionários portadores de deficiência.

Resultados e Discussão

Em todas as empresas analisadas identificou-se que há inclusão de vários tipos de deficiência (como física, auditiva e de linguagem) contudo não há a inclusão de todas as categorias. 70% dos gestores alegaram possuir total conhecimento acerca da Lei de Cotas e entre as principais dificuldades citadas no processo de inclusão estão os problemas existentes na integração do profissional ao trabalho e a escassez de mão de obra especializada. Somente 25% dos funcionários com deficiência pesquisados afirmaram ter totais condições de acessibilidade e ambientes adaptados nas empresas e a grande maioria (75%) informou que as condições oferecidas são apenas parciais. Acerca da diversificação dos cargos ocupado por PCD’s, 87,5% dos entrevistados ocupam cargos administrativos e 12,5% operacionais. Não foi constatada a presença de PCD’S em cargos de gestão e liderança nas empresas analisadas. Aos questionarmos se os profissionais já sofreram algum tipo de preconceito por parte dos gestores, 75% responderam que não e 25% afirmaram já ter sofrido parcialmente