A Importância Da Motivação Dos Colaboradores Para A Gestão Estratégica
Por: carlaconce • 17/3/2023 • Trabalho acadêmico • 5.120 Palavras (21 Páginas) • 65 Visualizações
A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO DOS COLABORADORES PARA A GESTÃO ESTRATÉGICA
Mariângela Carvalho[1]
Orientadora: Evanilda Vasconcellos Carvalho[2]
RESUMO
Este artigo pretende demonstrar a importância da motivação dos colaboradores na Gestão Estratégica. De que maneira se apresenta o processo motivacional e as consequências que a implementação de tal processo resulta para a empresa. Utilizando a pesquisa bibliográfica e exploratória foram apresentados conceitos de gestão estratégica, gestão estratégica de RH, clima e cultura organizacional e as teorias motivacionais. Concluindo, perceberemos que a valorização do colaborador é indispensável para o resultado positivo de uma empresa.
Palavras-chave: Motivação. Gestão Estratégica. Gestão Estratégica de RH.
1 INTRODUÇÃO
A maioria de nós já deve ter assistido ao filme “ Tempos Modernos” protagonizado por Charles Chaplin. O filme apresenta uma crítica ao sistema produtivo da época, anos 30 do século XX, e alicerçado na visão taylorista- fordista com a extrema divisão do trabalho. Atos mecanicistas e onde os trabalhadores não se reconheciam no que produziam, uma vez que a linha de montagem era seriada.
Atualmente temos empresas como a Google, com um ambiente propício à criatividade, onde há compartilhamento de conhecimentos e ideias; o Facebook, desenvolvido por Mark Zuckerberg e mais quatro amigos, em 2004, e considerada a melhor empresa do mundo para se trabalhar, são sinônimos de empresas que acreditam e investem em seus colaboradores.
Amaral (2008) nos lembra que “as organizações que sobreviverão às tormentas do século XXI serão aquelas que, entre outros investimentos, criarão ambientes que estimulem e facilitem a felicidade humana e compreenderão que o maior bem que possuem são as pessoas que compõem seus quadros”.
O fato é que, independentemente, do trabalho que um colaborador desenvolva na organização, a motivação agirá como propulsor para o sucesso da empresa e do próprio funcionário. Reconhecimento e valorização fazem parte do processo motivacional que desencadeiam nos funcionários um maior empenho, resultando, por conseguinte, em uma maior produtividade.
O colaborador é merecedor de cuidado e atenção não só por parte da gestão de RH, mas de cada líder, supervisor ou gerente que tenha responsabilidades junto ao setor que afetam o todo. Questões de relacionamentos interpessoais, o desenvolvimento de novas lideranças e a motivação da equipe são alguns dos mais importantes elementos com os quais trabalha o gestor.
Assim, e utilizando, de acordo com os objetivos, a pesquisa exploratória que, conforme Gil (2007, apud Gerhardt & Silveira, 2009) proporciona maior familiaridade com o problema, tornando-o mais explícito, este trabalho traz conceitos como Gestão Estratégica, Gestão Estratégica de RH, motivação sob a ótica empresarial, Clima e Cultura Organizacional e as teorias motivacionais, para, finalmente apresentar algumas práticas motivacionais que o gestor pode aplicar aos seus funcionários.
2 GESTÃO ESTRATÉGICA
Em relação a outras disciplinas da administração, a Gestão Estratégica surgiu tardiamente e foi influenciada pela sociologia e economia. Conforme Ferreira (2013):
[...] até os anos de 1950 a preocupação dos empresários se restringia aos fatores internos das empresas, como a melhoria da eficiência dos mecanismos de produção, uma vez que ainda não existia um ambiente de hostilidade competitiva, o mercado não era muito diversificado e oferecia oportunidades de crescimento rápido e não muito complexo. (FERREIRA,2013).
Ainda segundo este mesmo autor, a Gestão Estratégica surgiu devido ao mercado exigir um gestor mais empreendedor, com respostas mais rápidas frente aos concorrentes, uma redefinição do papel social e econômico das organizações e uma adequação ao novo perfil dos consumidores e com o objetivo principal de assegurar a criação de riquezas para os acionistas e a satisfação destes, dos funcionários, clientes e fornecedores.
Para Ghemawat (2000), o desenvolvimento da Gestão Estratégica pode ser associado ao crescimento do desenvolvimento empresarial ocorrido após a 2ª Guerra Mundial, com o surgimento das grandes empresas, apresentando um perfil mais complexo e um mercado mais competitivo e dinâmico. Estas transformações no mercado careciam de conhecimentos específicos de seus gestores que passaram a se profissionalizar e a desempenhar um papel fundamental no contexto empresarial.
A Gestão Estratégica, de acordo com Meirelles (1995), surgiu como umas das etapas do planejamento, levando o gestor a optar por caminhos a serem percorridos a partir da observação e identificação dos pontos fortes e fracos da organização e das ameaças e oportunidades diagnosticadas no meio em que atuava. Com o tempo, a Gestão Estratégica evoluiu do planejamento financeiro, materializado no orçamento, para o planejamento de longo prazo, passando desse para o planejamento estratégico. Este último foi incorporado pela Administração Estratégica, que uniu, em um mesmo processo, planejamento e administração, adicionando-lhes a preocupação com sua implementação e com o planejamento de potencialidades.
Na visão de Porter (1999), a evolução da Administração Estratégica foi desencadeada a partir dos estilos de estratégia dos anos de 1970 – onde a previsão do futuro das organizações baseava-se na análise do provável; anos de 1980 – baseava-se na imaginação do possível e anos de 1990 - no qual o futuro passou a ser mapeado e enfrentado por meio da compreensão do momento atual.
Posto isso, surge a Gestão Estratégica de Recursos Humanos que passa também por inúmeras transformações, conforme as empresas vão se dando conta da importância do capital humano.
2.1 GESTÃO ESTRATÉGICA DE RH
Veiga e Stecca (2015) apresentam a importância da gestão de pessoas e os movimentos que marcaram sua evolução. O primeiro movimento ocorreu por meio da Administração Científica, impulsionada por Frederick W. Taylor nos Estados Unidos, e Henri Fayol, na França. Tinha como objetivo fundamental proporcionar fundamentação científica às atividades administrativas, substituindo a improvisação e o empirismo (conhecimento embasado na experiência). Taylor, com base em suas pesquisas, concluiu que as pessoas produziam muito menos do que poderiam produzir. A partir daí, desenvolveu seu sistema de administração científica, que visava à racionalização do trabalho, mais especificamente na simplificação dos movimentos requeridos para a execução das tarefas, tornando-se esse movimento como um dos fatos marcantes do século passado.
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