A Nova República e o Plano Cruzado
Por: Dhara Vogas • 7/8/2017 • Trabalho acadêmico • 2.705 Palavras (11 Páginas) • 375 Visualizações
Primeira Atividade da AD1
A Nova República e o Plano Cruzado
Com o golpe de 1964, os militares se apossaram do poder para cumprir a missão de restaurar no Brasil a ordem econômica e financeira. No período de 1968 a 1973, o Brasil viveu o seu milagre econômico, um modelo de crescimento acelerado que se mostrou excludente e concentrador. A partir de 1974, o país entrou em um longo período de crise. Diante desse quadro de crise foi elaborado e executado o II PND, que tinha como principal objetivo atacar a crise com uma proposta de crescimento econômico que fosse maior que a do período do milagre. Porém, o II PND fracassou. Foi elaborado e executado o III PND, pelo general João Baptista Figueiredo. O III PND também fracassou, mas foi feita a transição política. A partir de março de 1985, o Brasil passou a ter um governo civil e uma nova política econômica começou a ser preparada. - Antecedentes que levaram às “diretas já”: as baixas taxas de crescimento do PIB brasileiro se fizeram acompanhar de elevadas taxas de inflação, queda no salário real e aumento da concentração de renda, da pobreza e da miséria. Os efeitos dessas combinações foram sentidos por toda a sociedade, principalmente por parte daqueles que desfrutaram pouco ou nada dos frutos do milagre econômico (assalariados, camadas médias da população urbana, profissionais liberais, desempregados) e que agora sentiam mais fortemente os efeitos da crise. As pessoas começaram a se organizar para protestar contra aquela situação em que viviam. As discussões no interior de muitos desses movimentos sociais autônomos começaram a convergir para o entendimento de que profundas mudanças precisavam ser efetivadas. Foi aumentando a compreensão da população de que o emprego precisava aumentar, os salários precisavam subir e a renda precisava ser mais bem distribuída. Essas seriam as condições mínimas para que mais pessoas pudessem ter condições de adquirir os bens e serviços que satisfizessem suas necessidades básicas e fundamentais para que pudessem sair da condição de pobreza ou indigência em que viviam. - Para isso seria importante que o país voltasse a registrar taxas expressivas de crescimento do seu PIB, mas sem repetir as experiências concentradoras e excludentes dos períodos do Plano de Metas e do Milagre Econômico. Diretas Já: movimento que significava reivindicar a restauração do legítimo direito da sociedade civil de escolher, pelo voto direto, todos os seus representantes, tanto no nível do Legislativo como no nível do Executivo. A abertura lenta, gradual e segura significava para os militares o retorno à normalidade democrática, com a escolha de um civil para ser o próximo presidente. Dentro dessa lógica foram permitidas diversas manifestações dos movimentos populares, mas a escolha do sucessor do presidente Figueiredo pelo voto direto não foi permitida. Diante da impossibilidade de se ter as eleições diretas, o Colégio Eleitoral se reuniu no dia 15 de janeiro de 1985 e deu a vitória ao candidato da oposição, Tancredo Neves. Estava escolhido, pelo voto indireto, o sucessor do presidente Figueiredo, mas isso não aconteceu em virtude do estado de saúde de Tancredo Neves. José Sarney tomou posse como vice- presidente do Brasil. O governo e a sua equipe encontraram pela frente um processo inflacionário que se acelerava. Diante desse quadro de agravamento do processo inflacionário, os esforços do governo concentraram-se no combate à inflação. - Medidas do “pacote de março” lançado com o objetivo de combater a inflação: • proibição para a contratação de novos funcionários para o setor público; corte de 10% do orçamento fiscal para o ano de 1985; redução das operações dos bancos oficiais; congelamento geral dos preços para o mês de abril; congelamento das tarifas públicas; mudança da metodologia das correções cambial e monetária (antes era feita com base na taxa de inflação do mês em curso e passou a ser feita com base na média geométrica da inflação dos três meses anteriores). A mudança da metodologia de cálculo das correções monetária e cambial, além de trazer incertezas para os agentes econômicos, também teve o efeito de considerar nos seus cálculos números mais altos da inflação registrados nos meses anteriores, passando a pressionar mais os preços. Os empresários, pressionados pelos aumentos dos seus custos de produção passam a pressionar pelo aumento dos preços dos seus produtos. Como consequência, a inflação retomou a sua trajetória de altas sucessivas e rapidamente superou os níveis do início do novo governo. A retomada da escalada inflacionária indicava o fracasso das medidas anti-inflacionárias contidas no “pacote de março” .Em 26 de agosto de 1985, tomou posse no cargo de ministro da Fazenda Dílson Funaro, com uma proposta de estabilizar a inflação e alterou a metodologia de cálculo das correções cambial e monetária, fazendo-a retornar ao critério mensal. A elevação dos preços dos produtos no atacado sinalizava que haveria pressões inflacionárias no nível do varejo, quando os aumentos fossem repassados para o consumidor final no varejo, fazendo com que a inflação apurada pelo IPCA voltasse a crescer. O novo ministro fracassou. - Mudanças que aconteceram no comportamento da sociedade no período final do regime militar: Durante o regime militar, as manifestações sociais de reivindicação foram fortemente reprimidas. Dentro do contexto do projeto de abertura lenta, gradual e segura definido pelos militares, o regime ditatorial foi fazendo algumas concessões, permitindo muitos atos que antes reprimiam. Nesse ambiente, a sociedade foi se organizando (associação de moradores, comunidades eclesiásticas de base, movimento contra o desemprego) para reivindicar melhorias nas suas condições de vida que tinham sido deterioradas em função da política econômica do regime militar. Assim, a grande mudança ocorreu com a sociedade tomando a iniciativa de se mobilizar para protestar e reivindicar, o que culminou com a grande mobilização da campanha pelas “Diretas Já”.
Aula 13 - O primeiro governo Lula (2003-2006): vitória do medo ou da esperança? –
De 1989 a 2002, houve quatro eleições diretas para a escolha do presidente da República, e o candidato Luiz Inácio Lula da Silva disputou todas elas. Na primeira, perdeu no segundo turno para o candidato Fernando Collor de Mello. Na segunda e na terceira, perdeu no primeiro turno para o candidato Fernando Henrique Cardoso (FHC). Finalmente, na quarta, realizada entre outubro e novembro de 2002, ganhou do candidato José Serra no segundo turno. Em janeiro de 2003, Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse
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