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A REPUBLICA DE 89 E A ORDEM RELIGIOSA NO BRASIL

Por:   •  3/12/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.733 Palavras (7 Páginas)  •  227 Visualizações

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A REPUBLICA DE 89 E A ORDEM RELIGIOSA NO BRASIL

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SUYANNE HERIA,GABRIELA STEPHANIE,LETICIA CORSI

Em 1879 discutiu-se na Câmara dos Deputados
o problema das relações da igreja com o ensino superior no Brasil. Joaquim Aurélio Barreto Nabuco que era deputado da província de Pernambuco considerava o verdadeiro inimigo o “catolicismo político”

aquele que se alia a todos os governos absolutos .

o que ele opunha à tendência para se criarem então no Brasil faculdades livres católicas,era o receio de que se tornassem redutos de ortodoxia contrários à ciência. Porque segundo ele sem a ciência não se parecia possível o verdadeiro progresso  

ainda então em 1879- a 30 de setembro- Joaquim voltou a tocar no assunto mas desta vez a propósito da secularização dos cemitérios .

Joaquim considerava a ordem política religiosa em vigor no Brasil contrária ao progresso

Em seu outro discurso proferido na Câmara em 1888 ele fala sobre a liberdade religiosa, isto é a liberdade religiosa relacionada com casamento civil com organização da família e com emigração.

Diante desses discursos de Joaquim Nabuco exprimiram-se as principais objeções à aliança política da igreja com o Império. dentre elas os problemas da substituição do trabalho escravo pelo livre, entre estes a necessidade de conceder-se direito civis aos imigrantes acatólicos iguais aos dos católicos.

Essa necessidade fez então com que a igreja fosse obrigada a transigir com a secularização dos cemitérios e com o casamento civil.

O que de fato aconteceu, em 89 com a separação completa da Igreja Catolica,do Estado.

Joaquim Nabuco,os abreu e lima e rui barbosa  pretendiam fosse não Progresso apenas, mas o progresso. o Progresso absoluto único linear.

Explica-se kidder e fletcher protestantes,terem visto apenas pitoresco no costume brasileiro em vigor no século XIX. As ofertas e promessas a nossa senhora ,quando se clamava por algo.

Essa estética de promessas e de ofertas se expandiu como um  dos aspectos mais significativos da cultura brasileira vinda da época patriarcal.

Joaquim Nabuco assim como Rui Barbosa depois de terem na mocidade se extremado em anti clericais , e anti jesuítas em particular, terminaram mais do que reconciliados com a tradição religiosa.

Rui Barbosa foi o autor do projeto de separação da igreja, do estado, que se converteria em lei, ao elaborar se a Constituição que um ano depois 1881 seria sagrada nova carta magna do Brasil, se revelou anticlerical e anti jesuíta.

A queda do Império em 1889, deu lugar a um regime republicano e uma nova Constituição foi promulgada em 1891, rompendo os laços entre a Igreja e o Estado.

O episcopado brasileiro obteve um grande triunfo contra um anticlericalismo poderosíssimo. De acordo com o padre Joseph, essa separação dificilmente poderia ser amigável.

Problemas das vocações sacerdotais, Um dos mais graves para a ordem religiosa no país na época considerada. A Igreja passou a exigir dos sacerdotes uma fidelidade e uma devoção à causa religiosa, que antes não fora exigida deles. O número de jovens para se tornar sacerdote diminuiu. Em 1907, no Brasil havia apenas um padre 15 mil fiéis, enquanto nos EUA que é uma república protestante havia um padre católico para 867 fiéis. Isso corresponde a um progresso na qualidade intelectual e moral dos padres brasileiros

Oracoes contra doenças, Anglo-saxões como Ewbank, Kidder, Flitcher, que visitaram o Brasil durante o regime imperial, concentrando a atenção no estado religioso da gente brasileira, que segundo eles, era vítima do papismo ou romantismo, assustaram-se com anúncios de orações contra doenças e pestes, que em pleno Segundo Reinado apareceram em jornais no Rio de Janeiro, entre anúncios de drogas e remédios.

As pessoas ao invés de irem a médicos,procuravam essas orações, esses outros meios.

A guarda do domingo : Esse foi um dos assuntos de natureza em parte religiosa, em parte econômica, mais discutidos no Brasil durante o Império. Os que se escandalizavam com o fato de ter que trabalhar no domingo como nos dias chamados úteis, se esqueciam que o número de dias santos quase compensava os domingos que eles teriam que trabalhar.

No Brasil, a Igreja tornou-se, através das Santas Casas ou das Misericórdias, das ordens terceiras, das irmandades, uma força protetora do homem contra a doença, a velhice e a desgraça. A respeito da ordem religiosa característica do Brasil dessa e de outras épocas, nacionais e pré-nacionais, é preciso reconhecer o que representavam as Misericórdias ou Santas-Casas, como aspecto expressão positiva da civilização cristã do Brasil. Émile Allain escreveu no seu livro, que eram instituições de caráter “a um tempo religioso e assistencial”, como um “estabelecimento magnífico e de primeira ordem”.

DEPOIMENTOS:

  • Traremos então alguns depoimentos de brasileiros nascidos ainda no Império ou nos primeiros anos da República, sobre suas atitudes para com a Igreja Católica e com a religião.
  • Alguns eram católicos assíduos, outros não se consideravam tanto, alguns tinham outra religião ou sequer religião tinham.
    Dentre esses, alguns eram simpatizantes do
    positivismo, religião da humanidade, outros simplesmente não simpatizavam, e alguns mesmo depois de estudar sobre, não tomaram muito gosto pela coisa.
  • O de Aureliano Leite, por exemplo, nascido em Minas Gerais em 1887 mas educado em São Paulo; e que informa ter em menino praticado a religião católica, a ponto de ter querido ser coroinha – do que foi impedido por um irmão mais velho; homem-feito, passaria a ver na mesma religião “um freio de certa utilidade entre as classes humildes”; não a combatendo mas respeitando-a como “tradição dentro da qual viveram os meus pais e seus antepassados”. Quanto ao positivismo: sempre o respeitou.
  • Alguns eram contra o divórcio assim como Maria Teodora dos Santos, outra pernambucana rústica, nascida em 1878, informa ter crescido católica; e, embora malcasada, sempre “contra o divórcio”.
  • Outros eram a favor do divórcio, mas às vezes somente em casos excepcionais.
  • Reconheciam os serviços prestados pelo clero, reconheciam as qualidades e defeitos.
  • Outros também reconheceram a tempo não ter o vocação para o sacerdócio.
  • Luís Pinto de Carvalho, nascido em 1877 na Bahia, depõe sempre ter julgado o catolicismo “absurdo e irracional [...]”. Daí, também, ter sido “divorcista convencidíssimo”. Entretanto, nascera e crescera em família “radicalmente monarquista”, sob a intensa admiração do pai por D. Pedro II, e tendo no médico da sua família, o barão de Itapoã, o ideal de homem e de médico que ele desejava ser depois de adulto. O que mostra nem sempre terem coincidido, no Brasil da época aqui evocada, as duas místicas: a monárquica e a católica.
  • Monarquista e católica foi a família de Da. Antônia Lins Vieira de Melo, nascida em 1879 em São Paulo, mas crescida em engenho patriarcal da Paraíba. D. Pedro II era para a gente conservadora no meio da qual ela cresceu “como um protetor e um pai”: “Andara pela Paraíba e deixara a melhor impressão. Nos móveis em que tocara, o respectivo dono ficou guardando como relíquia, nenhum preço para eles, nenhuma troca, nenhum negócio”. Enquanto do positivismo dos republicanos se supunha entre aquela população rústica que fosse “negócio de crença”, isto é, que tivesse “partes com o demônio”.
  • Muitos estudaram Darwin e deixaram esse exercer enorme influência com sua teoria evolucionista.
  • Littré era lido por alguns.
  • Em seu depoimento, Antenor Nascentes, tendo lido Karl Marx quando menino, recorda-se de ter preferido a Marx, Spencer e Comte “por menos dogmáticos”.
  • Armando Silveyra, nascido em 1887, no Rio Grande do Sul, recorda ter nascido “em um berço católico”; mas “quando cheguei à adolescência, andava em voga (na moda) o racionalismo. A mocidade queria quebrar tudo”. Inclusive Deus e os santos. Entretanto, “por precaução, os racionalistas iam permitindo que os filhos e as esposas acreditassem em alguma coisa”.
  • Dona Isabel Henriqueta de Sousa e Oliveira, foi sempre “antipática ao positivismo”. Confessando-se “contra o divórcio”, diz-se também, no seu depoimento, “anticlerical”. Entretanto, “sempre foi monarquista”, embora casada – repita-se – com um republicano radical. Tão radical que dizia que o Brasil “só havia de ser bom quando enforcasse o último padre na tripa do último príncipe”.
  • Uns entraram no sacerdócio, mas mais por impulso familiar.
  • O padre Florentino Barbosa, diz que com relação à Igreja sempre houve “acatamento e respeito religioso”, tendo desde jovem julgado errados o positivismo, o marxismo, o spencerismo, o nietzschianismo; e aprendido a considerar o divórcio “a pior chaga da sociedade”.
  • Em alguns depoimentos, os depoentes dizem seguir o catolicismo por hereditariedade.
  • Muitos preferiam Spencer à Comte.
  • Sebastião de Sousa Gomes, nascido em Pernambuco em 1887, não se tornou entusiasta de religião nenhuma: nem da católica, nem da chamada da humanidade. Uma, repudiou-a por lhe parecer exploradora dos homens; a positivista, por lhe dar a impressão de “frieza”.
  • Alguns depoentes viam o divórcio como a dissolução da família.
  • De anticlerical é o depoimento de João Evangelista dos Santos, nascido em Pernambuco em 1885; e para quem a Igreja Católica foi sempre “instituição política”.
  • De Guaracy Silveira, ainda outro paulista, este nascido em 1893, é a confissão de que estudava para padre católico e já andava de batina, quando houve para ele e seus companheiros um retiro espiritual, pregado por certo padre francês, de fala carregada: “Punha [o padre francês] medo na gente com o inferno mas isto não me preocupava porque não cria. Mas um dia ele falou no amor de Nosso Senhor Jesus Cristo, morrendo na cruz para nos salvar [...]. Nesse instante eu cri”. De tal maneira que “a lembrança dos pecados antigos que antes me deleitava, agora me causava tristeza e vergonha”. Até que, achando uma Bíblia, leu-a com fervor. “No fim de 1914” – acrescenta Guaracy Silveira na sua confissão – “recebi do bispo de Ribeirão Preto [...] aconselhando-me a entrar numa ordem mais rigorosa, como a dos franciscanos. Foi então que resolvi abandonar a carreira eclesiástica”. A carreira eclesiástica na Igreja Católica. Pois acabaria pastor protestante. Quanto ao positivismo, veio a considerar impraticável sua moral “por se privar o positivista da graça de Deus”.
  • E o último depoimento conta sobre a expulsão do pai de Antônio José da Costa Ribeiro da Igreja Católica, por sem maçom. E sobre o fato de terem feito seu tio se demitir do seu cargo de professor, num prazo de 24 ou 48 horas.
    Seu tio foi pedir conselho ao seu pai, que disse que ele deveria obedecer o bispo e assim o fez. Mas houve demora na resposta. O que o fez ser suspenso de ordens excomungado.
    José Antônio afirma que ainda menino esses fatos causaram um sentimento de espanto e estranheza. Não entendia o duro modo de proceder dos bispos para com seu pai e seu tio (que não era maçom).

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